domingo, 13 de setembro de 2020

OLHÃO: POLUIÇÃO, CANCRO QUE NÃO ACABA!

A luta contra a poluição na Ria Formosa já dura há mais de vinte anos. Em 2004, ainda o Pina não era presidente da câmara nem vereador quando foi elaborada a Agenda 21 Local.
Para aqueles que não acompanhavam estas coisas, a Agenda 21 Local, era uma forma de fazer o diagnostico das principais necessidades da cidade e do concelho, ajudando a definir as prioridades.
Para a elaboração da Agenda 21 Local, foi chamada a participar uma Universidade, que conjuntamente com grupos de cidadãos, distribuídos por diferentes grupos de trabalho em função das suas actividades profissionais ou habitacionais, elencavam os problemas por eles detectados. Mais tarde, foi feita uma votação e o item mais votado foi a poluição.
Mas antes disso, entre 1984/1992 foi feita a rede separativa de saneamento e em 1995 a ETAR Poente de Olhão. Enquanto no passado, os esgotos estavam dispersos ou eram utilizadas fossas, a partir do momento em que foram feitas as redes separativas de saneamento, os esgotos passaram a ser concentrados e mais ainda quando foram instaladas as ETAR, autenticas fabricas de poluição. 
Depois da construção das redes separativas, a câmara autorizou, por delegação, que os construtores ligassem os esgotos domésticos à rede de aguas pluviais, as tais ditas ligações clandestinas, e que vão desaguar na Ria Formosa, poluindo-a.
A poluição vem matando a Ria lentamente; é a mortalidade dos bivalves; é o desaparecimento da seba, habitat do cavalo marinho e de tantas outras espécies piscícolas que encontravam nela o abrigo para a deposição dos ovos; segue-se a ostra giga, uma espécie exótica proibida por lei que toda a gente sabe mas cala, até porque o maioral da ostra é também o maioral da autarquia.  Agora, como se não bastasse a poluição é uma alga, a caulerpa, uma espécie invasora, infestante que não serve de agasalho para nada e que vai conquistando o espaço à seba, sem que as entidades publicas com responsabilidades na matéria tomem qualquer medida.
Certo é que no topo norte do porto de pesca, junto ao cais T ou no porto de recreio, continuam a desaguar esgotos directos que levaram à desclassificação da maior zona de produção de bivalves na area de Olhão.
Claro que dá um certo jeito porque estas concessões acabam por não serem renovadas e terminam para o ano, e a partir daí, ficam criadas as condições para dragar um canal directo do porto de recreio em direcção à boia da Murtina. Limpinho! Mais limpo não podia haver!
E que futuro para quem sempre viveu da Ria? Miséria!
A poluição é um cancro que mata a Ria mas serve interesses ocultos. Que o diga o Pina!  
  

1 comentário:

Anónimo disse...

Não se se sabem mas ainda há pouco tempo foi aumentada a rede de saneamente á volta de Moncarapacho para o espaço rural. E não deixa de ser curioso, porque por lei as vivendas já de há algum tempo (sinceramente não não sei a lei actual, mas mais permissiva não é de certeza...) que são obrigadas a ter fossa séptica. Portanto, essa rede vai servir para uma coisa: Dar dinheiro a quem fez a obra e depois poderem aumentar o IMI (casas com rede de saneamento ao pé pagam mais IMI)... Belo investimento para a camara em nome do ambiente...