quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

OLHÃO: OBRAS SÃO UMA MIRAGEM!

Algumas das obras mais relevantes foram anunciadas em campanha eleitoral, mas quase todas elas continuam por fazer. Foi assim com a chamada requalificação dos jardins Pescador Olhanense e Patrão Joaquim Lopes, foi assim com a chamada Variante Norte; foi assim com a Rotunda das Quatro Estradas; foi assim com o novo Quartel para os Bombeiros; foi assim com o Centro de Recolha Animal e muitas outras apesar de estarem aprovados os projectos.
A pouco mais de um ano de eleições autárquicas é de esperar nova campanha de anuncio de obras para ficar tudo na mesma. Mais uma vez vão enganar as pessoas, lançando o costumeiro isco para a caça ao voto.
Mas porque não se fazem as obras?
Anunciada o inicio das obras de Requalificação dos Jardins constata-se que estão a aguardar melhores dias. Segundo foi dito, esta obra seria executada com recurso a dinheiros do Fundo Ambiental, dinheiro esse que não há meio de chegar. E não chega porque temos um ministro das finanças que decretou as chamadas cativações.
Com as demais, passa-se mais ou menos o mesmo, algumas serão chamadas a serem executadas mais depressa, não porque sejam prioritárias mas em obediência a opções "negociais" de interesses superiores.
A Rotunda das Quatros Estradas passará a ser a Rotunda do Bairro dos Índios e as Quatro Estradas continuarão com os semáforos. Das duas uma, ou se provoca uma autentica revolução no transito que se dirige àquela zona, desviando-o para outras ruas, ou vai ser mais um pandemónio. Em qualquer dos casos, a manutenção dos semáforos nas Quatro Estradas vais continuar a congestionar o transito na Avenida D. João VI, ex- Nac. 125.
E tudo leva a crer que assim será, já que fazer a Rotunda no cruzamento do Bairro dos Índios, servirá como mel na sopa para a hipotética instalação de mais uma grande superfície nas antigas instalações da Alicoop.
Por enquanto não passa de pura especulação, dado que a nossa autarquia é um bocado avessa a divulgar os planos que tem para a cidade e concelho. O segredo é a alma do negocio e estas coisas convêm que fiquem no segredo dos deuses, leia-se partido dito socialista.
A verdade é que as obras há anos anunciadas não passam de uma autentica miragem. 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

OLHÃO: MAIS UMA NEGOCIATA DE VULTO?

A cada cavadela, sai minhoca. É verdade. Mais uma vez fomos brindados com uma informação de alguém responsável do partido no Poder autárquico, sobre a hipótese de mais um negocio de envergadura, a cheirar a ranço!
Obviamente que oficialmente não há nada de concreto mas particularmente já se sabe que depois da alienação da Bela Olhão, a seguir segue-se a compra das antigas instalações da Alicoop, mais um negocio de milhões.
No caso do espaço da Alicoop, situa-se numa zona que não oferece grande atractividade para quem queira investir no ramo imobiliário já que se trata de zona com alguns problemas sociais. Sendo assim, o seu destino parece ser outro, talvez uma grande superfície. Não foi por acaso que o Pina fez questão de arranjar um jardim ali ao lado embora se tivesse esquecido do problema da iluminação. Tudo se conjuga para mais uma grande negociata!
Enquanto a câmara se preocupa com os negócios e não é sua vocação nem dever fazê-lo, não se preocupa com o problema da habitação para a população olhanense, aqueles que sempre aqui viveram e constituíram família. Quem dos reformados pode pagar rendas de 600 euros? Quem dos trabalhadores com salário mínimo nacional pode pagar uma tal renda? Nada que preocupe os nossos autarcas, tão reacionários quanto os políticos do regime deposto no 25 de Abril.
Milhões e mais milhões para negócios e nada para instalar as pessoas sem um tecto, à espera de um despejo e que acabarão por ir dormir para debaixo de um viaduto.
A Câmara Municipal de Olhão está mesmo virada para o ramo imobiliário quando se devia preocupar em como resolver os problemas habitacionais da população residente. É que não faltam assim tantas casas, mas a maior parte delas destina-se a segunda habitação, estando grande parte do tempo entregues aos ratos.
A concepção de desenvolvimento do Pina, cinge-se às negociatas, beneficiando os que mais têm em prejuízo daqueles que pouco ou nada têm. Há preocupações económicas mas nenhumas sociais, e diz-se um canalha destes que é socialista.
Até quando o Povo de Olhão estará disposto a manter este gajo na presidência da câmara?

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

OLHÃO: BELA OLHÃO VENDIDA!

Segundo informação que nos fizeram chegar do Edifico da Alfandega, no Largo Patrão Joaquim Lopes, que de outro lugar não podia ser, a Bela Olhão já está vendida, e como sempre envolto num manto de escuridão como todos os negócios do Pina.
Vejamos o historial da Bela Olhão para se perceber o que se passa, avançando desde já que faremos chegar ao Tribunal Administrativo um pedido de nulidade.
Os terrenos onde está implantada a antiga Fabrica Bela Olhão, era uma zona alagada, sob a alçada do Domínio Publico Hídrico, até por ali passar uma linha de agua. À época, a Câmara Municipal procedeu ao aterro, estando em vigor o Decreto-lei 468/71.
Naquele lugar havia, e há, uma linha de agua, que vai desaguar no lado Norte do Porto de Pesca e a lei mandava que não se podia construir numa faixa de dez metros nas margens das linhas de agua. Pois bem, não foi o Pina o primeiro a transformar a autarquia numa agência imobiliária, que à época não existiam, e por isso trataram de vender um espaço que não era da autarquia, autorizaram uma construção onde não podiam.
Falar de Isabel dos Santos, quando há tantos santos neste rectangulo à beira-mar plantado e ninguém diz nada!
Naquele local foi instalada uma fabrica que mais tarde viria a dar lugar à Bela Olhão, que foi para a insolvência há dez anos, sem que os trabalhadores tenham ainda recebido a respectiva indemnização.
Vendida em leilão, um grupo estrangeiro tentou comprar o edifício, para o que se deslocou à autarquia para saber se podiam ou não construir. Pina disse-lhes que não, que seria necessário alterar o uso do solo para admitir a construção para fins habitacionais. Nada feito, mas nas costas dos potenciais compradores, o Pina encetou negociações para a compra do imóvel, em nome da câmara e da Ambiolhão, num processo onde a opacidade ditou regras. Basta consultar as actas das assembleias municipais de então para ver as contradições em que o Pina caiu.
Mais tarde veio anunciar a elaboração do Plano de Pormenor Nascente de Olhão, o tal que visa alterar o uso dos solos, por forma a permitir a edificabilidade, que ainda não está aprovado mas que já tem um candidato a mais um negocio da china.
Ai, Isabelinha, porque não falaste com o Pina? Aqui também havia uma bela oportunidade de negocio e menos chatices!
Vamos esperar para novas novidades, que isto promete!


domingo, 26 de janeiro de 2020

CACELA: VILA HISTÓRICA COM DIAS CONTADOS!

