quinta-feira, 18 de junho de 2015

RIA FORMOSA: O RIGOR CIENTIFICO DOS ESTUDOS DA POLIS


No final da semana passada, o pirolito em ministro do ambiente, veio anunciar que a Sociedade Polis havia encomendado novos estudos para combater a falta de rigor cientifico que as providências cautelares apresentavam.
Sendo assim, devemos também analisar a falta de rigor cientifico dos estudos da Sociedade Polis a propósito da poluição na Ria Formosa, cujo objectivo era de facto branquear a actuação das entidades publicas em todo o processo.
As imagens acima, reportam documentos de um estudo a que poderíamos juntar outros, elaborados da mesma maneira ou pelo menos obedecendo aos mesmos critérios, mas as que agora publicamos chegam para quem quer perceber o tão apregoado rigor.
Na imagem de cima, podemos ver que as ETAR da Ria Formosa, descarregam anualmente, 462 toneladas de azoto e 70 de fosforo.
Já na imagem de baixo, vemos uma habilidade de "grande rigor cientifico" atribuindo a pomares de sequeiro e produção de trigo, qualquer coisa como 1.660 toneladas de azoto e 260 de fosforo a que devemos juntar 820 toneladas de azoto e 170 de fosforo oriundas de pomares de citrinos ou ao uso intensivo, perfazendo o total de 2.480 toneladas de azoto e 430 de fosforo.
O estudo, de forma muito conveniente, baseou-se numa cartografia mais que ultrapassada que atribuía à produção de sequeiro uma área de 46% e aos citrinos 20%, mas nós que vivemos na zona não descortinamos estas percentagens, até porque parte significativa dos pomares de citrinos estão abandonados devido ao baixo preço no produtor. Da produção de sequeiro então o exagero é tão grande que qualquer pessoa compreende que não corresponde à realidade. E a produção de trigo, que a maior parte dos nossos jovens nunca viu uma espiga? Onde foram descobrir isto?
Claro que os números não podem estar certos, mas serviram para dizer que a presença de nutrientes na Ria Formosa, é proveniente das escorrências da agricultura, que teria uma participação de 50% do total e outro tanto das ETAR
Para a contaminação microbiologica, o processo utilizado foi o mesmo.
A contaminação fecal é de origem humana ou animal, então havia que "encontrar" uma produção animal que se extinguiu com o encerramento do Matadouro Regional. Vai daí e "descobriram" suiniculturas, vacarias e outros, que mais ninguém vê, mas que as entidades oficiais, de forma conveniente diga-se, mantêm nos ficheiros, sem que tenham qualquer correspondencia com a realidade. A partir daí, está dado o mote para responsabilizar a produção animal como factor da poluição da Ria Formosa.
É este o "rigor cientifico" que vai aparecer nos estudos mandados elaborar pela Polis a propósito da biodiversidade da Ria Formosa, com o qual se pretende convencer o Tribunal a permitir as demolições.
Cuidem-se!

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