segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

OLHÃO: PERCAM A VERGONHA E ACABEM COM A PESCA DE VEZ!

Nas ultimas semanas tem sido noticiada a apreensão de algumas toneladas de berbigão por não terem o tamanho exigido por lei que é de dois centímetros e meio.
O tamanho de comercialização do berbigão foi objecto de um despacho do pior secretário de estado das pescas que tivemos. O Despacho 2525/2018, de 12/03/2018, estabelece os tamanhos mínimos de algumas espécies, mas não se percebe muito bem em que base fundamentam a decisão embora no dito despacho se alegue a manutenção e sustentabilidade dos recursos naturais.
Aldrabão sou eu e não minto tanto!
É que em Agosto do mesmo ano é emitido um novo despacho, o 8439/2018 de 30/08/2018, que embora mantenha o essencial do anterior, permite a apanha do berbigão com 2 centimetros, desde que se destine à industria mas tem de estar devidamente documentado.
Neste novo despacho a aberrante figura do secretário de estado vem considerar que tal é possível pela relativa abundância como se pode ver na imagem a seguir
 Manda o bom senso que se tenha especial preocupação com a sustentabilidade dos recursos naturais, mas não é isso que verificamos no conjunto dos dois despachos.
Para a sustentabilidade destas espécies são fundamentais a fixação de quotas de captura e tamanho, protegendo as espécies juvenis. Ora o berbigão com dois centímetros já não é juvenil porque para atingir tal tamanho já tem entre os quinze e dezoito meses e com capacidade reprodutora.
No seu estádio larvar o berbigão pode atingir as dezenas de milhares de unidades por metro quadrado.
Devido à sua proliferação, se o berbigão não for apanhado, na competição pelo oxigénio e alimento acaba por morrer apodrecendo os fundos.
Mal se compreenderá que hajam dois tamanhos mínimos de captura quando se fala em sustentabilidade de recursos. E ainda por cima quando o mais pequeno se destina à industria. É que embora a diferença de tamanhos seja de meio centímetro, em termos de peso, o pequeno tem pouco mais de metade do peso outro, o que exige quantidades muito maiores. 
O berbigão destinado ao consumo domestico tem de ser bastante atraente para que o consumidor o queira comprar, pelo que quem os apanha tem essa preocupação. Ou seja, aquilo a que temos assistido, pelas quantidades apreendidas, destina-se à industria mas não tem os documentos exigidos por Lei mas quem sofre com isso são os mariscadores que veem o seu trabalho, o dinheiro do combustível, ser jogado fora.
Deste modo, o secretário de estado deve estabelecer um tamanho único para a captura do berbigão, os dois centímetros, tal como acontece com todas as outras espécies. O resto é defender interesses instalados à boa maneira de qualquer burro feito político.

1 comentário:

Anónimo disse...

Perder o que não há? Ainda está por descobrir a fórmula.