Porque a extracção de gaz natural na costa algarvia tem inicio marcado para meados de Outubro e porque a proximidade das concessões, vêm até 8,5 Km da linha de costa junto à Ilha da Culatra, conforme se pode concluir do documento reproduzido na imagem, entendemos que está na altura das populações residentes se fazerem ouvir, já que não foram tidas nem achadas num processo que lhes diz directamente respeito.
O documento é da responsabilidade dos governos socialistas, como se pode conferir pelas datas, que não estão isentos de culpas na falta de transparencia em todo o processo. Mas também devemos dizer, que um deputado laranja, muito activo nesta matéria à época, acabou por se calar, ou mandaram-no calar, depois de ter questionado o governo do seu partido, valendo-lhe um "exílio" bem remunerado na Europa, traindo todos aqueles que acreditavam nas suas boas intenções.
Significa isto que os partidos que se alternam na (sua) governança do País têm duas atitudes consoante sejam Poder ou Oposição, embora os da rosa se mantenham algo comedidos nesta matéria preferindo não se pronunciar. E o melhor exemplo vem dos presidentes de câmara que se recusaram pronunciar-se sobre uma actividade que pode prejudicar as populações que prometeram defender, exceptuando-se o de Silves.
A verdade, é que as concessões vêm até muito próximo do cordão dunar da Ria Formosa e mesmo que no futuro venham a reduzir a sua área para 25%, ainda assim continuarão a ocupar cerca de 800 km2. E aqui temos de ter em conta os riscos ambientais de pouco valendo virem dizer que os não há, citando outras paragens, porque podíamos elencar um enorme lote de acidentes com esta actividade. Por outro lado, uma das actividades que mais vai sofrer com isto é a pesca, mas os seus grandes defensores estão calados que nem uns ratos, apesar de terem passado escassos dias da homenagem aos homens do mar.
Que futuro para a nossa pesca? As Associações do sector têm uma palavra a dizer, pelo menos é sua obrigação!
E os ilhéus se por acaso forem inundados com uma maré negra ou de águas contaminadas com material radioactivo?
Podemos também ver que contrapartidas são dadas ao Estado, que não à Região ou aos Municípios. Assim, no caso da concessão 13, aquela que temos mais próxima, só depois de o consorcio recuperar integralmente os custos com estudos e outros mais, isto é, quando começar a apresentar saldos positivos, é que começará a entregar ao Estado, depois de retiradas todas as despesas de exploração, vinte e cinco cêntimos por barril. Por este contrato, o consorcio explorador não está obrigado a fornecer ao País um litro que seja de todo o gaz extraído.
Um contrato verdadeiramente leonino para a empresa exploradora, que só dá algo se tiver lucros, e que como já vai sendo habito, num País habituado à contabilidade habilidosa, é muito provável que nem esse pouco chegue a entrar nos cofres do Estado.
Quem quer discutir isto? Será que vão ficar calados, como de costume? Vão esperar que alguém faça o que é obrigação de todos?
REVOLTEM-SE, PORRA!
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