terça-feira, 19 de junho de 2012

OLHÃO: TEMPOS DE REPRESSÃO

O Parque Natural da Ria Formosa ajusta contas com os seus habitantes, particularmente com aqueles que vivem da Ria Formosa, não todos, que para isto também há excepções. 
A multa aplicada a este viveirista, reporta-se ao ano de 2008 e os responsáveis do Parque da Ria Formosa sentindo que os tempos lhes são favoráveis, desenterraram o processo, agora, porque acreditam estar reunidas as condições para fazerem gato sapato de quem vive da Ria.
Não vamos aqui discutir da justiça da aplicação de sanções em matéria ambiental, embora não deixemos passar em claro a falta de campanhas pedagógicas, de educação e sensibilização ambiental, junto dos pescadores e viveiristas, da mesma forma que lastimamos que entidades publicas façam bem pior sem que as chefias do Parque tomem uma atitude. Basta olhar a quantidade de pneus utilizados pelo IPTM ou os esgotos directos sem qualquer tratamento. Pretende-se pura e simplesmente igualdade de tratamento para todos, sem exclusão de partes, sendo certo que todos deveriam ser punidos e de forma mais severa aqueles que pela sua formação deveriam servir de modelo.
Este viveiro situa-se na zona da Fortaleza e um dos argumentos levantados é o de que este viveirista teria aumentado a área do viveiro em 150 metros quadrados, utilizando telhas de lusalite, que se prontificou a retirar de imediato. Tivessem os senhores do Parque outra postura e explicariam a melhor forma de defender o seu viveiro, porque é disso que se trata, sem criar problemas ambientais. É conveniente lembrar que a arrebentação do cachão dos barcos nas barreiras danifica os viveiros.
Ali ao lado existia uma pradaria marinha com uma das maiores colónias de cavalos marinhos do mundo, agora reduzida a 15%, que por outros interesses que não ambientais foi transformada em fundeador de iates. O canal não permite a navegação a barcos com mais de nove metros mas é vê-los a recrearem-se onde não podem nem devem e aí os senhores do Parque nada dizem e muito menos fazem.
Também, paredes meias, está o viveiro do vice-presidente da câmara e do seu sócio-vereador, cuja área foi acrescida de trinta mil metros, sem pagar quaisquer taxas, numa ocupação ilegal e os senhores do Parque nada dizem ou fazem!
Neste contexto, considerar o acto do viveirista uma contra ordenação ambiental grave é excessivo mas a única razão para a aplicação de uma coima tão elevada, tanto mais que todos os viveiristas já não sabem que fazer para manter a actividade, tal o estado de degradação em que se encontra a Ria.
5.000 euros é o equivalente a cerca de dez meses de salário mínimo nacional e vai ser preciso muito tempo para os conseguir ganhar, mas isso pouco importa para quem detém o Poder; para esses, os viveiristas até podiam morrer à fome.
Os pescadores e mariscadores da Ria Formosa têm de mostrar a esta gente o seu estado de revolta pela repressão que se abate sobre a classe.
REVOLTEM-SE, PORRA!

3 comentários:

Anónimo disse...

pois nao sou contra esta multa só tenho pena que poucos sao os casos que acontecem. pois é triste ver viveiros com barreiras feitas de entulho grades de cerveja, ferros.baterias,lusalite etc.. e como e logico o desconhecimento da lei nao o torna inpune pois na licenca de exploracao de um viveiro vem anexo as normas onde é mencionado que so se pode usar materias locais eu apelava éra a uma fiscalizacao a todas os viveiros e tambem as dimensoes dos mesmos .pois em 100 existe um que esteja a ocupar só a area a qual tem direito e nao utiliza barreiras ilegais.

Anónimo disse...

há um levantamento correto de todos os viveiros legais existentes na Ria formosa.perguntem ao manjua o que é feito desse levantamento porque nós sabemos que ele sabe onde está. depois há que ver quem são os tipos que se apoderaram ilegalmente e com a conivencia do Parque de terrenos altamente produtivos onde os mariscadores trabalhavam e era ilegal lá fazerem viveiros.

Anónimo disse...

...tipos que se apoderaram ilegalmente de terrenos com a conivência de um orgão do estado???
Volta Salazar!Bandidos por bandidos o teu regime está mil vezes perdoado.