Depois de anos de abandono por parte dos diversos governos, eis que à pala da pandemia, aparece uma bazuca, que põe em discussão publica a possibilidade de serem canalizados para a região cerca de 200 milhões, através do Plano de Recuperação e Resiliência. Mas por enquanto é apenas a discussão publica, como nos informa o Região Sul em https://regiao-sul.pt/2021/02/16/sociedade/200-milhoes-para-melhorar-a-eficiencia-hidrica-no-algarve-prr-preve-captacao-no-guadiana/529837 ,um texto que vale a pena ler para que alguns oportunistas não se façam donos de uma solução que não é deles.
A noticia faz-se acompanhar da imagem que reproduzimos a seguir
Falta saber o que nos propõe o Plano de Recuperação e Resiliência.
Não há muito tempo falava-se na seca, na escassez de agua, mas logo que vieram as primeiras chuvas o assunto caiu no silêncio geral. Felizmente houve associações que não se calaram e depois de discutir e aprofundar o problema e eventuais soluções, avançaram com uma proposta que é agora contemplada.
A Algfuturo avançou com a solução do Pomarão, que a concretizar-se fornecerá agua equivalente a dois terços do consumo de agua facturada pela Aguas do Algarve durante um ano e é mais do que a agua consumida pelos perimetros de rega com origem em aguas superficiais.
Para aqueles que queriam parar a agricultura, como se ela não significasse agua, a solução apresentada não só satisfaz os diversos sectores, como vai calar algumas vozes dissonantes em relação à agricultura.
Mas o PRR não se fica pelo aumento da capacidade de agua apontando o dedo à falta de eficiência na sua utilização, nomeadamente pela não reutilização das aguas residuais tratadas em actividades associadas ao turismo (golfe), agricultura e espaços publicos, algo que há muitos anos vimos defendendo.
E não só, parece que quem fez PRR nos ouviu. É que a estratégia para melhorar a eficiência hidrica passa pela redução das perdas de agua no sector urbano, através da renovação e reabilitação de infraestruturas degradadas ou tecnicamente deficientes, como acontece em Olhão, com roturas quase todos os dias.
Só em ultimo caso, se propõe a instalação de uma unidade de dessalinização da agua do mar para mitigar riscos futuros.
Não podemos deixar de lembrar que as infraestruturas de agua e saneamento de Olhão t~em cerca de setenta anos, que não acompanharam o crescimento da malha urbana, estando por isso obsoletas e degradadas. Está na altura da Câmara Municipal de Olhão se chegar à frente e se o fizer, uma vez que terá de esventrar a cidade, então que trate de resolver o problema dos esgotos que diariamente poluem a Ria Formosa. É que se esses esgotos forem canalizados para a ETAR para serem tratados, será possivel reutiliza-los.
Estará o municipio de Olhão à altura de virar a cidade para um futuro sustentavel?
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