quarta-feira, 9 de setembro de 2020

OLHÃO: UMA REQUALIFICAÇÃO DESASTROSA!

Em democracia, todas as ideias são bem vindas, mas quem as produz devia ter em conta as prioridades, uma vez que há aspectos que são essenciais para toda a população e não para uma pequena parte dela. Vem sito a propósito da Requalificação das zonas nascente e poente da Avenida 5 de Outubro e da Avenida 16 de Junho e das declarações algo contraditórias dos responsáveis políticos. Assim, enquanto Carlos Martins, vereador do urbanismo e das obras publicas diz ao Algarve Primeiro, em  https://www.algarveprimeiro.com/d/lancado-concurso-para-requalificar-av-16-de-junho-e-zona-nascente-da-av-5-de-outubro-em-olhao/34160-4, que vai ser feita uma praia urbana e um grande jardim publico ou uma zona de observação de aves na zona poente, entre a rotunda do cavalo marinho até à rotunda da fonte luminosa.
Desde logo se chama a atenção para o facto da praia urbana se situar numa zona cujas aguas apresentam um elevado nível de contaminação fecal, proibida para a apanha de bivalves e impropria para uso balnear, pelo que se trata de gastar dinheiro inutilmente, mas que dá jeito para a promoção turística.
Já o Pina, presidente da câmara municipal de Olhão deixa escapar as suas reais intenções quanto ao que pensa fazer na cidade, na pagina do município no Facebook, de que destacamos as seguintes frases:
“Vamos catapultar toda esta área - que vai deixar de ser uma zona pós-industrial para passar a ser mais uma zona nobre da cidade - para um novo patamar de qualidade de vida”, assegura o presidente da autarquia, António Miguel Pina.
O autarca acrescenta que esta empreitada, “a par da implementação do Pano de Pormenor Este de Olhão e a potencialização das formas de uso do espelho de água que é o porto de pesca, representa mais um passo numa intervenção que começou a nascente, com a 5 de Outubro e os jardins, e terminará ainda mais a nascente, com a requalificação da zona entre as rotundas do Cavalo-marinho e da fonte luminosa”.
Terminados estes projetos, a cidade passará a dispor de uma frente ribeirinha de 3 mil metros, zona de fruição de excelência, sem igual em toda a região, de contacto privilegiado com a Ria Formosa, sem entraves urbanísticos ou de qualquer outra natureza.
Cada qual pode fazer a leitura que entender e bater as palmas que quiser, mas a verdade é que o Pina entendeu que toda a frente de mar da cidade tem de estar virada para o turismo e os olhanenses devem ir viver para a periferia, a norte da Nacional 125.
Como já havíamos dito, a chantagem e pressão feitas sobre os proprietários e inquilinos que ocupam os armazéns na 16 de Junho, encerra um processo de expulsão de actividades que eram características da cidade, quase todas elas com ligação ao mar.
Para o Pina só o turismo conta e certamente não terá lido ainda que outras grandes cidades europeias, como Veneza, Barcelona e outras, vêm combatendo o excesso de turismo. Lembramos a esse propósito que o concelho de Olhão tem cerca de quarenta e cinco mil habitantes, e se apontarmos a agregados familiares de três pessoas, seriam necessárias quinze mil casas, quando existem vinte e seis mil, e nem assim a população de Olhão consegue arranjar uma casa.
Por outro lado a pandemia, veio mostrar que se torna indispensável diversificar a actividade económica, retomando a pesca (tão maltratada pelo Pina), a agricultura e a industria. Ficarmos na dependência de uma única actividade e ainda por cima sazonal, não é que quem queira o desenvolvimento do seu Povo mas apenas de alguns, os costumeiros pratos bravos que veem neste projecto do presidente da câmara, uma enorme oportunidade de fazer dinheiro.
Para esta canalha não conta o mal estar do Povo.
Mais, não se pense que ficam por aqui as diatribes turísticas do Pina, já que pela escrita do papá, até os terrenos das Reservas Agricola e Ecologica deviam ser mais permeáveis ao desenvolvimento turístico.
Mas pai e filho não têm os ordenados ou reformas dos comuns munícipes, vivendo bem acima deles, e é neles que se devem centrar as preocupações.
Olhão, cidade e concelho não se resumem à frente ribeirinha, Os investimentos não podem ser feitos única e exclusivamente naquela zona; a generalidade das ruas precisam de tapetes; infraestruturas de agua e esgotos precisam ser renovados.
E já agora, uma obra que ainda nem foi objecto de concurso, a noticia serve de quê? De pura campanha eleitoral! Acordem!


1 comentário:

Anónimo disse...

Pina em campanha. A promover obras que ainda nem firam a concurso. A dazer obras a pressa. E hoje ate duz ter comprado 2 camioes novos para os bombeiros mas que ba realidade ja se envontram ao servico a muito e nao sao novos. Quanto a doca se o projecto fir em frente os olhanenses fuxarao proibidos de ter botes pois quemvai pafar 120€mes para ter um bote qye custa 1000€ so para ricos