A generalidade da nossa classe política entende que o facto de terem sido eleitos lhes confere poderes para decidirem contra as populações, destruindo o seu património histórico e cultural e modo de vida.
A alternância de poder faz-se para se manter um regime cuja legitimidade lhe é concedida pelo voto dito democrático, sem alterações significativas a não ser no modo porque quanto aos objectivos finais continua tudo na mesma.
Com a economia e finança a ditar as regras políticas, o actual modelo de governança cinge-se a números, deles se servindo para destruir o que de melhor temos.
Cacela Velha, seja o sitio da Igreja ou da Fabrica, é um exemplo de como se maltrata o nossa património histórico, humano e edificado, sem respeito algum pela historia do Povo.
A Fabrica está, quase, completamente descaracterizada, com as casas do então pequeno núcleo piscatório a serem destruídas para dar lugar a casas de veraneio. Correm-se com os residentes com fracos recursos económicos para o substituir por abastados veraneantes que só aqui vêm na época estival. No fim, fica a desertificação. Não há pessoas, aquelas que construíram, a aldeia e que foram a sua génese.
Na Igreja, algo de semelhante, embora aqui a associação de defesa do património, a ADRIP, se esforce por manter as características essenciais do povoado, seja no património histórico edificado ou humano, como em tudo que o rodeia.
Na semana que agora findou, tomámos conhecimento de que a Policia Marítima tentou identificar os proprietários dos últimos três apoios de pesca, umas barracas, muito provavelmente para as demolir, a pretexto de uma denuncia anónima. Barracas com mais de quarenta anos!
As três barracas deveriam ser objecto de um restauro e serem classificados como património histórico do núcleo piscatório de Cacela Velha. Um Povo sem historia, sem referencias, é um Povo facilmente dominado. Cabe à Câmara Municipal de Vila Real de Sº António promover a recuperação daquelas barracas, e se não tem vocação para proteger o património que o entregue à associação.
Por outro lado, sabemos também que têm decorrido trabalhos de limpeza de terrenos junto ao ribeiro e que chegam ao ponto de lavrar o acesso ao mar.
Suspeita-se de que esteja em curso mais uma plantação de abacates à qual se poderá juntar um empreendimento de turismo rural. Por enquanto são apenas suspeitas mas deve ser dada particular atenção a uma zona que faz parte integrante do Parque Natural da Ria Formosa.
E porque assim é, aqui deixamos um link para legislação que proíbe a introdução de espécies não indígenas na natureza, desde que não hajam outras espécies alternativas, sendo que naquela zona deve predominar a cultura de sequeiro como a amendoeira, a alfarrobeira, a oliveira ou a Figueira. Ver em, o Anexo IV https://dre.pt/web/guest/legislacao-consolidada/-/lc/45/201704120948/exportPdf/normal/1/cacheLevelPage?_LegislacaoConsolidada_WAR_drefrontofficeportlet_rp=índice.
Um pouco por todo o Sotavento algarvio sopra o vento da ocupação turística que corre com os residentes e assassina o bem estar das populações locais.
Defender Cacela, o ultimo reduto selvagem do nosso Algarve, é uma obrigação de todos nós.  

sábado, 25 de janeiro de 2020

OLHÃO: A RIA CADA VEZ MENOS FORMOSA!

Nos últimos dias têm vindo a lume noticias que nos dão conta da apreensão de grandes quantidades de berbigão, mas não se diz o que se esconde por detrás das investidas policiais na Ria Formosa.
Nesta parte da Ria Formosa, há cinco zonas de produção/apanha de bivalves, a saber Olhão1, Olhão 2, Olhão 3, Olhão 4 e Olhão 5. Na zona Olhão 3 está proibida a produção/apanha de qualquer bivalve devido à forte contaminação fecal, embora a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) diga que as aguas da Ria Formosa são de excelente qualidade. Porque não a bebem?
Em Olhão 1 apenas se produz a ostra "gigante" e a ameijoa, sendo que para a ameijoa a zona é classificada como sendo C e para a ostra A. Aí não há berbigão, longueirão, ameijoa de cão ou mexilhão. Mas a alta qualidade da agua está à vista, e ameijoa que o diga.
Em Olhão 2, onde o presidente da câmara tem o seu viveiro de ostras em terreno ocupado ilegalmente, podem-se apanhar todas as espécies.
Em Olhão 4 também se pode apanhar um pouco de tudo, mas em Olhão 5 (Culatra) não se pode apanhar ameijoa de cão, berbigão, longueirão ou mexilhão por estar classificado como sendo de classe C.
De notar que a Classe C obriga à transposição para um terreno de classe A, mas a única zona da Ria Formosa com tal classificação é em Olhão 1 e apenas para a ostra, sendo todas as outras B e Olhão 3 como D.
No ano passado, em Março foi emitido um despacho em que o berbigão tinha de ter como tamanho mínimo os 2,5 centímetros; em Agosto novo despacho que permitia a apanha de berbigão com um tamanho inferior, desde que se destinasse à industria espanhola. Significa isto que não se trata de qualquer protecção à espécie, mas antes a interesses ou a interesseiros.
Certo é que na maior parte da Ria Formosa, não se pode apanhar berbigão, longueirão, mexilhão ou ameijoa de cão.
Mas mesmo quando se pode apanhar, como no caso do berbigão, se este não tiver o tamanho, apenas se for para a industria, industria essa que faz a encomenda aos armazéns e estes aos mariscadores. Sendo assim, estes não têm como dizer a quem se destina o berbigão. 
As autoridades policiais têm instruções para agir e apanhar os infractores; mas porque razão são os mariscadores perseguidos? Não será mais uma achega para ir acabando com as actividades tradicionais da Ria? 
É que se o berbigão não for apanhado, ele acaba por morrer sozinho, quanto mais não seja pelo excesso, não tendo, a grande qualidade da agua, o oxigénio e alimento necessário para o alimentar.
E aos poucos se corre com quem sempre viveu de e na Ria Formosa.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

