domingo, 21 de dezembro de 2014

FUZETA: BARRA NO PARLAMENTO

A pedido da Associação dos Armadores de Pesca da Fuzeta, deslocou-.se ao parlamento uma delegação acompanhada de autarcas do PSD, para discutir da necessidade urgente de uma intervenção na Barra local.
Durante o vendaval de Março de 2010, o mar abriu uma barra que as entidades publicas fecharam. Nessa altura nenhum dos actuais acompanhantes abriu a boca em defesa dos pescadores, mas passado um ano e já com a dissolução da Assembleia da Republica marcada, o PSD ensaiou uma operação de charme promovendo um encontro na Vila da Fuzeta que contou com a participação dos seus deputados. Desde essa altura que os responsáveis do PSD Algarve sabem da situação mas nada fizeram para reverter a situação da barra, da mesma que também desta vez nada farão.
A deslocação de uma delegação da Comissão Parlamentar de Agricultura e Pescas a 20 de Janeiro, à Vila da Fuzeta, a convite do presidente da Junta de Freguesia, não é mais do que uma acção de campanha eleitoral antecipada, visto que temos eleições no próximo ano, porque em termos de resultados práticos nada dará, embora os pescadores da Fuzeta devam aproveitar a oportunidade para dizer de sua justiça.
Em abono da verdade se diga que a situação da barra da Fuzeta já foi objecto de duas resoluções daquela comissão, em anos anteriores que apesar de bem elaboradas não surtiram qualquer efeito, o que não acontece por acaso.
Por outro lado, sabemos que a ilha da Armona/Fuzeta tem vindo a perder largura e está cada vez mais em risco de novo galgamento oceânico, que pode muito bem acontecer no próximo equinócio se houver conjugação de vendaval com o preia-mar. Aí o cordão dunar romperá exactamente no mesmo local onde em 2010 abriu a barra aberta pelo mar e fechada pelas entidades publicas.
Mais uma vez, virão as nossas queridas entidades publicas, em particular para o Ministro Verde, dizer que não há dinheiro para a intervenção desejada, porque em primeiro lugar estão as demolições nas ilhas barreira.
Para aqueles que têm andado distraídos, convém lembrar que os partidos que se alternam na governação elegeram o sector turístico como o eixo principal do desenvolvimento e por isso, nos planos de gestão territorial, tudo é permitido para o uso balnear enquanto se criam restrições às actividades económicas tradicionais na zona da Ria Formosa, consideradas incompatíveis com as perspectivas de desenvolvimento delineadas.
As dificuldades criadas à pesca, e não só, surgem num quadro há muito traçado de destruição do sector produtivo e que estão na origem da profunda crise em que estes políticos mergulharam o País, e que deve merecer por parte dos pescadores manifestações de indignação e revolta, mas de uma revolta mais musculada que obrigue a governação a mudar de direcção.
REVOLTEM-SE, PORRA!

1 comentário:

Anónimo disse...

O ganha pão secular para a gente pobre, cada vez mais pobre, está condenado pelos grandes tubarões do turismo,da aquacultura...
Devagarinho, destruir aqui, destruir ali, o objetivo final será alcançado. As demolições a eito são um exemplo da razão que a razão desconhece da "decisão política". Desgraçado povo quando a MAFIA toma o controlo do seu país.