terça-feira, 23 de dezembro de 2014

OLHÃO: O TUNEL DA DISCORDIA

Num raro gesto de quem quer a participação democrática do Povo nos assuntos que lhe dizem respeito, o ainda presidente da Câmara Municipal de Olhão, promove uma audição publica para aquilatar da melhor solução para o túnel que divide a cidade ao meio.
Cansados do show off deste presidente e da demagogia por ele encenada, vamos procurar desmontar a teia por ele tecida.
São três, as versões apresentadas, correspondendo uma ao projecto inicial da REFER com a introdução de ligeiras alterações, um segundo onde se pretende aterrar os passeios, fazendo-os subir cerca de 1,5 metros acima do nível da estrada e um terceiro que seria o túnel paralelo ao já existente mas para uso exclusivamente pedonal.
No meio disto, fica o comunicado conjunto subscrito pela autarquia e pela empresa onde esta ultima se disponibiliza para financiara a obra dentro de determinados parâmetros que não são claramente definidos.
Ora, em materia de "disponibilidades! já sabemos como funcionam as instituições publicas, sejam elas da administração directa ou indirecta do estado e do seu sector empresarial, pelo que se levantam muitos duvidas quanto à assumpção de custos exclusivamente por parte da REFER.
Quanto à versão da REFER, que já conta com quatro anos, lembramos que a empresa tem materiais que podem ser reutilizados na intervenção prevista com redução substancial dos encargos: 
A versão dos técnicos camarários, de aterrar os passeios apresenta desde logo dois inconvenientes, seja pela redução da capacidade volumétrica da agua, o que em dias de bastante chuva aumentará consideravelmente o risco de inoperacionalidade. Com menos agua e mais depressa intransitavel!
O túnel paralelo apresenta custos mais elevados.
Apesar de já saber da situação, o presidente não fez inscrever qualquer dotação no Orçamento para fazer face às obras, seja lá qual for a opção, fiado de que a REFER as custeará por inteiro e sem qualquer comparticipação por parte da autarquia, o que não é credível.
Neste contexto, parece que a solução que vingará será a mesma que a REFER apresentou em devido tempo, ainda que sujeita a algumas alterações.
Depois de ter feito o mal, tomando posições de força quando sabia que a Lei estava do lado da empresa, evitando a solução atempada com manutenção da passagem de nível aberta até à conclusão das obras, vem agora mostrar a abertura que lhe faltou ao longo dos anos, promovendo uma audição publica que só atrasará ainda mais a conclusão das obras, se é que as fará.
E tudo isto, porque no próximo ano vão decorrer eleições e tem a necessidade de apresentar obra feita, não para resolver o problemas das pessoas, mas para recuperar alguns votos dos que entretanto perdeu.
Demagogia pura!

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