Pelo segundo fim de semana consecutivo que assistimos à interrupção do trânsito na Avenida D. João VI, ex- Nacional 125, devido a demolições, desta feita na gaveto daquela Avenida com a Rua 18 de Junho, no lado esquerdo, sentido Faro-Tavira.
Mas o restante edificado deste quarteirão mantém-se inalterado, enquanto que a demolição no lado direito da Avenida, no mesmo sentido, parou, ficando a meio.
Analisando a intervenção, facilmente se percebe que o que ali se prepara é a construção de nova rotunda, há muito prometida.Ninguém de bom senso estará contra, mas há neste processo coisas que fazem desconfiar e que já deveriam ter sido explicadas.
Uma vez que as obras no lado direito da Avenida foram interrompidas, estamos em crer que não houve acordo entre os proprietários e a Câmara Municipal de Olhão numa suposta negociação directa, nem houve um processo de expropriação. Ambas careciam de aprovação em sessão de câmara e autorizadas pela Assembleia Municipal, já que implicam um encargo para o Município. Do mesmo, a intervenção no lado esquerdo deveria seguir os mesmos trâmites, mas está tudo no segredo dos deuses, porque o Erdogan cá do burgo se julga acima de tudo e todos.
Verifica-se ainda, que após a demolição no lado direito, o edificado restante não cumpre com o alinhamento, estando por via disso condenado, e como será lógico que os proprietários queiram ressarcidos também por esta parte, até porque fazem parte integrante do edificado.
Os proprietários têm direito a serem indemnizados e o novo Erdogan não tinha autoridade para demolir edifícios que não lhe pertenciam a si ou ao Município, pelo que agora vai ter pagar, no mínimo, o valor matricial, que julgamos ter sido actualizado.
A transparência de que o Pina tanto se vangloria cai assim por terra, mas não se fica por aqui.
É que se conjugarmos o facto dos tempos de abertura dos semáforos de Bela Mandil, o que vem originando enormes filas de trânsito, com a rotunda agora programada,tudo indicia que o Pina pretende levar até ao fim o seu projecto de sentido único na Avenida 5 de Outubro, nem que para isso tenha de colocar outros semáforos junto à bomba da CEPSA.
As filas de trânsito podem agravar-se na periferia mas como não é visível à generalidade da população, o Pina não vai perder essa oportunidade de executar o seu projecto de Poder pessoal. A cidade é de todos nós e de há muito que defendemos a necessidade de em conjunto com a sua população se fazer o levantamento das prioridades à semelhança do que aconteceu com a elaboração da Agenda 21 Local.
Sobrepor projectos de poder pessoal acima do interesse das populações é, para além de anti-democrático, ignorar as reais necessidades dos olhanenses e da cidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário