sábado, 21 de julho de 2012

OLHÃO: AS FESTAS DO REGIME

Este tem sido um ano particularmente fértil na promoção de eventos aos quais a Câmara Municipal de Olhão tem dado o seu melhor contributo. A razão da profusão e do apoio camarário radica na necessidade do regime alienar as pessoas da gravidade dos problemas que afectam o País no geral e o concelho em particular. Enquanto as pessoas assistem a um festival de folclore, a concerto de um grupo rock, a uma semana dedicada ao bebe ou a qualquer outro evento, esquecem momentaneamente os problemas que afectam a sociedade e deixam-se enlevar no conto do vigário que está por trás de algumas destas iniciativas, muitas das quais com razão de ser até pelo seu cariz de raiz popular, mas que as entidades oficiais fazem questão de burocratizar. 
Para que o regime não perca a face, arranjam-se algumas associações, também elas burocratizadas pelo sistema, que em sintonia e obediência ao Poder, nem de outra forma poderia ser, vão dando a cara e o nome, para que o Poder, nomeadamente o autárquico, possa depois aparecer como a entidade que ajuda na promoção dos eventos.
Exemplo disso, são as festas dos Santos Populares, tradicionalmente promovidas por comissões de rua ou bairro, com os mastros, a decoração artesanal, os poemas e o peixe assado, que a Câmara Municipal transformou em marchas populares, que nunca foram tradição na terra, organizadas a contento.
Escusado será dizer que quem não fizer o jogo da edilidade, não recebe um vintém de apoio financeiro ou outro qualquer, seja para o S. João ou para o Carnaval.
Num momento de grave crise económica e financeira recomendaria o bem senso alguma contenção nos gastos com estas festinhas, tão a gosto do emplastro feito presidente que logo aparece para se mostrar, mas porque a situação dos eleitos locais está dependente de um conjunto assinalável de processos judiciais que podem determinar sanções por graves indícios da pratica de crimes conexos aos de corrupção, porque a Câmara Municipal desvia o dinheiro da Ambiolhão para pagar os salários dos trabalhadores, porque o que predomina é o vazio de ideias, os autarcas tendem a apoiar tudo aquilo que ajude a formar uma imagem contraria à realidade. É caso para se dizer que com papas e bolos se enganam os tolos.
As centenas de milhares de euros que saem do erário publico directamente para a Fesnima, empresa municipal de animação, mais os protocolos estabelecidos com as associações do regime ou a contratação directa de empresas de promoção de eventos, são um atentado a uma população que regista a maior taxa de desemprego, a maior percentagem de RSI, com uma actividade económica a viver de balões de oxigénio.
Ao mesmo tempo que se gastam centenas de milhares de euros em destas, festinhas e festarolas, a Câmara Municipal corta o fornecimento de agua a cerca de quatro centenas de pessoas, num valor que não totalizará os dez mil euros. O egoísmo, a falta de solidariedade, incutida pelo sistema na população, leva a que as pessoas esqueçam o sofrimento alheio mas bem ao lado.
E se é certo que cada um deve pagar as suas contas, também é certo que quem criou a divida do País ou do Concelho que a pague, não fazendo reflectir nas populações mais fragilizadas o ónus dos crimes políticos cometidos pela canalha e de que é exemplo o aumento grotesco do preço da agua, do saneamento básico e dos resíduos sólidos.
O sistema impôs-nos este regime porque ser o que melhor se adequa às suas pretensões. É, que numa democracia bolorenta como a que temos, as pessoas dão largas ao seu descontentamento sob a forma de desabafo, o que retarda a revolta. Não pudessem as pessoas desabafar que seria incontida a revolta.
Até quando?
REVOLTEM-SE, PORRA!

1 comentário:

Anónimo disse...

Bem interpretada a forma como os doutores da MAFIA teceram o regime abrilino; a válvula de segurança que permite o desabafar,desabafar, desabafar a indignação causada pelas canalhices - sentimento de liberdade, de "democracia",de poder...; Desabafo que vão vai além de palavras que não fazem qualquer efeito para quem a vergonha, a ética, a dignidade ou a honestidade são atributos do tempo dos egrégios fundadores daquilo que os "palermas" dão o nome de pátria.
Desabafos??? A parte onde melhor dorme a corja de bandidos que nos domina.