quinta-feira, 16 de outubro de 2014

PSP COM MANOBRAS DE INTIMIDAÇÃO SOBRE OS PESCADORES DA PRAIA DE FARO

É noticia do CM de hoje, um exercício da policia de intervenção na Praia de Faro, num contexto particularmente difícil para os pescadores residentes nos núcleos habitacionais que desde sempre ocuparam.
A Sociedade Polis acompanhada pelas câmaras municipais subscritoras daquela sociedade, têm vindo a enviar notificações aos moradores dos núcleos a "renaturalizar", melhor dizendo demolir, no sentido de serem retirados todos os seus pertences e convidando-os a abandonar as casas.
Como não podia deixar de ser, instalou-se o sentimento de revolta entre os pescadores e é previsível que ofereçam resistência às desocupações, e pior ainda, porque à Câmara Municipal de Faro competia assegurar o realojamento das famílias a desalojar, ali para as bandas do Montenegro.
É neste contexto que surge o exercício policial, para que em pleno teatro de operações, os moradores possam assistir às habilidades dos artistas do cassetete, em defesa do patrão.
Não há muitos anos que este tipo de exercícios era efectuado na Ilha dos Hangares numa área reservada da marinha. Porquê, então na Praia de Faro? Claro que estamos perante uma manobra intimidatoria das autoridades e que visa minar a resistência dos moradores.
A raiz de todos os problemas reside no Plano de Ordenamento da Orla Costeira que cria as zonas a renaturalizar ( demolir), elaborado por socialistas e agora gerido por social-democratas.
A Sociedade Polis tem à sua frente um tal Sebastião Braz Teixeira, por inerência do cargo que ocupa na ARH, um invertebrado politico, mas que o pai foi secretario de estado ao tempo da múmia de Boliqueime.
A promiscuidade entre os interesses em jogo, permitiu a alteração da cartografia da área desafectada a favor do município de Faro por forma a contemplar quatorze casas que tinham ficado de fora e em risco de demolição. Dessas casas, sobressai a de David Santos, o homem forte do PSD Faro, um intriguista politico, que conseguiu ser premiado com a presidência da CCDR Algarve.
Mas há questões que devem ser mais esmiuçadas e que revelam bem da hipocrisia do que se prepara. Na verdade, olhemos para a Rua de Nª.Srª do Carmo na Fuzeta, cujo lado sul, está todo ele em Domínio Publico Marítimo. Apesar de apresentadas queixas na ARH; CCDR nos Tribunais Adiministrativo ou Criminal continua tudo na mesma, não se prevendo qualquer demolição, pese embora o facto de ser reconhecida da sua ilegalidade. Na Península de Cabanas de Tavira, todo aquele edificado está em DPM, autorizado mas à revelia da legislação. Na Quinta do Lago, existem casas a oito metros da linha de agua, ainda que em propriedade privada não podiam ser construídas porque todas aqueles espaços constituem servidão administrativa. Tudo isto para mostrar bem da dualidade de critérios adoptado para demolir, cirurgicamente, as casas dos pé rapados.
E se do ponto de vista da dominialidade é assim, do ponto de vista ambiental, não o é menos. Na verdade quanto mais alto for o edificado, pior será a movimentação eólica das areias, um argumento já abandonado, restando apenas o argumento do risco para pessoas e bens.
E este risco pode facilmente ser corrigido, a custos reduzidos, com recurso a recifes artificiais em mangas de geo-têxteis, uma técnica que permite alterar a energia das ondas e com isso aumentar em largura e altura a mancha de areal.
Tudo o que está programado para a Praia de Faro e para o resto das Ilhas Barreira, é a venda a retalho a preços de saldo dos nossos valores naturais, onde se insere a tal estratégia para o mar e ordenamento maritimo, cozinhado entre PS e PSD.
REVOLTEM-SE, PORRA!

6 comentários:

Anónimo disse...

O exercicio foi hoje no núcleo dos Hangares,e foi um simulacro com ataque de armas quimicas.

Anónimo disse...

Será PSP, Policia Maritima ou GNR, a praia de Faro não pertence à área de actuação da PSP, mas sim da Policia Maritima e da GNR, algo está errado nesta noticia.

Anónimo disse...

Importante é mostrar o lado sinistro da actuação deste POLIS.
Esta sociedade está ao serviço de quem? Da causa pública? Desde o início que tem demonstrado o contrário.
Até prova em contrário tudo leva a cogitar que servem os interesses da MAFIA.
Cobardia até quando??

Afonso disse...

Exactamente, um exercício da PSP e que como deveria saber quem escreve este artigo, as áreas de actuação das diferentes forças de segurança estão bem definidas, o que não quer dizer que não se façam exercícios em conjunto e na área adstrita a cada força de segurança. A polícia Marítima tem os seus homens preparados para intervenções a nível de ordem pública, assim como a praia de Faro é constantemente patrulhada pela GNR, pelo que dificilmente, diria quase impossível, ver algum dia o Corpo de Intervenção da PSP a fazer qualquer tipo de serviço para os quais estão preparados na praia de Faro. O Corpo de Intervenção da PSP, fica sediado à cerca de um ano, na área do aeroporto e situa-se a pouco mais que um Km de distância da Praia de Faro, pelo que é mais prático a realização dos exercícios na referida área. A realização dos exercícios nos Hangares, (área específica reservada da marinha) apenas se efectuam naquele local por motivos logísticos, sendo que, devido ao facto de ser necessário usar material explosivo e pirotécnico o uso dos mesmos em outros locais poriam em sobressalto os habitantes, saliento ainda que, exercícios são habituais nas mais diferentes áreas e fazem parte integrante dos treinos das unidades especiais da polícia de segurança pública, não são realizados mais frequentemente por algumas limitações orçamentais e claramente as polícias não efectuam exercícios com o intuito de intimidar populações, ao estilo da Coreia do Norte. Espero ter esclarecido algumas questões.

Anónimo disse...

O Corpo de Intervencao da PSP, realizou ontem dia 16, um exercício de ordem Pública ao pé da praia de Faro, onde não teve nada haver com a execução de desocupação de casas para o cumprimento do programa polis

a.terra disse...

Ena pá, tanta gente a defender o exercicio do corpo de intervenção. Não retiro nem uma linha do que foi escrito pela simples razão de que foi noticiado num jornal nacional. O contexto, o momento escolhido, a "coincidencia" temporal com a acção de despejo do Polis, quer queiram ou não, configura uma manobra de intimidação para quem está em risco de ser despejado. Quanto a isso parece não haver duvidas. Quem acredita em coincidencias? Que não houvesse intenção por parte dos agentes, é uma coisa, mas ninguem pode assegurar que a outros niveis tal tivesse sido pensado.