Gostem ou não, vivemos num regime supostamente democrático, onde existe o direito de opinião, mas parece que, à semelhança do regime deposto no 25 de Abril, existem novos censores só que desta vez em maior quantidade.
Podemos não gostar dos textos de alguém e no meu caso recebo dezenas de publicações que vão da extrema direita ao lado oposto. Leio o que quero ler e a mais não sou obrigado, mas o que não faço, é denunciar textos de terceiros por discordar deles. Aí o que há a fazer é usar o contraditório e dizer o que penso sobre o assunto. a obrigatoriedade
Vem esta lengalenga a propósito de uma acção de censura contra as minhas publicações, em que alguém me denunciou junto do Facebook. Não se pense que foram os textos sobre a pandemia, mas muito mais vasto, muito para alem desses, como até o despacho de arquivamento pelo MP ou a situação da zona de produção de bivalves Olhão 4.
Obviamente que não foi de alguém ligado ao poder central mas sim ao poder local. Há que acautelar algumas situações como um tacho ou uma candidatura, já que estamos a pouco mais de um ano de eleições autárquicas. De uma forma ou de outra, quem está em causa, são os senhores que exercem o poder, que no caso de Olhão são da mesma dos que estão no governo.
Claro que tudo acontece por se denunciar a tardia e incipiente reacção à propagação do vírus COVID 19. Como se pode ver no texto de ontem, a Directora-Geral de Saúde, em Janeiro dizia que era quase inexistente a chegada do vírus à Europa, devido à distancia que nos separa da China.
Esqueceu a senhora, que a globalização transformou o planeta numa aldeia global, em que não só as mercadorias estão no outro lado do mundo em menos de 24 horas, do mesmo modo que a deslocação de uma pessoa contaminada leva o mesmo tempo. Nos dias que correm não há distancias que separem os Povos e tudo pode acontecer no espaço de poucas horas.
Como se não bastassem as infelizes declarações da Directora, o Estado tardou a reagir, partindo dos mesmos pressupostos, não acautelando o material indispensável no combate à propagação do vírus como descurou a aquisição de material hospitalar para protecção de doentes e trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde. Pelo contrario, permitiu o açambarcamento de bens essenciais para evitar a propagação do vírus como permitiu a descarada especulação desse produtos.
Foi perante isto, a negligência do Governo, que foi necessário recorrer a uma acção mais musculada e a jeito da direita nacional, como a declaração do Estado de Emergência, que dá ao Governo o poder para obrigar os trabalhadores a trabalharem em condições de risco para a sua saúde, não acautelando a obrigatoriedade por parte do patronato de criar as condições para evitar o contagio dos seus trabalhadores.
É isso que os nossos censores não querem que denunciemos, a responsabilidade dos nossos governantes, como da generalidade dos governos europeus incluindo a própria UE.
Mas lembrem-se de que a procissão ainda não saiu do adro porque, não só o viris ainda vai durar mais uns tempos, como o que se lhe seguirá não terá menos impacto nas pessoas mais carenciadas com a miséria e fome a crescer.
Obviamente que estamos contra a censura e somos pela democracia e pela liberdade de expressão e não haverá Estado de Emergência que nos calará!
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