OLHÃO: TRANSFERÊNCIA DE COMPETÊNCIAS OU AS GRANDES NEGOCIATAS DO FUTURO

Vem o jornal Sulinformação, em https://www.sulinformacao.pt/2020/01/olhao-e-faro-negoceiam-mais-competencias-nas-zonas-ribeirinhas/?fbclid=IwAR3uSrFUTkkt-AiVsRQ0YzYm1addnpMsmddp7O46RDI2ElDaSxHWhK-mFL4, anunciar a constituição das comissões que irão proceder à transferência de competências das frentes ribeirinhas de Faro e Olhão, o que nos merece alguns comentários.
Nada que nos espante, pelo contrário, já era esperado, mas o que se prepara são grandes negociatas, transferindo competências que eram da Docapesca para as autarquias, com estas a verem uma oportunidade de negocio e algum encaixe financeiro.
De entre os espaços, e falamos no concelho de Olhão, encontra-se a frente ribeirinha da Fuzeta e todos as áreas não afectas à pesca mas sob jurisdição da Docapesca. Conhecedores do pensamento do Pina quanto ao desenvolvimento, todas estas áreas são de potencial turístico que ele pretende abocanhar, mesmo que tal signifique correr com as populações locais para outras paragens, o que já vem acontecendo por força das condições económicas de quem sempre ali viveu e manteve uma relação com o mar.
Em Olhão, para alem dos portos de recreio, os dois entregues á exploração privada, estão também em causa os terrenos à volta do porto de pesca que não tenham uso para esse fim. Aos poucos vão correndo com os pescadores do seu habitat.
Apenas subsistem duvidas quanto às antigas instalações da Lota Velha e não havendo referências quanto aos armazéns de apoio à pesca, mas que pela surdina se vai promovendo a transferência para as barracas de madeira construídas a nordeste do porto.
Para alem de correrem com os pescadores da frente ribeirinha, esta aos poucos vai sendo entaipada de tal forma que quem quiser desfrutar de uma vista para a Ria terá de se deslocar, para outras bandas.
Isto é os olhanenses a serem corridos da sua terra.
Quando existem problemas fraturantes numa sociedade, há um processo de consulta para se verificar se as populações estão de acordo, o REFERENDO LOCAL. Pina não o quer, mas também não tem o direito de tomar as decisões apenas legitimadas pelo voto conquistado com base na mentira e da promessa fácil.
Transferência de competências, sim mas que fazer delas só após referendo!

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

OLHÃO: HISTÓRICO DE INTERDIÇÕES NO ANO DE 2019 PARA A GANCHORRA!

Aqui há uns meses atrás os pescadores da ganchorra, manifestaram-se por estar sem poder trabalhar e com muita razão. Por isso resolvemos consultar o histórico de interdições durante o ano de 2019 para que os nossos leitores possam perceber melhor o que está em causa. Podem consultar em https://www.ipma.pt/pt/bivalves/historico/index.jsp#.
Pelo que se pode ver, entre interdições parciais e totais, são cerca de oito meses sem poder trabalhar, isto para a Zoina Litoral 8, Faro/Olhão, ou melhor dizendo entre Quarteira e a Torre de Aires.
É obvio que as interdições parciais surgem como forma de dizer que pescadores não estão totalmente inactivos, porque se não podem apanhar algumas espécies, podem apanhar outras. Só que cada espécie tem a sua barimétrica  e nem todos os barcos, particularmente os mais pequenos não reúne condições para a captura de ameijoa branca ou pé de burro. Certo é que para a conquilha, a maior parte do tempo ficam em terra.
Para não fazer mais mossa e calar a boca dos pescadores concebem-se outras estratégias. Assim, todo o mundo sabe que a melhor época para a venda e consumo de marisco é no Natal e não seria muito aconselhável que surgisse uma interdição naquele período.
As interdições são decididas pela presença de biotoxinas na carne dos bivalves, num processo mais que visto que quando são detectadas, também já foram consumidas.
No passado mês de Dezembro, depois de um largo período de interdição. o IPMA elaborou mais um mapa com os resultados analíticos dos bivalves. Mas que espanto! Então não é que na maior parte dos casos e no que diz respeito à zona L8, os resultados não estão quantificados (NQ) como se pode ver em https://www.ipma.pt/pt/bivalves/biotox/docs/a-biotoxinas-dez19.pdf. A que se deve a falta de quantificação? Se olharmos bem, constatamos que aparecem analises com a quantificação de 2 e noutras, não fizeram ou nada detectaram, pelo que marcaram apenas com um tracinho.
Quem pode fiar-se nestes resultados?

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

OLHÃO: ONDE MORAM OS CONTRATOS PROGRAMA COM AS EMPRESAS MUNICIPAIS?

Consultando os sites da Câmara Municipal de Olhão e da Ambiolhão, EM, não encontrámos os contratos programa celebrados entre aquelas entidades, embora no site da empresa municipal esteja publicado o parecer do Revisor Oficial de Contas a propósito, entre outros, relativos ao ano de 2019.
Um contrato programa para a prestação de serviços de abastecimento de agua, saneamento, residuos e limpeza urbana num montante superior a oitocentos mil euros.
Já muitos não se lembrarão que parte destes serviços, nomeadamente a limpeza urbana, nas freguesias rurais passou para a competência das respectivas Juntas de Freguesia, há mais de quatro anos. E não só a limpeza como os jardins.
Por outro lado, os munícipes pagam, e bem, na factura da agua, a prestação dos serviços de abastecimento de agua, saneamento e resíduos. Das duas uma, ou o tarifário, apesar de ser caro, não dá para pagar os custos inerentes aqueles serviços ou não se vê a necessidade de um tal contrato, presumindo-se que a empresa é auto-sustentável economicamente.
Sendo assim seria normal que os contratos programa celebrados com as empresas municipais estivessem publicados, à semelhança dos contratos programa celebrados para o desenvolvimento desportivo. 
Quer-nos parecer que, a existir contratos programa celebrados entre as Juntas e as empresas municipais com os mesmos fins, estaremos a duplicar os contratos, pelo que seria de primordial importância a publicação dos contratos em causa.
À mulher de César, não lhe basta parecer séria, tem de sê-lo, e a transparência deve estar presente em todos os actos públicos, nomeadamente naquilo que envolve dinheiros públicos, extorquidos aos munícipes sobre a forma de taxas e impostos municipais.
Bem sabemos que o nosso amigo Pina optou pela regra de ouro nos negócios, como o silencio e da omissão de publicitação dos actos públicos, mas que cabe a todos os munícipes exigir que haja o mínimo de transparência no uso dos dinheiros.

