De há muito que alertamos para a situação em que se encontra o sistema lagunar e das consequências para a Ria Formosa do assoreamento das barras naturais.
Em Espanha, na região de Múrcia existe uma laguna com características semelhantes às da nossa Ria Formosa, ainda que de menor dimensões, e com o mesmo tipo de problemas como se pode ver em https://www.publico.pt/2017/10/06/ecosfera/noticia/e-se-o-mar-menor-se-vier-a-transformar-num-mar-morto-1787904.
É certo que as amplitudes das marés naquela zona é muito mais pequena do que aqui, mas ainda assim é a fraca renovação de aguas que compromete aquele espaço lagunar, e que aliada a práticas agrícolas incompatíveis com um eco-sistema daquela natureza e os efeitos da pressão humana provocados pelo sector turístico.
O Mar Menor corre um risco acentuado de eutrofização mais acentuado do que a Ria Formosa, e que vai levar ao desaparecimento de muitas das espécies ali existentes, com a sua agua a mudar de cor.
Mas há uma diferença substancial entre a postura das comunidades das duas zonas, com as do lado de lá, a exigirem uma solução imediata para colmatar as ligações (barras naturais) entre os dois mares.
Por cá, a prática tem sido a de defender que seja a natureza a trabalhar quando foi a artificialização das barras a grande causadora da degradação do eco-sistema, impedindo a natural movimentação das areias.
Não podemos deixar de dizer que a Barra da Armona tinha cerca de 3500 metros de abertura e agora está reduzida a 500 no preia-mar e menos de duzentos no baixa-mar, sendo que esta era a principal barra do eco-sistema.
Não podemos também esquecer que em 2009, em vésperas de eleições autárquicas, e na ânsia de ganhar votos, José Apolinário à data presidente da câmara municipal de Faro, como a empresa dona da obra encarregada de ligar os esgotos e agua à Ilha da Culatra, a tivesse abandonado, pressionou a Aguas do Algarve a depositar no leito da barra as condutas que deveriam estar enterradas, e que com isso agravou a situação da Barra da Armona. Esta solução foi apresentada como provisória, mas entretanto já se passaram oito anos e a barra está cada vez pior.
Aliás, se formos ler a apresentação da Aguas do Algarve, verificamos que o que se pensava já era mesmo o fecho da barra da Armona, quando ela deveria ser ainda mais aberta, para permitir uma melhor renovação das aguas.
O Poder político, enfeudado que está pelo sector turístico, acabará por matar a Ria Formosa mas também pode acontecer que o turismo tão desejado acaba por se afastar quando se aperceber da qualidade que as aguas da Ria terão no futuro, cabendo aqui uma palavra à comunidade cientifica do Algarve.
Cabe no entanto à população residente na orla da Ria Formosa defende-la e garantir que no futuro ela continue a ser u sustento de milhares de famílias.
EM DEFESA DA RIA FORMOSA!
2 comentários:
Enquanto o Olhão LIvre alerta para a esta triste realidade outros vermes como o cara ratada, um dos muitos assessores do pina vomitam merda, nas redes sociais e comunicação social algarvia.
Em olhão é só Merda ,também Se respira merda e agora para mais azar aparece outra merda com a cara ratada. É preciso termos azar não sei de onde apareceu tanta Mérda.!!! Se está na moda deve ser pelo pivete que traz este cheirinho diariamente.
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