domingo, 16 de setembro de 2018

OLHÃO: ABAIXO O TRABALHO! ACIMA O LAZER!

Depois do anuncio feito pelo presidente da câmara de que pretendia transformar parte do Porto de Pesca em Porto de Recreio, ficámos na expectativa de que alguém e particularmente as associações ligadas à pesca se pronunciassem sobre o assunto. Em vão!
Numa primeira abordagem, falámos nos negócios urbanísticos associados à transformação de mais esta frente de mar que estão na calha.
Aquando da assinatura do contrato de concessão do Porto de Recreio, a ministra do mar disse de forma bem clara que não podia acrescentar aquele porto para nascente até ao Cais T, invadindo o Porto de Abrigo da pequena pesca artesanal. Porto esse criado com recurso a fundos comunitários e para aquele fim especifico, mas certa canalha não olha a meios, embora saiba que o que estão fazendo, induz ao desaparecimento da pesca, já que os pequenos pescadores são escorraçados de todos os lados em nome de um pseudo desenvolvimento.
A aposta no crescimento do Porto de Recreio não é inocente, mas antes um acto premeditado de encher os bolsos a terceiros, começando desde logo pelos procedimentos concursais. Na verdade, para além da publicação no Diário da Republica e no Jornal da Comunidade, pouco mais publicitação houve, assegurando a informação preveligiada a um pequeno lote de pessoas.
Ainda era Francisco Leal o presidente da câmara de Olhão e já, o agora consultor jurídico para a área de urbanismo desta autarquia, andava pelos corredores do então IPTM a tratar da sua vidinha, inventariando as intervenções necessárias ao bom funcionamento do Porto a concessionar e onde também é consultor.
À época, era presidente da Docapesca o actual secretario de estado das pescas, José Apolinário, com relações pessoais e partidárias com o actual presidente da câmara, o que facilitava as coisas, já que e na previsão da transferência de competência do IPTM para a Docapesca, esta empresa não tinha "vocação" para gerir os portos de pesca e menos ainda os portos de recreio. Assim tudo se conjugava, e conjuga, para a privatização dos portos e lotas, na medida do possível.
Só faltava juntar à teia o principal responsável político, o ministro(a), que como vimos tem andado a entregar os portos de recreio à mesma empresa, como aconteceu recentemente com o Porto de Recreio de Faro. Nada acontece por acaso. A ministra tem relações pessoais de amizade com o ex-presidente da câmara de Vila Real de Santo António e este com o Pina e o consultor jurídico. Todos juntos formam um teia de interesses!
Só que no caso de Olhão, transformar, ainda que parcial e momentaneamente, o Porto de Pesca em Porto de Recreio, é substituir o trabalho produtivo por uma prestação de serviços ou melhor dizendo, Abaixo o Trabalho, Viva o Lazer!
É nesse sentido que o presidente da câmara pretende transformar toda a frente de mar do lado poente do Porto de Pesca para "fruição" pouco publica. Claro que não vai abdicar do seu armazém, a antiga Lota da Pesca artesanal, que obteve sem qualquer concurso e que ninguém sabe que renda paga.
Aos poucos, esta seita de bandidos de colarinhos brancos, vai destruindo e descaracterizando aquilo que ainda é e foi a essência de Olhão.
Ainda não é desta que dizemos tudo, ficando para os próximos dias mais umas dicas. 
Contra isto, os pescadores devem organizar-se e lutar, sob pena de qualquer dia a Doca ser transformada numa enorme marina, e eles corridos do seu habitat!
NÃO AO PORTO DE RECREIO DENTRO DO PORTO DE PESCA!

3 comentários:

Anónimo disse...

A MAFIA faz o que o bando de galinhas permite por opção democrática.

Anónimo disse...

A Tugalândia transformada pouco a pouco em Bataclan.

Anónimo disse...

Alguém sabe dizer o que faziam os vigilantes do Parque no aterro junto ao Hotel, porque depois de lá estarem começaram a espalhar a terra.