domingo, 19 de janeiro de 2020

ALGARVE: A SECA, PELOS AUTARCAS ALGARVIOS

Em mais uma sessão de contra informação, o presidente da AMAL e da câmara municipal de Olhão, António Miguel Pina, vem prestar declarações ao Jornal do Algarve, edição em papel de 9 de Janeiro, dando-nos mais uma seca.
Na reunião de 20 de Dezembro, o Pina dizia que não se deviam procurar culpados, mas antes apostar nas alternativas e isto porque havia sido levantado o problema do impacto do turismo no consumo de agua, particularmente na época estival.
É que o aumento exponencial da população algarvia no Verão, de quatrocentos mil passa para um milhão de pessoas, o que aliado aos campos de golfe, também eles considerados para algumas coisas como actividade agrícola, fazem aumentar substancialmente o consumo de agua.
Por outro lado o desastrado ministro do ambiente alerta para o facto de a seca ter vindo para ficar, mas não tem uma palavra para o futuro a não ser para dizer que temos seca!
Voltando ao nosso amigo Pina, no alto do seu pedestal, decidiu que a dessalinização é a solução, sem ter em conta as consequências das salmouras resultantes desse processo. Tudo o que não seja isso é contra ele!
Uns defendem a construção de uma nova barragem, outros a reutilização das aguas residuais urbanas tratadas, outros ainda o transvaso de outras barragens.
Para todas as situações, o Pina coloca obstáculos "intransponíveis" como custos, só a solução dele não tem esse ingrediente.
No caso da reutilização das aguas residuais urbanas tratadas, o Pina vem dizer que teriam um custo duplicado, embora se saiba que as aguas da ETAR de Salir foram reutilizadas para fertilizar alfarrobeiras, ou as de Vila Real de Sº António que podiam ser reutilizadas na rega de campos de golfe, mas não são porque falta bombear. Contra isso, argumenta o Pina que lhe dizem da Aguas do Algarve, que algumas ETAR debitam agua com elevado teor de sal por intrusão salina nas redes em baixa dos municípios.
Esqueceu, o Pina, de dizer que a única ETAR que apresentava ocasionalmente elevados teores de sal, era a de Olhão Poente, porque em nenhuma das restantes analises encontrámos essa situação. O que o Pina está a fazer, é a encobrir que a industria salineira, depois da lavagem química do sal, joga nos esgotos os resíduos resultantes. Ora o presidente da câmara tinha a obrigação de mandar fiscalizar essas acções mas não o faz, contribuindo assim para a poluição da Ria Formosa.
Nós tivemos acesso a analises feitas a aguas da antiga ETAR de Olhão Poente e elas apontavam-nas como sendo autentico ouro para a produção agrícola, ricas em fosforo e azoto. Claro que de tempos a tempos, ao consultarmos as analises feitas pela Aguas do Algarve, verificámos que não era possível fazer o despiste de alguns parâmetros pela elevada presença de iões de cloreto.
Mas este episódio mostra outra situação. É que se há intrusão salina na rede em baixa dos municípios, pelo mesmo processo também há o inverso, o despejo de aguas não tratadas no meio aquático e isso é responsabilidade dos municípios, incluindo o dele, Olhão!
Este presidente é pior que um eucalipto, secando tudo à volta dele!

sábado, 18 de janeiro de 2020

ALGARVE: AS CONTAS E A VISÃO DO PRESIDENTE DA AMAL

Nos últimos dias, António Pina, presidente da Câmara Municipal de Olhão e da Comunidade Intermunicipal do Algarve, tem vindo a exibir-se, agora sob a capa da AMAL, com a comunicação social regional a aparar o jogo, dividindo as entrevistas em varias partes para prolongar a sua propaganda.
Em https://algarveinformativo.blogspot.com/2020/01/antonio-miguel-pina-quer-algarve-todo.html?fbclid=IwAR14BeNBRwUaD8V3t4ME9spGIhT1N-Gdnw5UJbXH59Xn82v1-7mJAV2CFdY, Pina diz pretender todos os algarvios unidos em torno da regionalização, mas deve estar febril, porque nem todos pensam como ele. Pelo menos nós, não!
E não porque o que está em causa é o acesso ao pote dos fundos comunitários sem qualquer controlo, para alem do abuso na criação de mais jobs for the boys.
No entanto aproveita de forma demagógica para dizer que aposta na construção do Hospital Central. O hospital é apenas um espaço onde se tratam doentes e ainda que o actual Hospital de Faro esteja sub-dimensionado, a verdade é que o maior problema á forma como é gerido. Para alem da falta de medicamentos, de toalhas ou pijamas, a falta de pessoal a todos os níveis ( médicos, enfermeiros, auxiliares e outros), a sobrecarga de trabalho a que são submetidos aliada, nalguns casos, a más praticas administrativas, são os ingredientes suficientes para a falta de qualidade dos serviços prestados.
E ninguém melhor do que o Pina para saber isso, ele que aquando da sua passagem como vogal do conselho de administração do hospital, chegou a ser constituído arguido pelas más praticas de gestão. O problema maior é mesmo a gestão, condicionada pelas cativações do duo Centeno-Temido.
O Hospital Central do Algarve deve ser uma reivindicação se for acompanhado da instalação de uma Faculdade de Medicina. É que no tempo que os estudantes levam a tirar o curso e a estagiar, muitos deles criarão raízes na região, contribuindo para a fixação de médicos, algo que não consegue ser feito de outra forma.
Mas não só da regionalização fala o Pina. Vem também o pedido de auditoria às contas da ALGAR como se pode ver em https://www.sulinformacao.pt/2020/01/municipios-pedem-auditoria-as-contas-da-algar/ a empresa exploradora dos resíduos em alta, outrora uma em presa de capitais exclusivamente públicos cuja maioria do capital social foi alienado para a Mota Engil e uma outra empresa espanhola.
Nada temos contra as auditorias de empresa publicas ou semi-publicas, antes pelo contrario, mas vindo de quem vem, é para rir.
Se algum município deveria ser objecto de uma auditoria era precisamente o de Olhão, presidido pelo Pina, tal o amontoado de irregularidades/ilegalidades. Mas o Poder político tem muito que se lhe diga e por isso, quando foi pedida uma auditoria à Câmara Municipal de Olhão, a Inspecção Geral de Finanças, refugiou-se na falta de pessoal para fazer tal auditoria. Não devemos esquecer que, embora o pedido fosse feito à Inspecção Geral, ela foi dirigida a um determinado inspector.
Este Pina não se olha ao espelho!

