O presidente da câmara municipal de Olhão não deve viver no mesmo concelho que nós, já que na sua mensagem de Natal, que pode ser lida em http://www.cm-olhao.pt/destaques2/2364-mensagem-de-boas-festas-do-presidente-da-camara-municipal, diz "O ano que agora termina foi um ano empolgante, pois testemunhamos o progresso substancial na nossa cidade e do nosso concelho. Temos à nossa frente um novo ano de progresso".
Mas esta empolgante novidade do presidente é contrariada por noticias que dizem o contrário, mal se percebendo onde foi ele encontrar o progresso do concelho.
A imagem acima foi retirada do jornal Região Sul, a quem pedimos desculpa pelo "roubo". Pelo artigo, pode ver-se como o Algarve se desenvolve a diversas velocidades baseado em números do INE e com Olhão num modesto 10º lugar entre os dezasseis concelhos da região, e com um poder médio de poder de compra bem abaixo da média.
Também o Diário de Noticias apresenta uma noticia que contrasta com as declarações do edil olhanense em noticia que pode ser lida em https://www.dn.pt/lusa/interior/comercio-tradicional-no-algarve-pode-ter-pior-natal-do-que-em-2016---associacao-8980181.html, embora discordemos de parte da analise que é feita neste artigo.
O comercio tradicional vive dias de amargura mas não está só nesta situação mas a maioria da população, fruto das políticas que têm sido tomadas ao longo dos anos.
Na realidade, o aumento do numero de grandes superficies, com destaque o novo centro comercial de Loulé, retira as pessoas do comercio tradicional para as transferir para aqueles espaços comerciais na procura de preços mais baixos, fruto do fraco poder de compra. No momento de autorizar a instalação destas superfices comerciais, as autarquias deviam obriga-las à aquisição de uma determinada percentagem de produtos da região, assegurando a sobrevivência dos produtores locais. Mas também sabemos como as autarquias estão reféns dos elevados interesses que se escondem por detrás destas empresas.
Mas na verdade, o que devemos dizer é que a austeridade não abrandou, antes pelo contrário, mudando apenas de forma, fruto de engenharia financeira, tão artificial que acabará por cair por terra por falta de sustentabilidade, gozando no momento da baixa de juros praticada pelo Banco Central Europeu. Mas já se anuncia o aumento da Euribor o que fará com que os portugueses percam 2% dos seus rendimentos durante o próximo ano.
No caso do concelho de Olhão, que sempre viveu da sua relação com o mar, a principal fonte de rendimento da maioria dos olhanenses, assistimos à completa degradação da pesca e da moluscicultura e actividades afins. É na quebra de rendimentos das pessoas ligadas ao mar, com os reformados a ajudar as famílias neste momento difícil, que se verifica a falta de poder de compra, com o comercio local a agonizar todos os dias.
Não podemos deixar passar em claro que a quebra nos rendimentos da moluscicultura está directamente ligada à poluição da Ria Formosa, onde a Câmara Municipal de Olhão tem grandes responsabilidades com as descargas ilegais de esgotos directos.
Onde é que o cretino presidente vislumbrou o "Progresso substancial" do nosso concelho? Talvez alguns dos seus amigos tenham beneficiado de negociatas, porque o Povo, esse espera e desespera por melhores dias.
E preparem-se que no próximo ano a crise vai agudizar-se!
ATÉ UM DIA!
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