domingo, 14 de setembro de 2014

OLHÃO: O ESTACIONAMENTO NA ZONA HISTORICA

Depois de uma apreciação muito resumida sobre as propostas que o Plano de pormenor para a Zona Histórica de Olhão contem a respeito do pavimento e do aumento da volumetria do edificado, debruçamos-nos hoje sobre o estacionamento, dando à estampa a imagem acima.
Diz a proposta que no interior da zona, existem cerca de 530 lugares de estacionamento, dos quais, com a aprovação do Plano, se perdem automaticamente cerca de cem lugares, a acrescer mais 144 que se vão perder na Avenida 5 de Outubro para alargamento do passeio do lado norte. à partida perdem-se mais de 240 lugares.
Nada é dito se os lugares de estacionamento que existiam nos Largos Históricos e agora perdidos estão contabilizados, sendo certo que a presente proposta tem data de Julho de 2013 e os ditos Largos ainda existiam.
No entanto, a proposta de Plano considera como não preocupante esta perda de estacionamento porque na zona adjacente existem cerca de 1000 lugares, parte deles pagos e mais 372, subterrâneos e pagos, como não podia deixar de ser.
Se tivermos em linha de conta que o Parque de S. Francisco em Faro tem uma capacidade para 900 viaturas, gostaríamos que a Câmara ou os autores da proposta de Plano dissessem onde fica essa zona adjacente e onde estão os tais mil lugares. Nas Avenidas Bernardino da Silva, da Republica ou das Forças Armadas? No antigo Largo da Feira, onde está previsto a urbanização de todo aquele espaço?
Mas a proposta, em matéria de estacionamento, não contempla o crescimento da densidade demográfico preconizado para a Zona Histórica e o provável aumento de viaturas.E se até podíamos concordar, e concordamos, com condicionamentos ao estacionamento a residentes, não podemos deixar de estar contra a obrigatoriedade dos residentes na Zona Histórica pagarem para poder estacionar, sem que sejam criadas bolsas de estacionamento suficiente para a satisfação da necessidade dos residentes.
Ao longo dos anos, a Câmara Municipal de Olhão, permitiu o aumento da volumetria a sul do caminho-de-ferro mesmo sabendo que as ruas não comportavam o crescimento viário e de estacionamento. E isso é notório no edificado nos últimos anos na Avenida 5 de Outubro, com um muro de betão que tapou a paisagem, a vista aos moradores da Zona Histórica e que com isso destruiu uma das utilidades a que obedecera o património edificado da malha interior da Zona Histórica.
Por outro lado, os passeios são para uso prioritário dos peões e não para utilização do comercio e por isso mesmo foi criado o Regulamento de Utilização do Espaço Publico, que só permitia a ocupação de parte dos passeios. Foi a autarquia que ao longo dos anos se demitiu da sua acção fiscalizadora e permitiu a ocupação quase total dos passeios, correndo com os peões para o alcatrão. De nada servirá o alargamento do passeio norte da 5 de Outubro se continuar a ser ocupado como tem sido.
Também não podemos deixar de reflectir no impacto que a falta de estacionamento na 5 de Outubro provocará, logo que o aprovem, nos Mercados e até mesmo na restauração, uma vez que quem  a eles pretenda aceder, terá de deixar a viatura a alguma distancia do lugar a aceder e os transtornos que isso comporta.
Apesar das estimativas da proposta nos darem valores relativos à época baixa e mesmo com esses já se anteverem dificuldades no estacionamento, o que será no verão. Terão de estacionar no Cerro da Cabeça.
Bem podem apontar para a possibilidade de estacionar no Largo da Feira mas tal será sempre uma solução temporária até à sua edificabilidade.
Até pela falta de estacionamento, estamos contra a proposta do Plano.
REVOLTEM-SE, PORRA!

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