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

OLHÃO: E SE UM DIA ACONTECER AQUI?

França - Consumo

Um surto de norovírus força a proibir a venda de ostras e mexilhões produzidos no norte da França

13/01/20 França - Um surto de norovírus, vírus responsável por 50% das gastroenterites devido a intoxicação alimentar na União Europeia, atribuível a ostras em mau estado, afetou mais de 650 pessoas na França e forçou autoridades a proibir a venda, bem como a de outros moluscos bivalves, como mexilhões no país, Luxemburgo, Bélgica ou Suíça.

De acordo com investigações conduzidas pelas autoridades da Gália, a origem do surto de norovírus poderia ter ocorrido em moluscos bivalves do norte da França e nas áreas da Bretanha e Normandia em dezembro passado.

No total, foram recebidos 123 relatos de intoxicação alimentar coletiva, destes, 87 ocorreram a partir de 23 de dezembro.

Em comunicado, o prefeito de L'Ille-Et-Vilaine garantiu que a proibição será aplicada "até a restauração de uma situação satisfatória".

No momento, continuam as investigações sobre como foi possível produzir uma intoxicação desse tamanho, e tudo indica que isso pode ser atribuído a descargas descontroladas de águas residuais que chegaram à costa onde estão localizadas as fazendas de moluscos.

No momento, ninguém foi afetado pelo consumo de moluscos bivalves da França na Espanha; portanto, a Agência Espanhola de Segurança e Nutrição Alimentar (AESAN) não emitiu nenhum alerta.

O texto acima foi retirado de http://www.mispeces.com/nav/actualidad/noticias/noticia-detalle/Un-brote-de-norovirus-obliga-a-prohibir-la-venta-de-ostras-y-mejillones-producidos-en-el-norte-de-Francia/?fbclid=IwAR0iete-erQgRmLO9eJfueAOwxhVfnWXqJjwuYiDtM1k-y0_8FRPKas-gt0#.XiGP38j7TIX.
Em Olhão temos esgotos directos, sem qualquer tratamento e que estão na origem da desclassificação das zonas de produção de bivalves e que já chega à costa, a mais de seis quilómetros de distancia, contrariando assim a ideia de que se limitavam a uma distancia de 400 metros.
Se a situação condiciona a actividade conquícola, impedindo os produtores de trabalhar, sem receber qualquer contrapartida do estado poluidor, e ainda obrigados a pagar taxas e mais taxas, a questão que se coloca perante a noticia que nos chega de França, é a de saber como vão reagir as autoridades portuguesas.
Não sabemos, e temos muitas duvidas quanto ao reporte das entidades de saúde a respeito da taxa de incidência de relatos de doenças gastrointestinais provocados pelo consumo de bivalves. No entanto temos conhecimento de alguns casos, só que, e felizmente, não tiveram consequências de maior. Mas se um dia surgir um intoxicação colectiva, ela poderá por em causa toda a produção de bivalves na região.
Por outro lado lembramos que o IPMA, a entidade que procede às analises, decreta as interdições já depois dos bivalves serem consumidos, quando deveriam ser feitas através da presença na agua. Isso sim, seria fazer prevenção!
Mas se um dia acontecer, sabemos quem é o responsável por esta situação. Cabe às autarquias da área da Ria Formosa colocar um ponto final no despejo de esgotos sem tratamento e obrigarem a Aguas do Algarve a reutilizar os efluentes tratados na agricultura, tanto mais que estes efluentes são ricos em fosforo e azoto, fertilizantes agrícolas.
Enquanto persistirem no actual sistema de drenagem dos esgotos e dos efluentes das ETAR, situações como a que ocorre em França pode acontecer aqui e são as entidades publicas, o Estado, os principais responsáveis por estes atentados à saúde publica.
Devemos também dizer que, as ostras produzidas na Ria Formosa são encaminhadas para França para serem objecto de "afinação" e algumas delas poderão ter sido enviadas daqui. Com essa brincadeira conseguiram proibir a comercialização de ostras e mexilhão em França, Bélgica, Luxemburgo e Suíça.
NÃO ARRUÍNEM A NOSSA PRODUÇÃO DE AMEIJOA!

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

ALGARVE: ENTIDADES PUBLICAS DESTROEM PATRIMÓNIO HISTORICO DE CACELA VELHA!

Aos olhos de muitos, o titulo pode parecer exagerado mas infelizmente trata-se de uma realidade que o tempo tem vindo a demonstrar, basta ver a pequena reportagem da RTP 1, em https://www.rtp.pt/noticias/pais/avanco-do-mar-ameaca-dunas-e-patrimonio-em-cacela-velha_v1198192.
Rebobinemos a cassete  e voltemos ao principio para se perceber melhor o problema. A Ria Formosa tinha duas penínsulas, a do Ancão e a de Cacela. As barras naturais "gostam de passear" tendencialmente de poente para nascente e fazem-no ciclicamente, sendo que quando chegam ao final do ciclo voltam ao ponto de origem. Era assim, mas por intervenção do homem, deixou de o ser!
Os geólogos, em principio defendem que se deve deixar a natureza trabalhar e têm razão, mas deviam também dizer que a construção de molhes, esporões acabou por alterar a dinâmica das areias, obras essas que deveriam ter sido acompanhadas de medias compensatórias, o que não aconteceu.
Em 2010, a pedido um produtor de ostras, de Olhão, com ligações ao poder local, porque a sua produção estava a declinar por falta de renovação de aguas, pediu que fosse aberta artificialmente uma nova barra.
Fizeram-lhe a vontade, e com as maquinas da Câmara Municipal de Vila Real de Sº António, a Sociedade Polis, destruiu a Península de Cacela, precisamente no chamado "fundo do saco", um crime de todo o tamanho!
Logo se previu que, se houvesse conjugação do preia-mar de aguas equinociais com um vendaval, haviam fortes probalidades de se dar um galgamento oceânico. E assim aconteceu, espraiando todo o cordão dunar pelo interior da Ria, destruindo o que restava dos viveiros ali existentes. Para satisfazer um, destruíram mais de vinte! Isto é que foi obra!
Perante Cristóvão Norte, então deputado relator de uma petição enviada ao Parlamento, foi explicado como as coisas aconteceram e pedindo uma intervenção de urgência. Decorria então o ano de 2010. Passados dez anos, nada foi feito!
Em 2018, a Associação de Defesa do Património de Cacela, ADRIP, através de varias organizações políticas e da CMVRSA, voltou a pedir, mais uma vez, uma intervenção. Nicles! E isto mesmo depois de trem colocado um coletor de aguas pluviais a desaguar na base da barreira de arenito que suporta, o Forte, a Igreja e também o Cemitério, e que ameaçava a sustentabilidade da barreira.
Entretanto as aguas vão avançando cada vez mais em direcção à margem terrestre e já chegam perto da base da arriba. Quando lá chegar, virá tudo abaixo e nem os mortos estão descansados!
É fácil perceber porque as entidades publicas se recusam sistematicamente a fazer uma intervenção. É que se as areias se aproximarem de terra  poderemos ter mais uma praia para fins turísticos, mesmo que isso implique o desaparecimento do património histórico, as jazidas fossilíferas com dezenas de milhões de anos, e parte do património edificado.
Em nome do turismo tudo se sacrifica.
E os algarvios o que têm a dizer? O património de Cacela, não é apenas de Cacela, nem da ADRIP, é de todos nós e todos temos de contribuir para obrigar o governo e a canalha que manda nisto a sentar-se à mesa e apresentarem um projecto de solução que salve todo o património. Isso é tarefa de todos os algarvios e não só de alguns. Apoiemos a ADRIP!
    

