sexta-feira, 24 de junho de 2022

RIA FORMOSA: EM NOME DO AMBIENTE DEGRADAM-SE AS ACTIVIDADES ECONÓMICAS TRADICIONAIS!

 Aqueles que nos acompanham sabem que levamos há anos a criticar a ausência de um plano de erradicação da Caulerpa Prolifera, que algumas vozes dizem ter sido transposta para a Ria Formosa pelo CCMAR. Verdade ou não, e por mais que digam que não, a certeza é de que a Caulerpa invadiu parte significativa desta zona da Ria Formosa.

Há dias atrás foi noticiado que a Ria Formosa seria o exemplo para a retenção de carbono num projecto em que tem como parceiros a Fundação Glubenkian e o CCMAR. Projecto esse que vai ser alargado a outras reservas naturais, como se pode ler em https://www.sulinformacao.pt/2022/06/ria-formosa-sera-o-modelo-para-projeto-da-gulbenkian-na-area-do-carbono-azul/.

Ainda que seja desejavel a retenção de carbono a verdade é que é mais uma oportunidade de negócio que permite às empresas que procedem à retenção a venda de créditos de carbono a empresas poluidoras, através de um mecanismo de cotas. Dito de oura forma, os poluidores continuam a poluir e outros vendem-lhes as cotas de carbono que de que dispõem. Veja-se este artigo da EDP https://www.edp.pt/empresas/empresas-com-energia/creditos-de-carbono/ que vem dourar o negócio.

Pois bem, o projecto agora delineado vai, a concretizar-se, permitir a venda de cotas de carbono por parte do Estado a outros Países onde nada ou pouco fazem nesta matéria.

O curioso é verificar que as zonas a serem abrangidas por este projecto são reservas naturais onde são praticadas actividades económicas tradicionais não poluentes, como a pesca ou a moluscicultura.

Num evento sobre a situação da Caulerpa na Ria Formosa, o responsavel pelo projecto, apresentou os grandes beneficios da Caulerpa na retenção de carbono. Quando confrontado com o declinio de espécies acabou por confirmar que a presença da "erva" infestante, invasora e exótica. Mas nada se fez contra a presença da "bendita erva".

Estamos em crer que a Caulerpa vai aparecer nos outros santuários marinhos da costa portuguesa, aliás se lerem o artigo do Sulinformação, terão a confirmação disso. Apenas não se diz é o impacto negativo que isso vai ter para as populações que exercem as suas actividades nessas reservas, porque primeiro estão os negócios e só depois as pessoas.

Será que vão todos ficar calados? 

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