sexta-feira, 11 de outubro de 2019

OLHÃO: COMO SE DESTROEM ACTIVIDADES ECONOMICAS TRADICIONAIS

 Não é de agora que vimos lançando alertas sobre o que se passa com a Ria Formosa e que a pretexto da poluição se prepara a destruição de actividades económicas tradicionais.
Como se pode ver na imagem de cima, e para que alguns anti-críticos não venham dizer que são meras insinuações, de um extracto do documento do Plano para a Aquicultura em Aguas de Transição,  o principal constrangimento é a falta de tratamento adequado de esgotos. Está escrito no Quadro 52.

Partindo desse pressuposto, a DGRM em estreita colaboração com a Agência Portuguesa do Ambiente, integra a proposta desta ultima pela qual são criadas zonas de protecção, não aos viveiros de ameijoa mas sim às fontes de contaminação, como se pode constatar pelas imagens.
Significa isto que a APA em lugar de combater as causas, combate o efeito. Não é a poluição que incomoda mas sim a produção de bivalves, então há que criar uma zona com mais de dois mil metros de comprimento por quatrocentos de largura onde não podem ser produzidos ou apanhados bivalves.
Quando foi determinado que se procedesse à monitorização das possíveis fontes de poluição, em 2014, era suposto que as mesmas se destinassem a corrigir e eliminar as fontes de poluição. Mas tal não acontece e por isso os esgotos directos e sem tratamento vão continuar,como é o caso das descargas da caca no T em Olhão:
Para elaborar este Anexo, a APA fundamenta-o com um livro encomendado, chamado de Forward, concebido pela Polis Litoral da Ria Formosa e com a colaboração de algumas associações socioprofissionais do sector.
Acontece que tal livro está cheio de erros e omissões que ninguém quer reconhecer por ser conveniente ao Poder político. Aliás, também o Parque Natural da Ria Formosa que participou nesta tramoia, e que deveria obrigar a Câmara Municipal de Olhão a acabar com os esgotos directos, dá a cobertura a mais este crime contra os produtores de bivalves.
Mas as zonas de protecção não se resumem à protecção dos esgotos mas também da náutica de recreio, portos e estaleiros, como se houvessem viveiros nessa zona. Protege-se tudo menos o sector produtivo, uma actividade económica tradicional da Ria Formosa.
Sabe-se também que serão cruzados os dados da DGRM, inquéritos à produção, da APA, taxa de recurso hídricos e ainda do Parque, as licenças, o que vai determinar o desaparecimento de N viveiros cabendo por isso aos viveiristas organizarem-se para dar luta a mais esta ameaça.
Por hoje ficamos-nos por aqui porque ainda há muito para dizer e não é nada bom embora as pessoas não estejam preparadas para perceber o que se trama nas suas costas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Maravilhosa democracia quando uma minoria tem meios e oportunidades de enganar e roubar uma maioria.