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

OLHÃO: CONTRATOS PARA QUE VOS QUERO?

A câmara municipal de Olhão, presidida por António Pina não deixa de espantar com os seus fabulosos contratos, com camaradas e amigos, mudando de esquema por forma a favorecer sempre os mesmos.
Vem isto a propósito da renovação de mais um contrato de um engenheiro, na área de electricidade como se pode ver em http://www.base.gov.pt/Base/pt/ResultadosPesquisa?type=contratos&query=adjudicatariaid%3D1523663.
Começou em 2017, com um contrato de 54.000,00 euros, valido por três anos e no regime de ajuste directo; seguiu-se no ano de 2018, desta feita por um ano e no valor de 18.000,00 euros, também ele por ajuste directo; em 2019, novo ajuste directo, e também desta vez valido por um ano e no montante de 18.000,00 euros; a cereja no topo do bolo estava destinada ao ano de 2020, com um contrato de três anos por 54.000,00 euros, só que desta vez é invocado a consulta prévia.
Por varias vezes, chamámos já a atenção para o facto do regime de consulta prévia, implicar a consulta a três entidades, mas no presente caso, trata-se única e exclusivamente da mesma pessoa.
Mais, o recurso ao regime de consulta prévia, é feito porque não poderiam novo contrato com a mesma pessoa por ajuste directo uma vez que estavam esgotados os três anos previstos no Código dos Contratos Públicos.
Utilizar o regime de consulta prévia sem convidar as três entidades requeridas, é o mesmo que estar a proceder a um ajuste directo encapotado e irregular senão ilegal, nada que incomode o Pina já que o clima de impunidade de que desfruta a classe política é a regra.
E a justiça, forte com os fracos mas que se curva perante o Poder político, permite todos estes tipos de procedimento e se alguém fizer uma queixa, manda arquivar por falhas na elaboração das queixas, o que obriga a que o cidadão interessado nestas coisas tenha de ter formação jurídica para se pronunciar. Começa logo nos serviços do ministério publico, pouco actuante no que ao Poder político diz respeito.
Não se pense que este tipo de situações ocorre apenas com políticos de uma direita disfarçada de esquerda, mas de toda a direita no seu conjunto. É a direita quem tem mais interesse em que não se combata a corrupção e os crimes conexos, porque são eles os beneficiários da grande corrupção. Estes contratos são apenas a repartição de uma pequena fatia do bolo roubado ao Povo que paga impostos.
Até quando?

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

ALGARVE: MANIFESTAÇÃO DE PESCADORES CONTRA AS QUOTAS DE PESCA!

Realiza-se hoje, uma manifestação de pescadores da arte de cerco, contra a fixação das quotas de sardinha e boqueirão, frente ao Ministério do Mar, conforme se pode ler em https://www.publico.pt/2020/01/14/economia/noticia/pescadores-manifestamse-hoje-quotas-pesca-sardinha-biqueirao-1900248.
Pelos vistos as associações representativas dos pescadores algarvios não sabem da manifestação ou não trataram de mobilizar os seus camaradas para uma jornada de luta quando está em causa a sobrevivência do sector.
Segundo os pescadores, a abundância de sardinha e boqueirão, contradiz com a fixação das quotas, algo que já havíamos denunciado.
A arte de cerco, em Portugal, tinha um rotulo ecológico porque permitia deixar escapar as espécies juvenis ou sem tamanho. Mas porque outros elevados interesses se sobrepunham havia a necessidade de acabar com o rotulo e substitui-lo por outro, designado de sardinha Ibérica, que abrange desde Cadiz até ao Norte do País.
O IPMA é a entidade que procede à monitorização dos stocks e no passado publicava os respectivos relatórios, mas deixou de o fazer. Nesses relatórios era visível que no Sul de Espanha havia fartura de juvenis e que à medida que se contornava a costa portuguesa, a sardinha ia aumentando de tamanho. Portanto se nalgum sitio deveria ser interditada a captura de sardinha, seria no lado espanhol.
O que acontece é que os espanhóis apanham a sardinha sem tamanho e depois dizem que se trata de sardinha de aquacultura, e como as lotas são privadas, não são como as portuguesas, não há a fiscalização necessária para a proteção da espécie. Tanto assim é que o carapau também aparece sem o tamanho e não venham dizer que também é de aquacultura.
Os nossos governantes sabem-no mas preferem ignorar.
Com o boqueirão aconteceu mais do mesmo, com prejuízo para os pescadores portugueses, e quando falamos nos pescadores, estamos a falar de todos os envolvidos, pescadores e armadores cada vez mais asfixiados.
Não espanta pois a aposta no Plano para a Aquicultura em Aguas de Transição, onde vão dar de mão beijada, muitos milhões para depois nada se fazer ou ficar pela metade. Assim obrigam-nos a comer peixe de aviário e quem quiser sardinha ou boqueirão que o importe!
Lamentavelmente não se vê da parte dos pescadores algarvios a movimentação necessária e a solidariedade para com a luta dos pescadores do norte. Que raio de merda de gente é esta?  

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

OLHÃO: HABITAÇÃO, UM LUXO OU UM BEM ESSENCIAL?

