sexta-feira, 4 de outubro de 2019

ALGARVE: PORQUE VOTO!

Hoje é o ultimo dia de campanha eleitoral e sobre ela devo tecer algumas opiniões, sabendo de antemão que não agradará à maioria dos nossos leitores mas que nem por isso devem ser omitidas.
Em 2008, assistimos à eclosão de uma crise financeira internacional que afectou seriamente o nosso País, de tal modo que houve uma intervenção do FMI e obrigou a um resgate e às suas consequências, os conhecidos cortes, porque o País estava a viver acima das suas posses.
Quando se diz que o País estava a viver acima das suas posses é porque as importações eram, e são ainda, muito superiores às exportações, desequilibrando as contas.
Este défice, que é estrutural, resulta da liquidação do sector produtivo com particular incidência na agricultura, nas pescas, industria ou extracção mineira. Grosso modo, a situação mantém-se e o défice estrutural também, não estando o País preparado para uma nova conjuntura internacional desfavorável.
Como é do conhecimento geral, está em curso uma guerra comercial entre as duas grandes super potências EUA e China que vão provocar uma recessão à escala global, trazendo à tona de agua outra vez a questão das dividas publicas e soberanas. No entanto os partidos do arco da governação, conseguem passar uma campanha eleitoral sem tocar no assunto, quando há a forte possibilidade de no curto prazo sermos confrontados com novo resgate e os habituais cortes em salários, reformas e outras medidas que prejudicam, e muito, os trabalhadores deste País.
Entretanto, sabe-se que são dezenas de milhares de milhões que estão depositados em off-shores, seguros de que haja o que houver não serão confiscados, todos eles de patrões, que os trabalhadores não têm condições para isso, mas que são os únicos que são chamados a pagar as crises.
Aquilo que se prepara, e para isso serve perfeitamente a alteração da legislação laboral oportunamente aprovada pelo governo Costa como o apoio dos partidos de alternância de Poder, são despedimentos em massa, redução de salários e reformas, cortes nos apoios sociais e aumento de impostos.
A campanha eleitoral tem-se desenrolado como se só houvessem dois partidos, a disputarem entre si qual deles vai ter a maioria e a governação, mas completamente indiferentes ao futuro do Povo trabalhador. Nenhum deles merece o meu voto. Votar como se pretende será no mínimo escolher a raposa que vai atacar o galinheiro!
Nenhum deles fala no combate à corrupção, na saúde, nas reformas ou no aumento do salário mínimo, refugiando-se no tratado orçamental e outras misérias que a CEE nos impõe. Por mais que digam que a UE mandou dinheiro para este País, seria necessário quem o recebeu e como o gastou mas nenhuma entidade que se preze está virada para isso. O clientelismo e o voto foram o objecto para a atribuição dos fundos, cujo beneficio não chegou às populações.
O Mar Europeu, não é outro que não o nosso mar que assim passa a ser do domínio das grandes potências pesqueiras, que nos roubam o peixe e deixam os nossos pescadores na miséria.
Na agricultura promovem-se as culturas super-intensivas de produtos para a exportação, mas não se produz para a satisfação das necessidades da população e que acabam por ser importados.
Muitas mais razões haveriam, mas bastam-me essas para votar no PCTP/MRPP, o único partido que levanta estas questões.

1 comentário:

Anónimo disse...

Neste concelho uma grande vergonha a elevada abstenção, para não falar no pais. Afinal no futuro o que nos espera, se as pessoas quando tem oportunidade de mudar não aproveitam um dever que lhes conquistado com muito sacrifício. Mas isso não interessa, é melhor estar no café a o falar mal e de outro, e venha o RSI que estamos quase no dia 10.