O 16 de Junho é a principal referência de Olhão. Ela representa a libertação do jugo francês e também da ida ao Brasil, de um caíque, levando a "boa nova".
Recordar o passado, recordar os feitos dos nossos antepassados, servir-mo-nos deles para dar à nossa juventude uma motivação maior, é uma obrigação, principalmente, por parte de quem dirige os destinos da autarquia.
Deram-nos "música". Puseram uns cantores da moda, outros nem tanto. E a maltinha lá vai cantando e rindo, com o futebol de permeio a dar-nos algumas alegrias e outras frustrações. Já há mais de trinta anos que nos vão dando música. Promessas de comemorações condignas. Qualquer coisa a condizer com a importância da data e também com o aniversário. Um bi-centenário. Mas na prática, não passou da música e pouco mais. Valeu pelo desfile com os trajes tradicionais da época.
Quanto à viagem do caíque "Bom Sucesso", ao Brasil, nem vê-la. Também já era de esperar. Não foi coisa proposta pela câmara. Partiu da APOS. As propostas dos cidadãos ou associações cívicas desta terra não tem direito a nada. Ou aceitam como se fosse da autoria do senhor presidente ou nada feito.
A APOS bem tentou arranjar patrocinadores, bem se esforçou para que o caíque navegasse. Nada. A câmara nunca esteve para aí virada. Refugiaram-se numa eventual despesa de 700.000 euros (qualquer coisa como 140.ooo contos, pelo dinheiro antigo). Para fazer deslocar aquele barco e com o esquema que estava montado (só comandante e o imediato é que ganhavam) como é que se explica uma despesa tão grande? Provavelmente alguns enfatuados da nossa praça já se estariam a imaginar no "bem bom" com todas as despesas pagas. Que ricas férias que os senhores queriam. Esfumou-se tudo.
Com a devida vénia à APOS. Um belo trabalho. Parabéns. Valeu pelo esforço. Que o "senhor presidente" e o seu séquito vejam e sintam como Olhão e as suas gentes sempre estiveram viradas para o mar, para a pesca. O cheiro do peixe incomoda sua excelência. Paciência.
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