Como é do conhecimento de todos, hoje em dia é quase impossível alugar uma habitação no concelho de Olhão. As condições económicas e sociais são de tal forma que os olhanenses, num futuro breve, terão de ir dormir debaixo de um viaduto como se fossem sem-abrigo.
A Constituição da Republica Portuguesa, no seu artigo 65º, sobre habitação e urbanismo:
1- Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar.
2 - Para assegurar o direito à habitação, incumbe ao Estado:
b)- Promover em colaboração com … as autarquias locais a construção de habitações económicas e sociais.
Mais à frente diz que pode e deve proceder à expropriação dos solos que se revelem necessários à satisfação de fins de utilidade publica urbanística.
Ainda que o concelho de Olhão seja dos que mais habitação social tem no Algarve, a verdade é que a maioria já tem muitos anos. Os mais recentes, e mesmo esses com alguns anos, são de construção económica, os chamados de custos controlados.
O Município de Olhão tem descurado o problema da habitação social apesar de, e segundo os números do governo, ser dos concelhos com mais carências sociais e económicas, onde os titulares do rendimento de inserção social tem uma elevada percentagem.
No conjunto de desempregados e beneficiários de RIS, são mais de cinquenta por cento da população, o que diz bem da necessidade da construção de habitação para os mais desfavorecidos da sociedade olhanense.
Ao invés de proceder ás expropriações necessárias para o desenvolvimento de habitação social ou de custos controlados, a autarquia, como se de uma imobiliária se tratasse, entra no negocio de compra de terrenos, encarecendo os custos. E isto quando tinha terrenos disponíveis, mas porque se situam em  zonas, ditas, prime, destinam-se à construção de fogos de luxo.
Os olhanenses estão podres de rico e vão todos comprar aqueles apartamentos!
Para ajudar os especuladores, a quem vende barato, ainda vai ao estrangeiro divulgar os empreendimentos de luxo, contribuindo assim para a subida de preços dos fogos, de tal forma que as pessoas, mesmo trabalhando, não conseguem pagar as exorbitantes rendas que são pedidas.
Afinal para quem governam os nossos diligentes autarcas? Para os amigos, para os especuladores!
Cagando para as pessoas simples e humildes da nossa terra estão eles!

sábado, 11 de janeiro de 2020

OLHÃO: ÓDIO À OPOSIÇÃO!

Desde que tomou posse como presidente da câmara municipal de Olhão que António Pina tem mostrado o ódio que sente por ter alguma oposição, venha ela da direita ou da esquerda. Basta que o contrariem  como o demonstram as diversas situações que tem protagonizado.
Ao devolver as competências que a câmara lhe tinha delegado porque o protocolo celebrado não fora actualizado embora tivesse sido estabelecido em 2014, a Agregação de Juntas de Moncarapacho Fuzeta pôs-se a jeito para o destempero do Pina.
Acontece que ao querer jogar abaixo o presidente da agregação de juntas, o que o Pina vem fazendo é prejudicar as populações de Moncarapacho e da Fuzeta. De notar que o actual presidente da Junta tem feito mais pela Fuzeta que o anterior presidente da extinta Junta da Fuzeta, ele que era socialista.
O ódio que nutre pela presidência PSD de Moncarapacho leva-o a cometer autênticos crimes, deixando de fazer obras essenciais para os moradores daquela freguesia rural. Apesar de, por diversas vezes, ter sido chamado a pronunciar-se, Pina resolve não responder e menos ainda agir. 
Entretanto surge nova polémica com o representante do PAN e mais uma vez o Pina vem mostrar a sua sanha contra quem o confronta.
O representante do PAN militava entre os socialistas mas aquando das eleições autárquicas acompanhou o Luciano, integrando as listas do PSD, por onde foi eleito para a assembleia municipal. Como apicultor, decidiu abraçar a causa animal e questionou o presidente da câmara a propósito dos animais abandonados ao que este respondeu para mais uma vez jogar abaixo o seu opositor.
Quando o Pina ataca pela mudança do representante do PAN, deveria lembrar-se que o Carlos Martins andou no CDS e no PSD; a Gracinda foi militante do PSD e da ASDI e o Camacho foi militante da CDU; que o Eduardo Cruz, administrador da Mercados de Olhão também foi militante do PSD; e por aí fora. Não podem é sair do PS sob pena de serem perseguidos e odiados.
Deu uma desculpa pouco convincente sobre o destino dado aos cavalos mas reconhecendo que quanto aos animais errantes pouco ou nada tem feito apesar de em campanha eleitoral ter anunciado um centro de recolha de animais.
Esquece o Pina que o problema de cães e gatos errantes não se resolve com a sua captura e recolha mas antes com um programa de esterilização, por um prazo relativamente longo. Ora é aí que o presidente se recusa a participar, disponibilizando as verbas necessárias, mas sobre nada diz.
Claro que o representante do PAN tem toda a razão para questionar o Pina quanto aos problemas dos animais. Pena é que não tenha a mesma actuação quanto às condições de fome e miséria que grassam no concelho de Olhão, pondo os animais acima da pessoas.
Não somos defensores do PSD mas acreditamos que dentro do PSD ainda hajam democratas e o presidente da Junta de Moncarapacho/Fuzeta é um deles, pelo que seria muito mau que não tivéssemos uma palavra de apoio para com ele contra o pequeno ditador que é o Pina.
Isto sem falar nas atitudes que teve com os representantes do BE, especialmente com o vereador e com a deputada municipal.
Quem pôs este gajo no Poder?


sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

RIA FORMOSA: A FALÊNCIA DA AQUACULTURA E A AMEIJOA

A aquicultura em Portugal é uma forma de obrigar os portugueses a comerem peixe de aviário. Para que ela vingue, torna-se necessário a imposição de condicionamentos e restrições à pesca tradicional. Apesar disso, a aquacultura no nosso País está condenada à falência, com honrosas excepções, como a ameijoa!
Como se pode ler em https://www.dinheirovivo.pt/opiniao/a-aquicultura-como-alternativa-na-oferta-de-pescado/, ao longo dos anos foram gastos mais de trezentos milhões de dinheiros públicos, sim porque os fundos comunitários são públicos, mas os resultados deixam muito a desejar e pior ainda a qualidade inferior daquilo que nos querem obrigar a comer.
As restrições à pesca, são impostas debaixo do manto do estado dos stocks das mais variadas espécies, onde existem graves contradições entre aquilo que é observado no dia-a-dia pelos pescadores e os relatórios de entidades sediadas no estrangeiro.
É a UE quem decide as restrições e a forma como nos devemos alimentar, obrigando-nos a consumir produtos de alguns países com melhor aptidão para a aquacultura, ainda que produzido em aguas contaminadas de que é exemplo o salmão vindo da Noruega.
Outro aspecto a ter em conta, e não somos nós que o dizemos, que a maior fatia do bolo da aquicultura portuguesa é a ameijoa-boa da Ria Formosa
Não se diz no texto quanto já se disponibilizou de fundos comunitários para a produção de ostras, mas foram muitos. Para a produção de ameijoa, nem um cêntimo de dinheiros públicos, o que a coloca em desvantagem.
Portugal é demasiado pequeno para a UE e esta soçobra perante os interesses dos franceses, a quem dá os fundos para se instalarem na Ria Formosa, mas nega-os aos produtores de ameijoa e pior do que isso, presenteia-os com a poluição.
É que por mais de uma vez que foram feitas queixas à UE, e está em curso mais uma, por contaminação fecal provocada pelos esgotos directos e esta finge que não vê ou não sabe. Sob a égide da Polis foi elaborado um livro em inglês para eventuais conflitos com a UE, onde os nossos prodigiosos cientistas conseguiram explicar que a contaminação não era dos esgotos mas das escorrências da agricultura. Entidades publicas e cientistas pagos para mentir ou omitir a realidade da Ria Formosa no que à poluição diz respeito.
Mas a ameijoa, apesar de todos os crimes cometidos contra ela e contra os seus produtores, vai sobrevivendo e continua rainha de uma actividade que o próprio Estado tenta assassinar, autorizando, permitindo a produção mista de ameijoas com ostras como se estas não fossem também elas poluidoras.
A produção de ostras, feitas em parcelas já com alguma dimensão, mas que no seu conjunto ocupam um espaço significativo, deveria ser submetida a uma Avaliação de Impacto Ambiental.
Nada é feito e o principal criminoso nesta matéria e zona é o próprio presidente da câmara, ao manter os esgotos directos e sem qualquer tratamento a poluir e matar a ameijoa. De tal forma assim é que, a zona Olhão 3 está interdita a produção e manutenção dos viveiros, e como se isso não bastasse ainda querem criar uma zona de protecção aos esgotos o que vai destruir mais de cento e sessenta viveiros.
A Ria Formosa tem quatrocentos e cinquenta hectares de viveiros, que segundo o IPMA, deveriam apresentar uma densidade de 120 unidades por metro quadrado, o equivalente a dois quilos. Ou seja, a produção de ameijoa na Ria Formosa poderia atingir as nove mil toneladas por ano com um valor de mercado superior a mais de cento e vinte milhões de euros.
Uma aquicultura falida a matar uma actividade de excelência. É o País entregue a um bando de canalhas, de pulhas que apenas olham para o seu umbigo e esquecem o Povo.
Merda para esta gente toda!

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

ALGARVE: HOSPITAL OU MORGUE?

Pela importância do assunto vamos reproduzir um texto retirado de uma pagina do Facebook, pelo que pedimos desculpa à autora pela sua republicação.

Sofia Afonso Ferreira para "Notícias do Algarve"
O estado da Saúde em Portugal.
"A equipa de Enfermagem do serviço de urgência do Centro Hospitalar Universitário do Algarve - Unidade de Faro, vem por este meio, divulgar a todos os meios de comunicação, a crescente degradação das condições assistenciais aos seus utilizadores. Esta situação arrasta-se há mais de dois anos, com conhecimento e conivências do CA, que nada tem feito até ao momento, para resolver de forma eficaz as condições depluráveis a que são sujeitos os doentes e profissionais de saúde.
Neste sentido enviamos uma vez mais um aviso ao CA, Ordem e Tutela do CHUAlgarve. Aviso esse em que, uma vez mais, denunciamos a falta de condições de utentes e profissionais do serviço de urgência.
Segue também em anexo fotografias da normalidade quotidiana do SU, já que tudo muda quando somos visitados pela Comunicação Social num mágico "empurrar de gente doente para baixo do tapete" e em que parece tudo ser apenas "mais um pico de afluência". Nesta normalidade quotidiana contamos com uma média de utentes muitas vezes superior a 60 podendo inclusive ultrapassar os 80 doentes numa sala com capacidade para 24. O rácio de enfermeiros nunca é ajustado.
Convém não esquecer que para além das horas de espera pelo atendimento médico que tanto sensacionalismo causa nos telejornais, existem ainda uma parte mais escondida do Serviço de Urgência que são os doente internados em macas durante dias e até semanas. Estes doentes estão submetidos a autenticas torturas dias e dias. Confinados num ambiente altamente contaminado e saturado, é-lhes negado a sua privacidade (são expostos em frente a toda a gente), não tem janelas nem referencias do dia/noite (constantemente expostos ao stress e barulho da urgência 24x7 dias semana). É-lhes negado o direito a serem cuidados e tratados com segurança. O espaço e o racio a que estão sujeitos não permitem a prestação de cuidados de qualidade e são um caldo do erro. É-lhes negado dignidade. É-lhes negado direito a comer- (muitos não comem apenas porque não tem quem lhes dê comida). Muitos morrem sozinhos. Sós, rodeados de tanta gente."

Aquando da greve dos enfermeiros, o governo tentou culpabilizar os técnicos pela situação de caos que se vivia nos hospitais do SNS, como se ele não fosse causado pela degradação em que os profissionais de saúde trabalham.
Neste texto, os enfermeiros dão-nos conta do que se passa na serviço de urgências  do Centro Hospitalar do Algarve - Unidade de Faro. Não somos nós que lá estamos, mas bem pode chegar a nossa vez e por isso perguntamos quem aceitaria estar nas urgências nestas condições?
Antes das eleições a candidata a deputada socialista levantou a bandeira da construção do Hospital Central do Algarve; após as eleições foi nomeada secretaria de estado da saúde e desapareceu do mapa; perdeu-se nos corredores de S. Bento e nunca mais se soube dela.
Já o presidente da câmara municipal de Olhão e também da Associação de Município do Algarve, nesta condição veio tentar levantar a bandeira deixada cair pela sua camarada, mas afinal não passou de um fogacho para enganar os algarvios.
O problema subsiste e detiora-se no dia-a-dia, por isso saudamos a iniciativa da denuncia da equipa de enfermagem do serviço de urgências, e todos os algarvios que se prezam, independentes das querelas partidárias podem e devem apoiar os profissionais de saúde na sua luta em defesa do SNS.