Há já alguns anos que denunciamos a situação de precaridade da Ria Formosa, nomeadamente a provocada pela poluição da Ria que as entidades publicas tentam esconder, arranjando os mais diversos argumentos. Assistimos no momento a mais uma habitual interdição de apanha de bivalves com reflexos bastante negativos para a população da Ria, desta vez por se registar a presença das toxinas ASP e DSP na carne dos bivalves. É certo que o alerta deve ser dado no sentido de evitar o consumo dos bivalves pois uma das toxinas pode provocar a amnesia, para alem dos transtornos intestinais, mais frequentes.
No entanto discordamos do IPIMAR; é que este instituto é confrontado há anos com este problema e nã consegue explicar, estabelecer a relação causa/efeito para a presença das toxinas na Ria Formosa, atribuindo-as, a uma entidade espiritual que faz com que as correntes das marés as tragam para aqui, desconhecendo-se as origens.
A monitorização feita pela Universidade do Algarve, mais propriamente o CIMA, a pedido da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, entre Maio de 001 e Dezembro de 2002, mostra que as "bem" ditas ETAR da Ria Formosa libertam algas que se inserem em 5 grandes grupos a saber cianobacterias, euglenas, clorofitas, flagelados, diatomaceas e dinoflagelados.
Destas destacamos as potencialmente toxicas como as cianobacterias e os dinoflagelados mas tambem as diatomaceas por ter na sua especie as Pseudonitzschia sp especialmente toxica, sendo que os flagelados, as diatomaceas e os dinoflagelados aumentam com o afastamento das ETAR.
Mas a Universidade do Algarve, mais parece uma coutada do partdio socialista, administrada por reitores feitos à medida da encomenda, poeque estão constatemente dependentes dos subsidios do estado para trabalhos de investigação, vê-se obrigada, tambem ela, a branquear a dituação concluindo que apesar da Ria Formosa sofrer alguma alteração da qualidade da agua causada pelas descargas das ETAR, comparativamente com outros sistemas lagunares, mais confinados, menos hidrodinamicos e sujeitos a menor variação tidal, como sistema não parece estar sujeito a dano ambiental grave. Está tudo dito e feito.
Se alguem se quizer certificar, é clicar no link a seguir http://www.arhalgarve.pt/site/parameters/arhalgarve/files/File/documentos/ambiente/recursos_hidricos/ria_formosa_Impacte.pdf.
Ora, sendo certo que as ETAR libertam algas toxicas para a Ria Formosa de entre as quais algumas libertam as toxinas agora detectadas pelo IPIMAR, porque razão vem este atribuir ao divino a caca dos homens?
Quando as entidades publicas poluem um recurso natural como a Ria Formosa e roubam o ganha pão a milhares de pessoas que esperam senão o sentimento de revolta que os pescadores e mariscadores nutrem pelo Poder, seja ele central, regional ou local?
REVOLTEM-SE, PORRA!
Quando as entidades publicas poluem um recurso natural como a Ria Formosa e roubam o ganha pão a milhares de pessoas que esperam senão o sentimento de revolta que os pescadores e mariscadores nutrem pelo Poder, seja ele central, regional ou local?
REVOLTEM-SE, PORRA!
8 comentários:
Expliquem-me lá os cientistas que escreveram este texto o seguinte:
Segundo a vossa teoria são as ETARS que causam os blooms das algas tóxicas.
Ora bem, assim sendo, queria que me explicassem porque razão estes blooms levam sempre à interdição da apanha de bivalves na costa e só depois e muito raramente à interdição dentro da Ria Formosa?
Se a causa do aparecimento de blooms de algas tóxicas fosse as ETARS, ai tínhamos a interdição dos bivalves a começar sempre dentro da Ria Formosa. Certo?
Não se pode apenas constatar factos, a ciência muitas vezes explica que 1+1 nem sempre são 2.
Para ser cientista não basta saber escrever nomes das espécies, é preciso um pouquinho mais que isso…
Que as ETARS podiam funcionar melhor, podiam.
Que existem problemas de poluição na Ria, existem.
CALMA, não vamos é cair no erro de atribuir tudo ao mau funcionamento das ETARS.
Ao cientista comentador:
Em primeiro lugar para registar que o faz sob anominato, talvez por estar obrigado por um pacto de silencio, que respeito, mas não concordo.
A linguagem por si utilizada é a mesma que uns tecnicos do IPIMAR esaram nos estudos encomendados para a Sociedade Polis e que já foram objecto de analise aqui neste blog, e sobre os quais nada disse.
