sexta-feira, 6 de março de 2020

OLHÃO: SE A IDIOTICE PAGASSE IMPOSTO, HAVIA MUITO GENTE RICA

A propósito de uma recente entrevista ao nosso presidente da câmara, António Pina, sobre a reutilização das aguas residuais para fins agrícolas, o homem mostra aquilo que já há muito se sabe, de que é nas grandes obras que se ganha o papel.
Relembrando, há mais de dez anos que defendemos aquela solução, fundamentada em estudos efectuados por investigador acreditado.
Participámos num evento, realizado no Auditorio da CCDR, em meados de 2015, promovido em conjunto por entidades que iam desde a ERSAR, à Aguas do Algarve ou ARH, onde se apresentava essa possibilidade. Aquilo que era apontado como inconveniente, era o elevado custo de tratamento, que o consumidor paga na factura da agua e a distancia das ETAR em relação às zonas de produção agricola.
Depois disso construíram- se duas novas ETAR na região algarvia, a de Faro/Olhão e a da Companheira em Portimão, e ambas, apesar de a própria UE apontar para a reutilização das aguas residuais, foram concebidas para despejar no meio marinho, poluindo.
Veio o Pina alegar com os custos do investimento em condutas ou outro meio de transporte das aguas residuais para as zonas de produção agricola, mas não diz que a nova ETAR Faro/Olhão é um flop em termos de impacto para a qualidade da agua da Ria Formosa.
Para a reutilização das aguas residuais urbanas, estas não precisam de mais quem um tratamento primário com desinfecção, dado que a radiação ultra violeta elimina a contaminação microbiológica, no fundo, o mesmo tipo de tratamento utilizado na velhinha ETAR de Olhão Poente. Para quem não sabe como funcionam estas ETAR, lembramos que são tanques de terra batida.
Assim e declarando o interesse publico, seria possível proceder á expropriação de pequenas parcelas para construir as novas ETAR junto das zonas de produção agricola, sem os inconvenientes do transporte dos efluentes tratados.
Se por um lado não houve a vontade politica de resolver esse problema, houve todo o interesse em manter a actual situação, deixando que a poluição destrua a produção a produção da ameijoa, uma forma muito conveniente de ajudar a produção da ostra do nosso amigo Pina.
a ameijoa continua a ser a rainha no mundo da aquicultura portuguesa, produzindo cerca de 3.887 toneladas, cujo valor excede mais de quarenta milhões de euros e emprega directa e indirectamente milhares de pessoas. É esta a actividade que a podridão da politica quer acabar.
É caso para dizer que com tanta idiotice, muitos destes políticos conseguem enriquecer!

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