sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

RIA FORMOSA: OU O POVO CORRE COM O GOVERNO OU É CORRIDO!

Porque se aproxima a data para as demolições nas ilhas barreira da Ria Formosa, entendemos ser nossa obrigação chamar a atenção, muito especialmente daqueles que julgam tratar-se de um acto isolado fundamentado em razões ambientais ou da autoridade do Estado.
A classe dominante, representada pelos partidos que têm desgovernado e roubado este País, entendeu elevar o turismo a eixo essencial do desenvolvimento e para tal impôs, através dos planos de ordenamento, facilidades ao uso balnear e de ocupação dos solos para o sector turístico-imobiliário ao mesmo tempo que criava dificuldades às actividades económicas tradicionais da Ria Formosa e à utilização dos solos pelos proprietarios dos terrenos.
Mesmo nas chamadas zonas protegidas, onde os actuais proprietarios nada podem construir, é possível através de mecanismos como a suspensão dos planos de ordenamento ou da declaração de projecto de interesse nacional, ocupar o solo com construções com impacto significativos. São exemplo da força da autoridade do estado para com os fracos proprietarios e da fraqueza perante os grandes interesses, as construções na crista da arriba da Quinta do Lago e a oito metros da linha de agua, todo o edificado na Rua de Nª Sª do Carmo na Fuzeta ou os Resorts nas Cabanas de Tavira ou ainda o hotel construído em pleno cordão dunar em Montegordo.
No fundo, para os nosso governantes trata-se da ocupação de toda a frente de mar da Ria Formosa  da Ria Formosa esgotada que está a capacidade do barlavento algarvio, sacrificando todas as restantes actividades.
Compreendendo, embora a importância e o peso do turismo na balança de pagamentos do País, verificamos que a nível local, essa mesma balança se traduz, em regra, num saldo negativo, não reflectindo os avultados investimentos feitos pelas autarquias em infra-estruturas e equipamentos postos ao serviço daquele sector, com a agravante de, devido a estarmos perante uma actividade sazonal, se traduzir em enormes encargos para a segurança social com o pagamento de subsidios de desemprego, e como tal subsidiando aquela actividade.
Não significa isto que estejamos contra o turismo, antes pelo contrario, simplesmente entendemos que depois dos elevados investimentos públicos para promover aquela actividade tem que haver retorno para as populações em algo mais substancial que seis meses de trabalho. A aposta exclusiva no segmento sol-praia, só induz à desertificação da vastas zonas das cidades onde se inserem estes estabelecimentos.Não pode o Estado encarar o turismo, resumindo-o a hotéis ou resorts mas apostar de igual modo noutras formas de turismo como o de habitação em que as mais valias resultantes ficam nos concelhos e contribuem de igual modo para a balança de pagamentos. Para isso, os investimentos públicos podiam e deviam centrar-se na reabilitação das zonas antigas das cidades, bastante procuradas e mais acessíveis ao bolso de turistas da época baixa que devido ao nosso clima ameno nos podem procurar.
Para aqueles que ainda dão o beneficio da duvida às intenções dos governos, independente das suas cores, lembramos que ainda não foram demolidas as casas nos ilhotes em Olhão e já há projectos para o seu lugar, da mesma forma que ainda não foram demolidas as casas na Praia de Faro e já estão a ser vendidos de forma muito duvidosa, lotes de terreno.
Nos próximos dias, abordaremos também a situação no espaço lagunar e aquilo que se prepara para correr de vez com a maioria dos mariscadores e produtores de ameijoa, apelando à unidade e solidariedade de todos os residentes na zona da Ria Formosa para com os moradores das ilhas.
OU O POVO CORRE COM O GOVERNO OU É CORRIDO DA RIA FORMOSA!

1 comentário:

Anónimo disse...

"Ou o povo corre com a MAFIA ou por ela será corrido!"
Pior que uma ditadura de direita ou de esquerda é a da MAFIA.
De mansinho, "democraticamente" todo um povo vai sendo envenenado até já não ter ânimo para reagir.
Quem são e que defendem as elites deste povo???