sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

OLHÃO: HABITAÇÃO, UM PROBLEMA QUE NÃO RESOLVEM

 A morte quando vem traz sempre uma desculpa, o mesmo acontecendo com a falta de soluções para a habitação, um designio apelidado de Primeiro Direito.


Pois bem, numa altura em que o País tinha menos dinheiro do que agora, construiam-se mais habitações. Se repararem na imagem acima, verificarão que foi nos periodos 1960/1980 e a980/2000 que mais se construiram habitações no concelho, muitas delas com intervenção do Estado, através do então Fundo de Fomento da Habitação.

Desde a auto-construção, a cooperativas e habitações sociais, tudo contribuiu para a melhoria do acesso ao tal Primeiro Direito. Passado esse periodo, surgiram as primeiras casas a custos controlados e que supostamente seriam para pessoas com algumas dificuldades no mercado de arrendamento ou para a compra. Mas não, houve situações de vendas de habitação a custos controlados para a especulação imobiliaria. As regras dos concursos assim o permitiam!

Maioritariamente, as construções levadas a cabo nos ultimos anos, são de um alojamento, ou seja muitas vivendas, com predominancia para as zonas rurais. Terrenos mais baratos, mais intimidade crida pelo afastamento em relação aos vizinhos. Um luxo! Claro que isso não é para todos.

Ainda que não seja bem visivel, a tendencia acompanha o que se passa a nivel nacional, com 20% das rendas a ultrapassarem os mil euros, e um numero significativo entre os 400 e os 700 . E no concelho já se registam algumas, mesmo em edificios com alguns anos, embora a maioria se situe entre os 200 e 400 euros.

Com a Lei Cristas, que o governo Costa mantem, os despejos foram facilitados, abrindo portas para a subida generalizada das rendas.

Mas vejamos a imagem seguinte


Ela mostra-nos que, vagos e de segunda habitação, representam já cerca de 50% daqueles que são residencia habitual, com os numeros relativos à segunda habitação a subirem.

Qual a carencia habitacional do concelho e qual a capacidade para cumprir com as rendas que são pedidas? Será que a habitação a custos controlados que se anunciam vem resolver o problema? Como vão os reformados pagar estas rendas?

Estamos a atravessar uma fase festiva, com registos de alguma "solidariedade" mas não se procura resolver o principal problema, que é o acesso a um tecto. Comemora-se tudo e há dinheiro para tudo ao mesmo tempo que produzimos mais sem abrigo.

Quem acode a este Povo?

1 comentário:

Anónimo disse...

Bom dia ,

Compreendo algo do que refere e diz , mas não se pode ver apenas de um ponto de vista.

Os privados em momento algum podem ou devem substituir o “Estado”.
O arrendamento privado é opção ou não dos proprietários dos imóveis.

Em Portugal se as rendas dos imóveis privados não forem elevados , não compensa alugar casa em Portugal e ponto final …. O resto são conversas da treta.

A lei está mal feita , e protege sempreeeeeeee os inquilinos …..

Dou-lhe o meu exemplo tenho um inquilino em Olhão que paga menos de 200€ por mês por um apartamento T3 em uma moradia típica na baixa da cidade , construiu mais 2 quartos ilegais… Ou seja actualmente a casa tem 5 quartos.

Vive em um deles e subarrenda os restantes 4 quartos , cada um deles a 250€.
Ganha 1000€ ilegais por mês onde o fisco ganha ZEROOO !!!!

Eu tenho de pagar 28% (dos 200€ por mês) + IRS + IMI + 225€ ano de seguro.

O processo de despejo decorre em tribunal à 4 anos …. O juiz já ordenou que abandonassem a casa e recusam a sair , a casa está uma vergonha os vizinhos e policiam chamam-nos constantemente por problemas com os inquilinos.

Como não há penhoras até ao valor do ordenado mínimo , significa que podem fazer o que quiserem e partirem tudo , que não vejo um único cêntimo dos inquilinos…

Sabe o que diz o juiz ????
Que a culpa é nossa por termos alugado uma casa muito barata e a pessoas sem rendimentos…. Disse ainda que quem aluga casa a pessoas com o ordenado mínimo, são proprietários burros e que procuram problemas.

Uma juíza de Faro minha amiga , ainda me disse para “rezar muito …. Pode ser que não partam muita coisa no final”.


Nestes 4 anos os custos em tribunal + Advogada , não chegam 7 anos de renda….. e continuam eles até ao momento na casa.

Isso da “Lei Cristas” é uma tanga, areia para os olhos.

O estado não quer construir casas e apenas cria leis que prejudicam os proprietários e o próprio arrendamento no país.

Dou-lhe o meu exemplo , acha que se voltar a alugar a casa arrisco uma renda de 200€ ??? (Nem por menos de 700€ vale o risco)

Ou até mesmo a alugar a pessoas com salário abaixo dos 800€ por cada elemento do casal ???

Estes inquilinos com impostos , seguros , IMi, IRS , advogados , tribunal , obras , novos electrodomésticos, demolir os dois quartos ilegais. Etc etc….. infelizmente na melhor das hipóteses deram-me um prejuízo de 45.000€ (e rezo para que seja só isso . O que não acredito infelizmente).

O tribunal de Olhão tem dezenas e dezenas de casos assim …. E alguns até piores que o meu.

Somos forçados a aceitar os inquilinos que o estado não quer dar/construir casa…. Depois queixam-se que as rendas são elevadas (nenhum Proprietario quer pagar de custos de processo jurídico , mais do que aquilo que recebe na renda), e óbvio que ninguém quer alugar casa a pessoas com ordenado mínimo , onde em caso de incumprimento não recuperam nem 1€.

Sr. António a lei está “bem feita” para o lado do governo , não duvide disso… O estado lucra com as rendas altas (pois ganha 28% + o aumento do IRS), e os burros como eu que confiaram e colocaram rendas baixas levam anos e anos a perder dinheiro e literalmente a dar casa (inquilinos) a quem eles (governos e estado) não querem dar.

O “crime perfeito”

O meu inquilino ganhou desde a entrada do processo em tribunal 1000€ Mês x 12 meses x 4 anos = 48.000€ ilegais

E eu no mínimo irei perder e ter de despesas 45.000€ .

Quando a polícia finalmente se dignificar a fazer o despejo com o agente de execução enviado pelo tribunal… os meus inquilinos ganharam ilegalmente com a minha casa , dinheiro suficiente para comprarem um apartamento ….
E o Estado e o Governo gastaram ZEROOOO com eles.