O presidente da Câmara Municipal de Olhão, na passada sexta feira deslocou-se até à Fuzeta observando a frente ribeirinha para encetar os procedimentos que vão descaracterizar a frente ribeirinha.
Sabemos que um dos objectivos do presidente, à revelia da população da Fuzeta, é a transferência do Parque de Campismo para no seu lugar instalar um designado eco-resort, o que implicaria a transferência também das casas de apetrechos de pesca dos pescadores bem como o desmantelamento dos bares junto da vedação do actual Parque de Campismo, razão mais que suficiente para estarmos contra os desígnios presidenciais.
Mas não se trata apenas daquela alteração, porque os concessionários do Porto de Recreio de Olhão, tentam também a concessão de uma área para instalar o Porto de Recreio da Fuzeta, tendo já encetado contactos com a Docapesca, que por sua vez estabeleceu um contrato de gestão das zonas sob sua jurisdição, passando-a para a gestão da Câmara Municipal de Olhão.
Na imagem acima, publicamos parte daquela que foi a Declaração de Impacto Ambiental do Pequeno Porto de Pesca da Fuzeta, a qual aprovava de forma condicionada e que importa agora analisar pelas implicações que pode ter para a pequena pesca artesanal.
No ponto g) aponta a reorganização e relançamento da pesca, quando todos sabem que a pesca naquela localidade está condicionada pela situação de assoreamento da barra. Sem uma barra em condições jamais será possível relançar a pesca, mas parece ser essa a verdadeira intenção dos nossos governantes, a de acabar com a pesca.
No ponto h) prevê-se a não permissão de estacionamento de embarcações no canal interior. Ora se o Porto de Recreio a instalar se situar na zona do estaleiro, que o presidente visitou, acabando com o estacionamento das embarcações no canal interior, pergunta-se onde vão os pescadores estacionar o seus barcos?
Pelo ponto e) não se permite o enrocamento para o troço final da Ribeira do Tronco, ou seja não será feito nenhuma "parede".
Que o presidente da Câmara Municipal de Olhão, com a sua fobia turística, não veja mais que os interesses turísticos ainda se admite, mas que por via disso queira destruir aquilo que foi a essência, a origem da Vila da Fuzeta, a pesca, e á revelia do seu Povo, temos de estar contra. Não significa isto que estejamos contra o turismo, mas entendemos que a descaracterização da Vila, tanto no que respeita às suas actividades tradicionais como à sua população poderá constituir um autentico desastre.
Aliás, lamentamos que o cretino presidente habituado a expedientes, não tenha promovido a elaboração do Plano de Pormenor da Zona Histórica da Fuzeta, permitindo mesmo a descaracterização do edificado, outra martelada.
E se alguns pescadores, crentes ainda no Pai Natal embora já não tenham idade para isso, que a barra será dragada para servir a pesca, é melhor que se desenganem. A barra será dragada sim mas para estar ao serviço dos interesses turísticos.
Esperamos, e quando chegar o momento próprio, nos pronunciaremos sobre os estudos de impacto ambiental do futuro Porto de Recreio da Fuzeta, argumentando mesmo com a Declaração de Impacto Ambiental apresentada, da mesma forma que nos oporemos à destruição do parque de Campismo, procurando junto do Povo da Fuzeta, as melhores formas de organização para combater os crimes que ali se preparam.
1 comentário:
Turistas ou pescadores, para mim tanto vale. Desde que acabassem com o consumo e a venda de droga a vista de todos nas ruas e cerros desta nossa linda Branca Noiva do Mar.
Seria pedir muito que os consumidores e os traficantes procurassem outras paragens para levarem a cabo as suas actividades?
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