A monitorização do CIMA aponta para um aumento das algas toxigenas à medida que se afasta das ETAR. pelo menos é o que está ali escrito. Ora a ser assim, as correntes maritimas podiam levar as algas para a costa, certo? Ou tem de ser o contrario? Apenas porque convem que assim seja? Alem do mais, há ETAR a despejar para a linha de costa, certo? E sobre as quais não há qualquer monitorização. Certo?
Ainda assim o seu comentario é apreciado, só que não satisfaz. É que a instituição que tem por obrigação esclarecer esta situação há demasiados anos, nunca estabeleceu a relação causa/efeito do feonomeno. Porque será? Será do guaraná? Mas se tem alguma explicação razoavel sobre o aparecimento destas algas, então faça o favor de nos esclarecer que agradecemos. Pelo menos estou disposto, sempre, a aprender.
Ao cientista comentador:
Em primeiro lugar para registar que o faz sob anominato, talvez por estar obrigado por um pacto de silencio, que respeito, mas não concordo.
A linguagem por si utilizada é a mesma que uns tecnicos do IPIMAR esaram nos estudos encomendados para a Sociedade Polis e que já foram objecto de analise aqui neste blog, e sobre os quais nada disse.
A monitorização do CIMA aponta para um aumento das algas toxigenas à medida que se afasta das ETAR. pelo menos é o que está ali escrito. Ora a ser assim, as correntes maritimas podiam levar as algas para a costa, certo? Ou tem de ser o contrario? Apenas porque convem que assim seja? Alem do mais, há ETAR a despejar para a linha de costa, certo? E sobre as quais não há qualquer monitorização. Certo?
Ainda assim o seu comentario é apreciado, só que não satisfaz. É que a instituição que tem por obrigação esclarecer esta situação há demasiados anos, nunca estabeleceu a relação causa/efeito do feonomeno. Porque será? Será do guaraná? Mas se tem alguma explicação razoavel sobre o aparecimento destas algas, então faça o favor de nos esclarecer que agradecemos. Pelo menos estou disposto, sempre, a aprender.
Em primeiro lugar quero esclarecer o seguinte:
Você não sabe quem eu sou, eu também não sei quem é “a.terra”? Desculpe mas é a verdade. Se calhar devia conhecê-lo mas não o conheço. Não vejo nenhum problema nisso...
Já vi aqui comentários de pessoas que se identificam com nomes de outras pessoas, portanto penso que não é por ai.
Fora politiquices e teorias de conspiração retomo o que comentei:
Tal como eu disse no comentário anterior, a ciência muitas vezes explica que 1 + 1 nem sempre é igual a dois, logo a minha teoria pode estar errada. Correcto. Mas não deixa de ser uma opinião válida. Penso que tenho direito à minha opinião e sinto-me na obrigação de a dar.
Provavelmente você sabe tão bem como eu que a origem destes blooms está associado às correntes maritimas que vêm de Espanha. A maior parte das vezes, e esta vez não foi exepção, a interdição começou na costa Espanhola.
Dou-lhe a boa noticia de que a interdição em Espanha já foi levantada, nós provavelmente vimos a seguir. Segue em baixo o link da noticia.
http://www.mispeces.com/noticias/2012/jun/120614-abierto-marisqueo-rio-carreras.asp
Eu nunca disse que as ETARS são óptimas e que funcionam lidamente. O que eu disse, é que é preciso ter cuidado, porque para ganhar uma luta não se pode mandar para o ar tudo o que nos vem à cabeça e que achamos que está certo.
A Ria tem muitos problemas, isso não vos tiro a razão. Quando dou a minha opinião em relação a este tema é apenas para alertar que o vosso argumento não tem força... esta teoria é fraquinha...não pega... Não andamos todos a dormir!
Meu caro comentador:
Respeito a sua opinião e deve dá-la sempre que achar conveniente. Mas mantenho tudo o que disse e não lhe vejo qualquer explicação para o que acontece. É que se as algas vêm de Espanha, e não espanta, tambem elas se devem a descargas feitas para a costa, particularmente das celuloses de Huelva.
A insistencia neste aspecto, é na relação directa das descargas das ETAR, que descarregam algas toxigenas ao longo de toda a costa, e isso não é desmentido, e os blooms de algas.
Tambem se sabe que com o aumento da temperatura e da população flutuante aumenta o risco.
