Nas vésperas da discussão do Orçamento Geral do Estado muito se falou do IVA da electricidade, se deveria ou não baixar e o governo a dizer que tinha de consultar a UE. O que não se diz é que todos os bens e serviços essenciais deveriam ter uma taxa reduzida, quando não ZERO.
A habitação é um bem tão ou mais essencial que a electricidade, estando sujeita a variados impostos, alguns deles injustos, como o IMI. Mas não só!
Para que os nossos leitores compreendam melhor, um senhorio que faça um contrato com um inquilino, está sujeito a um IRS especial sobre os rendimentos das rendas no valor de 28% delas. Logo quando se discute se o IVA da electricidade deve baixar, porque não se questionar este imposto especial cobrado sobre as rendas?
É que o senhorio certamente fará reflectir o imposto sobre a renda. Por exemplo para uma renda de 500 euros, o senhorio vai pagar de imposto 140 euros, pelo que lhe sobram 360 euros. Como se perceberá, as rendas terão de se manter em alta para que os senhorios vejam algum retorno do investimento, porque ainda faltam as despesas com o IMI, condomínio e outros.
Não se trata de defender os senhorios mas à semelhança do que acontece com o IVA, as entidades que prestadoras de serviços ou venda de bens, fazem acrescer aquele imposto, pagando o consumidor a soma final, também o senhorio faz acrescentar o IRS especial, penalizando o inquilino.
Isto acontece no País onde o salário mínimo é de 635 euros, tornando-se quase impossível alugar uma casa. No entanto todos os partidos, com assento parlamentar, estão calados que nem ratos, nada dizendo sobre isto. Mas cabe ao governo dito socialista e que na boca do "social democrata" corrigir esta patifaria. Claro que não o vai fazer, porque em primeiro lugar está o défice e o pagamento da divida, uma divida da banca que continua a perdoar milhões aos reis dos dentes e dos cogumelos para depois ir buscar ao OE os nossos impostos. É para isso que pagamos!
Como não podia deixar de ser, Olhão é dos concelhos com a maior taxa de rendimento de inserção social, mas nem por isso o IMI é aliviado e menos ainda o IRS, especial ou não, embora a Câmara dita socialista tenha uma palavra a dizer sobre estes impostos. As vaidades falam mais alto.
Está na altura de todos nós exigirmos a descida do IRS especial sobre as rendas. Querem cobrar impostos, então separem as casas de primeira habitação das de segunda e ainda as que se destinam ao mercado de arrendamento, cobrando um imposto progressivo de acordo com o fim a que se destinam. O fisco tem acesso à listagem do património e sabe bem como fazer a separação. Não o faz porque não quer, agindo de acordo com as instruções de um governo que dizendo-se de esquerda, não passa de direita.
FIM AO IRS SOBRE AS RENDAS!