sábado, 15 de maio de 2021

OLHÃO: A MERCEARIA SOCIAL E OS SEM ABRIGO. TRISTEZA DE POLITICA!

 1 - Nos ultimos dias, a câmara municipal veio anunciar a criação de uma mercearia social e de protecção aos sem abrigo, assuntos que nos merecem alguns comentários.
No tempo do anterior presidente, Francisco Leal, a câmara comprava numa mercearia local, cerca de cento e quarenta mil euros anuais de produtos alimentares, que eram distribuidos por associações sociais.
Tal facto mereceu da nossa parte algumas criticas, porque o beneficiario da compra eram sempre a mesma mercearia, com habilidades na forma como eram celebrados os contratos e que chegou à Policia Judiciária.
Passados alguns anos, o Pina lembrou-se de criar uma mercearia social, dotada com cinquenta mil euros, o que comparado com o seu antecessor é manifestamente pouco, muito pouco!
O timing, como agora se diz, para anunciar este novo serviço, e tendo em conta as suas caracteristicas, não passa de uma mera operação de marketing eleitoral. 
2 - Curiosamente, só agora é que a autarquia descobriu que haviam sem abrigo na cidade, sem nunca ter criado as infraestruturas de apoio para enfrentar esse flagelo.
A câmara municipal de Olhão, como é seu habito, tem na Quinta do Repouso, instalações abandonadas aos ratos há muitos anos. Instalações cedidas à ACASO, que as devolveu, para posteriormente serem alocadas a uma escola que nunca lhe deu qualquer utilização. Houve até quem estivesse interessado em lá instalar uma refeitório social, o que a câmara rejeitou. Abandonado e entregue aos ratos, degradando-se dia após dia, sem utilização, nem mesmo para abrigar os sem abrigo nos dias mais rigorosos do Inverno.
Vir anunciar a meio da Primavera, a caminho do Verão, apoios para os sem abrigo, é mais uma manobra eleitoralista para aqueles que não acompanham as actividades da autarquia.
3 - Em ambas as situações, o que se vem promovendo, é na prática, a mendicidade encapotada! Não se infira destas palavras que estamos contra os apoios necessários porque entendemos que eles devem ser aplicados quando necessários.
Algo bem diferente, é o desenvolvimento social que só se promove com a criação de trabalho, com um salario justo, um salario que permita uma vida com dignidade. Aquilo a que vimos assistindo no concelho, é contrário a isso.
Se as pessoas não têm dinheiro para comer ou pagar uma renda de casa, não podem ter uma vida com dignidade, sendo obrigadas a esmolar um saco de comida da mercearia social do Pina! 
Apesar de já ter excedido o seu tempo de vida, o Plano Director Municipal, previa a construção de uma area empresarial em Quatrim. 26 anos depois continua por realizar.
Se a câmara, que diz ter tantas preocupações sociais, estivesse interessada no desenvolvimento social, já teria começado as obras para a criação daquela area empresarial, cedendo os lotes por um preço simbólico, a empresas que se quisessem fixar no concelho, com a obrigação de criarem empregos e manter-se em actividade, pelo menos durante dez anos.
4 - Quem ali fosse trabalhar, deixava de depender das ajudas do aparelho de estado do qual a autarquia faz parte.
Viciar as pessoas na dependencia dos apoios, é no fundo a politica do presidente da autarquia. Assim terá sempre um exercito de pessoas capazes de trabalhos à jorna, pagos miseravelmente.
5 - Quanto aos sem abrigo, é de notar que alguns são-no por opção, que escolheram essa forma de vida, mas há também aqueles que por vicissitudes da vida, perderam a sua auto-estima, o que os remete para tratamento e acompanhamento por forma a serem reintegrados na sociedade e no mundo do trabalho e familiar.
6 - Desenvolver politicas eleitorais com a miséria do Povo, é do mais baixo que pode haver, mas, infelizmente, ainda há quem bata palmas. 

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