Isso são dados adquiridos. Mas não venham dizer que o mau tratamento, o pessimo funcionamento das ETAR, seja em Portugal ou na Espanha que não têm a ver com o que se está passando.
E se a origem é em Espanha que espera o Estado português para apresentar uma reclamação junto das instancias europeias pela poluição das aguas de costa provocadas por um Estado membro. Sabe que isso é possivel. Ou será que os espanhois vão dizer que é ao contrario, que é o Estado português o poluidor?
Certo, certo, é que hablando espaniol ou falando portuga, as aguas costeiras são contaminadas e ninguem sabe ou quer assumir as responsabilidades porque teriam de indemnizar os lesados. Esse é grande problema!
a.terra e anónimo! Permitam por favor um elogio à vossa troca de argumentos.
O bem comum necessita de pessoas sérias, bem formadas que defendam com elevação/ respeito mútuo, pontos vista por vezes antagónicos.
Ao comentador que contesta a nossa posição:
Não andaremos muito longe da verdade em torno da sua identidade, mas tambem isso não importa. Importante é aquilo que o senhor faz. O reconhecimento de que a Ria e as ETAR não estão bem é um bom prenuncio. Quanto à fragilidade dos nossos argumentos, é proprio de quem não tem os meios e a formação que o assunto requer, mas que acima de tudo coloca a defesa da Ria, das suas gentes e das actividades tradicionais que lhe são proprias.
E porque sabemos que o senhor é um entendido na materia mas que tambem não se pode pronunciar contra os crimes ambientais cometidos na Ria sob pena de pôr em causa o seu posto de trabalho, porque não fornecer, em off, as informações que detem por forma a podermos fazer mais e melhor? Para isso basta criar uma nova conta, um
pseudonimo e enviar-nos para o email do blog ( olhaolivre@gmail.com).
As instituições só têm razão de existir se servirem para elevar a qualidade de vida das populações, as suas condições de trabalho. Quando as instituições passam o tempo a branquear situações menos claras em que a propria administração publica tem graves responsabilidades, é sinal que algo está mal. O País, a região e a Ria Formosa agradece todos os esforços
que permitam promover um desenvolvimento sustentavel. Contamos com a sua colaboração se assim o quizer, anonima, mas sempre bem vinda.
Boa tarde a todos,
Em relação à minha identidade e ao que faço: sim, estão longe, muito longe…
Adiante:
O reconhecimento de que as ETARS e a Ria não estão bem, não é um pronúncio, mas sim a opinião de quem gosta de olhar para os problemas da Ria de forma isenta, e igualmente com conhecimento de causa.
Discordo completamente consigo, os argumentos frágeis não têm a ver com falta de meios e de formação. Durante o meu percurso de vida, foi nos homens e mulheres do mar que também encontrei grandes sábios! Saber pensar não é exclusivo de quem tem formação superior. As palavras são outras, mas a sabedoria de quem sabe pensar está lá! E assim se ganham muitas guerras.
Queria acrescentar mais algumas considerações sobre o tema:
Em relação às ETARS que descarregam para a costa…desconheço. A descarga de que fala acontece em que costa? Vila Real, Tavira, Olhão ou Faro? Isso é importante.
Na minha opinião, se os blooms de algas tóxicas tivessem apenas como origem a água descarregada pelas ETARS, pelo menos uma vez, já teríamos assistido à interdição de captura de bivalves a começar dentro da Ria Formosa.
Os habitats marihos são ambientes extremamente sensíveis e complexos, existem muitos (demais) factores a controlar. Você quer que eu explique o aumento (desde 1950) da frequência de blooms de algas a nível mundial? Não o posso fazer, a comunidade ciêntifica tem essa preocupação e está a fazê-lo. Posso é indicar-lhe alguma leitura recente e interessante.
Foi publicado recentemente pela comunidade europeia (Novembro de 2011) a compilação de estudos feitos pelo mundo fora que apontam para uma explicação interessante. Existe provas científicas que mostram a existência de uma relação estreita entre a sobrepesa e a proliferação de algas. A publicação é extensa, mas muito interessante, segue em baixo o link:
http://www.europarl.europa.eu/committees/en/pech/studiesdownload.html?languageDocument=PT&file=66617
A sobre pesca em conjugação com o aumento da disponibilidade de nutrientes no habitat é explosiva!
Tenho ideia que as ETARS começaram a funcionar no algarve no fim dos anos 90….Quantas interdições houve desde então, faça as contas e é capaz de ficar espantado com o resultado…
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