terça-feira, 6 de agosto de 2019

RIA FORMOSA: OS VIVEIROS DE AMEIJOA SÃO PARA ACABAR

Em meados de Novembro de 2013, a Ria Formosa foi desclassificada como zona de produção de bivalves por falta de analises, mas passados uns meses conseguiu recuperar da interdição.
Nessa altura o recém eleito presidente da câmara conclamou todos os viveiristas para o Auditório Municipal e apresentou-se como o grande defensor dos viveiristas e contra a injustiça da interdição.
Daí para cá, os esgotos directos continuaram a despejar o veneno nas aguas da Ria e a ETAR continuou a poluir. No final do ano de 2017 foi inaugurada uma nova ETAR, para servir os concelhos de Faro, Olhão e S. Braz de Alportel, anunciada como a ultima maravilha em termos de tecnologia.
O IPMA, por sua vez tem vindo a proceder e publicar as monitorizações feitas aos bivalves com regularidade mensal. Esta instituição ao menos publica porque a maior poluidora nem isso faz.
As analises efectuadas durante o mês de Julho mostram que no reino da Ria Formosa as coisas vão de mal a pior. Assim a 3/7 os Lombinhos e o Custado Joana Antónia apresentavam uma contaminação microbiológica de 35.000 ecoli por cem gramas de carne de ameijoa e o Ilhote Negro 54.000. As restantes analises, ainda que com melhores resultados não deixam grande margem para satisfação.
Na verdade, estamos numa época do ano em que a elevada radiação ultra solar elimina grande parte dos coliformes fecais pelo que, noutra altura do ano, os resultados seriam bem piores. Mas está tudo calado, satisfeitos com a situação, o que não acontece por acaso.
A zona Olhão 1 está classificada como sendo zona C e toda a faixa com dois mil metros por quatrocentos de largura vai ser reclassificada para C também.
Um modo simpático de acabar com todos os viveiros de ameijoa nessas zonas e que representam a maior parte da áreas produtivas na área de intervenção da Capitania de Olhão.
Se tivermos em conta que apesar da classificação em C de Olhão 1 para a ameijoa, ela está classificada como sendo A para a produção de ostras, com o argumento de que as ostras estão em cima da armações e não enterradas como a ameijoa. Curiosamente, noutras zonas classificadas com de B para a ameijoa, e embora a produção de ostras se faça nos mesmos moldes que em Olhão 1, também elas são classificadas de B. Quem se pretende beneficiar ou prejudicar com isto?
Perante isto, é previsível que os viveiristas, cansados e impedidos de trabalhar, abandonem a sua actividade, deixando espaço para os viveiros de ostras, em que um dos principais interessados é o presidente da câmara, que para alem da ocupação ilegal de terrenos do Domínio Publico Marítimo, já comprou outros viveiros e até se deu ao luxo de tentar apanhar um outro semi-abandonado por o seu dono não poder trabalhar.
Claro que por detrás de tudo isto, há mão amiga do ministra do mar, do secretario de estado das pescas e mais uns quantos amigalhaços ansiosos por correr com quem sempre labutou na Ria e substituírem-se a eles.
Os resultados não mentem, podíamos dizer! Mas o que podemos dizer também é que a nova ETAR é uma boa merda! 

1 comentário:

Anónimo disse...


Definição de “Ladrão “ de François-Marie Arouet, mais conhecido pelo pseudónimo Voltaire:

Na vida, existem dois tipos de ladrões:

1- O ladrão comum: é aquele que rouba o seu dinheiro, a sua carteira,o seu relógio, o seu cavalo, etc.

2- O ladrão político: é aquele que rouba o seu futuro, os seus sonhos, o seu

conhecimento, o seu salário, a sua educação, a sua saúde, as suas forças, o seu sorriso, etc.

A grande diferença entre estes dois tipos de ladrões, é que o ladrão comum escolhe-o a si para roubar os seus bens, enquanto o ladrão político é você que o escolhe, para ele o roubar.

A outra grande diferença, não menos importante, é que o ladrão comum é procurado pela polícia, enquanto o ladrão político é geralmente protegido pela polícia.

Pense bem antes de escolher o “seu“ ladrão…