sábado, 30 de novembro de 2019

RIA FORMOSA: ALTO QUE ISTO É UM ASSALTO!

Como é do conhecimento geral, na área de intervenção da Capitania de Porto de Olhão, há uma zona que foi totalmente desclassificada para a apanha de bivalves, onde nem os concessionários dos viveiros podem meter os pés para os manter. Essa é Olhão 3 e nela existem cerca de 150 viveiros!
Mas a ganancia de alguns parasitas da nossa sociedade, que põem o dinheiro acima de tudo, e com a cumplicidade das entidades publicas, entenderam chegado o momento de assaltarem o ganha pão de quem tem uma vida inteira dedicada à Ria Formosa, passando os viveiros das mãos de avôs para pais e destes para filhos até chegar aos netos. E são estes que estão a ser corridos para satisfação de alguns poucos!
Assim, apresentam candidaturas a espaços, o que é normal. mas que o deixa de ser quando as entidades publicas têm um problema para resolver com os viveiros da Zona Olhão 3 e não o resolvem. Ainda que para nós, o principal seja o combate à poluição, a causadora do problema, enquanto não estiver resolvido o problema, seria de todo recomendável que qualquer pedido de concessão ficasse suspenso até à resolução. Mas não! Qualquer das entidades envolvidas não passam de um bando de bandidos, para quem o dinheiro fala mais alto!

Temos assim, o caminho aberto para a concessão de vastas áreas que meia dúzia de indivíduos, e a maioria deles nada ou pouco têm a ver com a Ria Formosa, que poderão ocupar espaços que deveriam ter uma melhor distribuição, salvaguardando a situação daqueles que correm o risco de ficar sem um palmo de terreno e muitos milhares de euros gastos.
E se isso não bastasse, temos a proposta de uma concessão equivalente a dez campos de futebol, 100.000/m2 para a produção de ostras, dizendo o requerente que é para o crescimento e engorda de ostras.
Curiosamente, as entidades publicas que invocam o livro encomendado Forward como se de uma bíblia se tratasse, para dizer que não foi estudada a capacidade de carga para a produção de bivalves, mas aponta para a produção de 120 ameijoas/m2. Não apresenta é o numero de ostras pela mesma área porque sobre a produção de ostras não há nenhum estudo, porque afinal a ameijoa é que devia desaparecer para não dar chatices!
Para quem não sabe, a ostra tem uma capacidade filtradora cem vezes superior à da ameijoa o que faz com que o consumo de alimento e oxigénio da ostra seja cem vezes superior à da ameijoa. A concorrência entre espécies, ditará que a mais fraca vai sucumbir e neste caso é a ameijoa, um produto natural da Ria Formosa, ao contrario da ostra giga. 
E estamos num Parque Natural, cujo Regulamento diz ser proibida a introdução de espécies exóticas que a ostra giga é mas cujos interesses económicos se sobrepõem.
A poluição é provocada pelas descargas das ETAR e dos esgotos diretos e todos aqueles que são atingidos pelos danos causados pela poluição têm direito a ser ressarcidos pelo Estado poluidor, nem que tenham de recorrer aos Tribunais.
E não serão apenas os viveiros de Olhão 3 já que os de Olhão 1 também estão classificados com sendo de classe C não podendo ser comercializados.
Quanto á nova concessão, ainda é possível apresentar objecções junto da DGRM, e há motivos para isso, quanto mais não seja pela suspensão imediata da atribuição de qualquer concessão sem que os problemas dos viveiros esteja resolvido.
Lutar é o caminho!   



1 comentário:

Anónimo disse...

Vamos ver a força do Parque Natural e IPMA em relação a este assunto muito problemático, visto a DGRM estar a tomar decisões em Lisboa.