O presidente da câmara municipal de Olhão já nos habituou à mentira repetida vezes sem conta julgando com isso transforma-la em verdade. E ontem mais uma vez aconteceu isso.
No telejornal de sete e meia da tarde, na RTP, houve lugar a uma noticia sobre a faixa de protecção aos esgotos, sobre a contaminação microbiológica na qual intervieram, para alem de outras pessoas, o presidente da câmara e uma engenheira da Ambiolhão.
A dita engenheira contradiz-se com o que consta da sua tese de mestrado, onde identificava os pontos de poluição e a forma como os resolver. Agora vem atribuir a escorrências das ribeiras e já não propriamente aos esgotos.
Acontece que a contaminação microbiológica pode ser de origem animal ou humana, sendo que infelizmente a produção animal acabou na província, restando por isso a de origem humana, como esgotos directos, ETAR ou fossas. Ou seja na maioria dos casos muito dependente do grau de desenvolvimento da rede de esgotos que é da responsabilidade da autarquia, assim como os esgotos directos. Depois temos as ETAR que todos dizem estar a funcionar no seu melhor, de tal forma que levaram as pessoas a bater palmas aquando da construção da nova ETAR Faro/Olhão.
O presidente da câmara, declinando as suas responsabilidades, uma das suas especialidades, veio atirar culpas para cima da ETAR. Esperemos então que como presidente da Associação de Municípios do Algarve, pressione a Aguas do Algarve no sentido de cumprir com as licenças de descarga; mas deve também questionar a APA sobre a validade dessas licenças.
Mas isso seriamos dar credito a um presidente manipulador. A verdade é que nunca como agora se viram resultados analíticos da contaminação nos bivalves. Mais, nem sequer é junto da ETAR que está a área que apresenta piores resultados, já que ela fica mesmo em frente da saída do Porto de Pesca de Olhão que tem no seu topo norte, aquilo que deveria ser um linha de agua mas que é na realidade um ponto de descarga de esgotos sem qualquer tratamento.
Aliás, se o presidente não passasse de um mentiroso, reconhecia que as monitorizações feitas pela APA nos anos de 2014, 2015 e 2016 mostram bem do grau de contaminação junto dos esgotos directos, sejam eles no Porto de Pesca, junto ao T, na Marina e noutros lugares.
Quando o presidente leva os repórteres para o Cais T, em situação de maré cheia, foi no sentido de não lhes mostrar o esgoto junto ao extremo oposto do T em maré vazia para se ver os cagalhões a borbulhar.
Não há duvida que temos um presidente mentiroso mas que as pessoas aceitam como normal não percebendo como se estraga a vida a quem trabalha na Ria cada vez menos Formosa.
E assim se acaba com uma vasta zona de produção de bivalves.