Já há muito que as entidades com jurisdição na Ria Formosa procuram correr com os produtores de ameijoa, com especial enfase para o presidente da câmara.
Nada acontece por acaso, mas muitos dirão que se trata de teorias de conspiração. A verdade é que desde 2005, os produtores de ameijoa se vêm queixando dos impactos da poluição na produção de bivalves e aos poucos têm abandonado a actividade.
Inicialmente, a mortandade da ameijoa era atribuída ao parasita Perkinsus Atlanticus, um parasita "importado" com ameijoa vinda provavelmente da Tunisia ou Itália. Obviamente que não foram os produtores a importar a ameijoa, mas antes, comerciantes que viram nisso uma boa oportunidade de negocio. De salientar que a ameijoa assim importada custava cerca de três euros por quilo, fazendo baixar o preço da ameijoa aqui produzida, especialmente em época de grande consumo.
O parasita ataca as glândulas respiratórias da ameijoa e com a subida da temperatura, asfixia-a até à morte. Encontra na poluição e na elevada carga orgânica o ambiente propicio ao seu desenvolvimento, o que equivale a dizer que sem se combater a poluição também não combaterá o parasita.
Por outro lado, ao não se cumprir com o estipulado nos regulamentos em matéria de velocidade dentro da Ria, o cachão provocado pelas embarcações, contra as margens dos canais, danifica os viveiros, o que levou os produtores-viveiristas a proteger com caixas de plástico, persianas e outros artefactos.
Através de imagens, algumas com mais de dez anos, os viveiristas são agora confrontados com coimas de dez mil euros por cada viveiro, pela utilização indevida dos tais artefactos. E aí já as santas autoridades sabem fazer aquilo que não fazem na fiscalização ao que danifica os viveiros.
Criam-se zonas de protecção a tudo aquilo que prejudica os viveiros, como os pontos de contaminação, mas os viveiros é que não podem ser protegidos, apesar deles serem o sustento de milhares de famílias.
Vir agora com coimas de dez mil euros para quem está descapitalizado pela utilização de artefactos ou materiais que até as entidades publicas utilizam, só pode ser com a intenção de levar ao abandono da actividade.
O IPMA, bem como alguns produtores de ostras, usam esferovite e sacos de plástico mas os viveiros de ameijoas não podem usar caixas de plástico. O esferovite, até pelo sua fragilidade, é mais poluente que o plástico e mais disperso; os sacos de plástico utilizados nas ostras, que no seu processo de produção, têm de ser batidos ou sacudidos para soltar as ostras, também soltam micro-plasticos. Então como podem eles ser utilizados?
Acabar com a produção de ameijoa como forma de arranjar vastas áreas para a produção de ostra, quando esta devia ser proibida. E o representante dos olhanenses junto do poder politico, e do qual faz parte, nada diz ou quando está para ser confrontado ausenta-se do País.
Com um problema tão serio para os produtores, o Pina vai passar ferias na Tailândia. E esta heim?
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