quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

OLHÃO: BATOTA?

Por diversas vezes que aqui questionámos porque razão os viveiros de ostras da zona de produção Olhão 1 estavam classificados como sendo de Classe A quando para a ameijoa era de Classe C, o que sugeria uma forte influência para que tal fosse possível.
Nunca ninguém respondeu a esta questão, mas também sabemos que a resposta é de que os sacos das ostras estão em cima das armações, sem qualquer contacto com o solo como as ameijoas. Alguns dirão que isto está certo, mas continua errado!
Nas outras zonas de produção classificadas como de Classe B, as ostras são criadas também em cima das armações e sem qualquer contacto com o solo, pelo que o argumento não colhe. Então que diabo se passa?
Se pensarmos que os bivalves depois de passarem pelas depuradoras apresentam níveis de contaminação que permitem a sua classificação como sendo de Classe A, o que poderá estar em causa, é o procedimento de recolha das amostras, que deveria ser feita pelos técnicos do IPMA, mas não é, deixando a tarefa para o proprietário das ostras.
Será que o IPMA não sabe, ou sabe e é conivente com o dono das ostras como forma de pagamento pelos "serviços prestados" ao longo dos anos, validando tudo o que de errado se tem passado na Ria?
Não nos admiremos que dentro em breve surjam mais zonas reclassificadas em A para as ostras, bastando para isso que as ostras vão das depuradoras para o IPMA; e não nos admiremos que a zona Olhão 3, também ela classificada como de Classe C daqui a mais uns tempos possa vir a obter o estatuto de Classe A; mas antes, serão as entidades publicas com jurisdição nesta matéria a pronunciar-se pela interdição da presença humana naquela zona, até que outros poderosos interessados se candidatem.
É o trafico de influências a funcionar e não vai ninguém preso ou demitido!
Importa também dizer que se os solos estão contaminados tal deve-se à forma como a Ria tem sido tratada ao longo dos anos pelas entidades publicas que desde sempre omitiram, e continuam a omitir, os focos de contaminação, nomeadamente o impacto das descargas das ETAR, dos esgotos directos e das fossas.
No caso poderá dizer-se que poderá haver batota na forma como são recolhidas as amostras de bivalves!

2 comentários:

Anónimo disse...

Mas se o IPMA vai comprar os bivalves às depuradoras...o que e que estão de facto a analisar?
Só pode ser a qualidade dos bivalves, após depuração, não será?

Anónimo disse...

Haver batota não seria nada de estranho pelo contrário.