Ontem quando chegava ao meu local de trabalho pelas 05:45, deparei com três pessoas numa travessa mas não me apercebi do que se tratava, sendo certo que não estavam a fazer nada de errado.
Passado cerca de vinte minutos, batem-me à porta e eis que me entram três pessoas, um casal e uma pessoa que aparentava estar doente, apática, sem falar, branca que nem a cal da parede. O casal informou-me que desde as três horas da manhã que telefonava para o 112, em vão. Como nada mais podiam fazer acabaram por levar a pessoa a casa.
Durante a manhã, mais tarde, a mesma pessoa saiu para a rua vestida como se fosse para andar por casa, tendo chamado a atenção de populares, que e face à presença de uma agente da PSP logo lhe comunicaram o facto. Vieram então a saber que desde as três da manhã que a pessoa em causa estava naquele estado, que o 112 já fora contactado e não dera qualquer resposta. Face aos factos o agente da PSP contactou de imediato os serviços mas mesmo assim o tempo que levou até a ambulância chegar foi excessivo, mais de uma hora e vindos de Tavira.
A primeira questão que aqui se coloca é o interrogatorio a que são sujeitos os populares face a uma situação destas:
É branco, vermelho, negro ou amarelo?
Que idade tem?
De que se queixa?
Que sintomas apresenta?
Tem febre?
Tem dores?
Tem diarreia?
Já fornicou?
A paginas tantas a vontade que quem telefona para estes serviços tem é a de responder de forma mal criada e mandá-los mamar na perna do meio. Se uma qualquer pessoa estivesse habilitada a fazer um diagnóstico e tratar um doente para que seriam necessários estes serviços?
Compreendemos, é certo, que há indivíduos capazes de brincarem com estes serviços e darem alarmes falsos, mas também sabemos que o 112 está ligado às forças de segurança que por sua vez têm carros patrulha nas ruas, a circular, que nestas condições bem podiam verificar da veracidade do alarme.
No fundo este sistema, não passa de mais uma redução de custos no Serviço Nacional de Saúde mas que não serve as populações, não prestando a assistência devida a quem dele precisa.
Mas também se levanta uma outra questão e esta passa pelo papel das autarquias e que tem a ver com o serviço de atendimento nocturno, o apelidado Serviço de Atendimento Permanente.
É durante a noite que as populações estão mais fragilizadas e mediante uma situação de doença súbita não podem ou não devem estar sujeitas a questionarios completamente despropositados, fazendo todo o sentido que no período nocturno estivesse aberto um Serviço de Atendimento e é aqui que entram as autarquias.
No caso de Olhão, a Câmara Municipal estabeleceu um protocolo com a sua congénere de VRS António para dar assistência, a consultas e operações de oftalmologia em clínica privada, mas nenhuma delas estabelecer um protocolo com o Administração Regional de Saúde para reactivar um Serviço de Atendimento Nocturno. Ou seja, se o Governo diz mata, as Câmaras dizem esfola, a quem tiver a ousadia de adoecer à noite, tal foi o cenário encontrado.
REVOLTEM-SE, PORRA!
1 comentário:
O problema principal é a falta de ambulancias, no concelho de Olhão apenas há duas ambulancias do inem, uma no centro de saude, e outra no quartel dos bombeiros mas muita das vezes encontra-se parada por falta de mão obra.
Mas depois é conforme os dias, há dias que pode haver muitos serviços e tem que vir ambulancias de outras cidades e há dias que quase não há serviços.
Era bom o inem meter mais uma ambulancia no concelho de Olhão, mas não devem meter porque custa uns quantos milhares de euros, só em mão obra têm que meter pelo menos 6 ou 8 tecnicos apenas para aquela ambulancia para fazerem turnos rotativos, o que dá uma media de 6000€ só em ordenados por mês, fora o resto de material e manutenção.
As perguntas todas que o inem faz quando telefonam 112 é para saberem ao certo se o serviço é considerado mesmo urgente.
E mesmo assim a maioria dos serviços são pataletas, dores de dentes, dores de cabeça, dor no pé, dor na mão, dor na unha, dor de barriga, constipado, tosse, querem ir passear, querem ir comer ao hospital, etc.
E fica uma ambulancia de emergencia ocupada como pataletas destas, enquanto outras realmente urgentes depois ficam em espera porque qualquer pataleta destas demora mais de uma hora até chegar ao hospital, fazer a ficha, esperar pela vez do doente, passar o doente á triagem para ficar com a maca livre e depois sim voltar para Olhão, e estar disponivel para outros serviços.
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