quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

OLHÃO: O CONCELHO DAS ENCOMENDAS

 

Ainda que com algum atraso, temos hoje algumas palavras sobre o Loteamento do Porto de Recreio, onde tem havido grandes negociatas, que sugerem outras tantas encomendas.
Com as sucessivas alterações ao loteamento, verificamos que cada vez mais os olhanenses são corridos de uma zona que lhes é muito querida, Barreta/Largo da Feira. O que ali se constrói agora e no futuro não é para ninguém de Olhão. O lote 2, com os seus 7000 metros quadrados de área de construção, não destina um único fogo para habitação, sendo tudo para turismo; o lote 3, com os 17500 metros quadrados de construção seguem o rumo do lote 2, nada para habitação, comercio ou serviços, tudo para turismo.
Um lote que não estava previsto e foi inventado e também ele destinado única e exclusivamente para fins turísticos, é o Lote 1-A, com 1833 metros quadrados e que pega com o muro do quintal do hotel; mas se o lote tem aquela área, a área de implantação e da cave são iguais, apensa diferindo a área de construção bruta que passa a ser de 3700 metros quadrados, o que nos faz tecer alguns comentários.
É que a construção em vista terá cinco pisos, e se o piso debaixo tem 1833 metros quadrados, significa que os restantes pisos, no seu conjunto, vão ter uma área semelhantes à do piso térreo. Ou seja, a construírem cinco pisos, quatro deles ocuparão cerca de um quarto do piso térreo.
Sabendo que o valor do terreno está directamente relacionado com a sua capacidade construtiva, esta é uma forma de fazer baixar o valor do terreno. Esse é o primeiro impacto.
Mas alguém de bom senso acredita que um investidor não procure obter o maior rendimento possível, quando a área de terreno disponível lhe permitiria construir muito mais, quase três vezes aquilo que é definido para este lote.
E se depois de alienado o lote, surgir mais uma alteração ao loteamento para permitir que no mesmo lote se construa mais do que agora se prevê?
 Habituados às habilidades da câmara nesta matéria, não nos admiraria que tal alteração possa surgir. Mas não se ficam por aqui as duvidas. É que se o lote que não estava previsto pega com o quintal  do hotel, tudo leva a crer que seja a empresa proprietária do hotel quem venha a adquirir o lote em causa, apesar de estar sujeito a uma habitual hasta pouco publica, mas que não pode deixar de ser feita, mesmo com habilidades extra para que o lote chegue às mãos de um comprador que se sabe à partida quem será.
Os números apresentados constam do quadro anexo à planta reproduzida acima.
Tanta transparência nestas encomendas!

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