Dirão alguns que não é o momento ideal para se falar nisto, mas como gostamos de chatear, já estamos a pensar no que se seguirá à crise sanitária que enfrentamos.
Na sequência da crise sanitária, o governo entre outras coisas arranjou um lay off, uma forma de ajudar as empresas a sobreviver à crise, Segundo esse lay off, o Estado vai dar às empresa até 70% de dois terços do salário, com um tecto de três salários mínimos. O restante será pago pela empresa aos trabalhadores desde que não os despeça, sendo que os que estiverem com contratos a prazo não são beneficiários já que ao invocar a cessação do contrato não têm esse direito.
A maioria dos trabalhadores das empresas de trabalho temporário têm um vinculo precário e mal terminem os contratos, acaba-se o trabalho e o salario.
Com ou sem apoios a questão que se coloca é a de saber quantas empresas vão sobreviver a esta crise. Da mesma forma como vão ficar as contas do Estado?
Naturalmente que vai ser pedido um novo esforço aos trabalhadores, o que aliás o Cristiano Ronaldo das Finanças já anunciou. Como sempre serão os trabalhadores a pagar as crises!
Já muitos se esqueceram do que nos levou à crise de 2008, nomeadamente do dinheiro depositado em off shores, muitos milhares de milhões, com que descapitalizaram o País. A forma como são é distribuída a riqueza criada por quem trabalha e as reformas douradas.
Está na hora de se começar a discutir o fim de um modelo económico moribundo e o começo de um novo modelo, com mais justiça social.
Na nossa opinião, o salario mais elevado do País, publico ou privado, deverá ser o do presidente da republica e todos os demais serem indexados.
Dirão alguns que os nossos melhores técnicos se irão embora, mas infelizmente foi a nata dos nossos sábios que nos levou a isto. Todos especialistas, todos medalhados, mas todos ajudaram a meter este barco no fundo.
São esses especialistas, que recebem salários pornográficos enquanto os seus subalternos recebem salários miseráveis. São eles que ameaçam ir embora. Pois que vão e façam boa viagem!
O fim das reformas douradas, para as quais deve haver um tecto, e que enquanto não existir devem alvo de um imposto especial que os remeta para esse tecto, não podendo nunca exceder a remuneração de um ministro. Assim podiam aumentar as reformas para o valor do salario mínimo nacional.
É preciso acabar com as off shores, os paraísos fiscais e obrigar ao regresso dos dinheiros escondidos.
São as pessoas que fazem a economia e não o contrario pelo que as pessoas têm de ter poder de compra para sobreviver nesta selva. Condenar quem trabalha a uma vida de fome e miséria é que não pode continuar.
Cabe aos trabalhadores organizarem-se para dar luta ao que aí vem e não vai ser nada bom. Aproveitem este tempo para se organizarem e as redes sociais podem ser um bom veiculo para isso. Mas preparem-se para a luta que se segue!