quarta-feira, 26 de setembro de 2018

ALGARVE: MINISTRO P`RA RUA!

No texto de ontem, em que pedíamos a demissão da ministra do mar, fizemos uma referência ao ministro do ambiente pelo que a ele voltamos para aprofundar melhor a actuação do traste.
O ministério do ambiente partilha com o do mar uma vasta zona que deveria ser protegida ambientalmente, como é o mar, fonte de alimento e de lazer, mas aquilo que os nossos ministros têm vindo a fazer ao longo dos anos é degradar a qualidade ecológica das aguas e uma péssima gestão do litoral português. Por isso entendemos ser necessário saber quem tem estado na penumbra a mexer os cordelinhos numa matéria tão sensível.
Assim quem é afinal o ministro?
 Como se pode ver na nota curricular do ministro Matos Fernandes, começou a trabalhar como técnico superior da Comissão de Coordenação da Região Norte ainda antes de ter concluído a sua licenciatura em engenharia civil.
Pelos vistos e a fazer fé na mesma nota curricular, desempenhou as funções de consultor na empresa Quartenaire Portugal no mesmo período em que estava ligado ao Estado através da CCDR Norte ou como adjunto do secretário de estado dos recursos naturais e depois como chefe de gabinete do secretário de estado adjunto da ministra do ambiente, Em resumo, de uma forma ou de outra esteve directa ou indirectamente ligado ao Estado de 1990 até 1999.
E nestas coisas, porque mais vale ser ex do que exercer uma cargo, a partir de 2009 passa a ser administrador da Quartenaire, uma sociedade anónima da qual se desconhecem os sócios já que no portal do ministério da justiça só aparecem os administradores, ficando nós sem saber se tem alguma participação naquela sociedade.
A Quartenaire Portugal, Consultoria e Desenvolvimento, SA dedica-se essencialmente à elaboração de estudos, dos quais destacamos aqueles que serviram de base para a elaboração do POOC Vilamoura-Vila Real de Santo António, o tal que manda demolir as casas da Ria Formosa. E este ainda antes da aprovação do CCP.
Sempre defendemos que o Estado poderia ou deveria ter como parceiro privilegiado as universidades publicas para efectuar estes estudos em lugar de andar a alimentar empresas parasitárias que vivem e ou sobrevivem á pala do Estado. É tão simples se pensar que se deve dar ao Estado o que é do Estado e ao privado o que é do privado. Mas nós vivemos num sistema em que temos um Estado parasita que alimenta toda a parasitagem que possua um cartão partidário.
E de tal forma assim é que nos dez anos de existência do Código dos Contratos Públicos que a Quartenaire Portugal, já vai com mais de 9.000.000 euros facturados ao Estado, em estudos, como se pode ver na imagem debaixo. Mas se alguém tiver duvidas, pode acessar o portal base do governo, em http://www.base.gov.pt/Base/pt/Homepage e onde diz pesquisar pelo objecto do contrato, introduzir o NIF 502503661.
Este ministro é também aquele que diz que o Rio Tejo não está poluído, branqueando a actividade das celuloses.
E é também o mesmo que, na hierarquia do Estado, manda na Agência Portuguesa do Ambiente que não vê qualquer inconveniente na exploração petrolífera na costa portuguesa e muito particularmente na costa algarvia.
Certo é que a ligação do ministro a uma empresa que se dedica a estudos na área que tutela podem estar feridos por qualquer impedimento ou incompatibilidade que deve ser investigada enquanto ele deve ir imediatamente para a rua.
RUA COM O MINISTRO! 

3 comentários:

Anónimo disse...

A quartenaire com apoios da UE, desenvolve/facilita projectos no âmbito da construção de resorts de luxo, nomeadamente em ilhas em África e com interesses também em Portugal - estamos a falar de empreendimentos de luxo!. É uma empresa que tem ligações com empresas de acessoraria, consultadoria e advocacia, especialmente do norte, onde trabalham ou trabalharam pessoas com responsabilidades governamentais (incluindo familiares) e que andam a carambolar entre o público e o privado. Ministros, secretários de estado, advogados, juízes,... tudo legal, portanto! Vales do Lobo, Quintas do Lago, Comportas, São Tomés, palafitas,Ilhas desertas, monopólios, areias, Ria Formosa, polis, demolições, estratégias de intervenção ambiental à la carte, planos/dinheiros UE 2020-2029, etcs. Como diz o outro, investigue-se!

Anónimo disse...

Nada serve arrancar uma árvore de uma floresta de iguais, porque a seguir nascerá outra igual ou ainda pior. Refundação da floresta como o povo islandês impôs e conseguiu. Refundação só possível de concretizar por um povo, nunca por bando cacarejo.

Anónimo disse...

Só um palerma acredita que a MAFIA se investigue a si própria, como diz o outro.