quarta-feira, 11 de novembro de 2020

RIA FORMOSA: MOBILIDADE ENGAVETADA!

 

A defunta Sociedade Polis da Ria Formosa ficou muito aquem das suas perspectivas e foi obrigada a recuar em muitas situações e uma delas foi o Plano de Mobilidade e Ordenamento da Circulação na Ria, com conclusão prevista para Maio de 2012. Não só não foi feito nenhum ordenamento como não disciplinou e ficaram de colocar os sinais de transito maritimo.
Na altura em que isto foi discutido no hotel do regime, pela conversa do apresentador de serviço, ficava a sensação de que iriam colocar uns semáforos no meio da Ria. 
A questão que se levantou então tinha a ver com a promoção e aumento da nautica de recreio pelo que as medidas iriam essencialmente restringir a circulação daqueles que trabalham e vivem de e na Ria.
Era suposto que fosse estudada a capacidade de carga do trafego maritimo, não só pela poluição por hidrocarbonetos dos motores, o ruído, como pelo impacto do efeito do cachão nas margens, particularmente nos viveiros de ameijoa.
Entretanto, passaram oito anos e continuamos sem qualquer estudo e o numero de barcos é cada vez maior, com a ganancia a tomar conta de alguns cérebros que não veem mais que euros e apostam tudo na criação de marinas, parques de estacionamento aquaticos de barcos, em que a grande maioria nem será daqui. Mas só o dinheiro conta, o estado do ambiente na Ria é para esquecer!
 Estes parque de estacionamento, segundo as palavras do presidente da câmara, são o equivalente a um hotel de quatro estrelas e vai de encontro às suas opções, a aposta exclusiva no turismo nem que apara isso tenha de correr com os olhanenses da beira mar.
Mas não se pense que fique por aqui porque os mesmos craneos, não são caveiras, já puseram os olhos na Fuzeta; outros apostam noutro enorme estacionamento em Faro e para Tavira, já correram com os pescadores (tiraram-lhes a lota) e tudo leva a crer em mais um parque de estacionamento maritimo.
Quem nos lê, pensará que estamos contra o turismo. Nada disso. Simplesmente temos alguma dificuldade em perceber qual a incompatibilidade entre pescas e turismo, porque betão todos os outros países têm mais melhor do que nós. O que eles não têm é uma gastronomia como a nossa, assente no peixe de qualidade e de proximidade.
Quando se pensa na continuada destruição de um sector produtivo, como é a nossa pesca e moluscicultura para no seu lugar impor uma outra forma de fazer dinheiro, estamos a matar a galinha de ovos de ouro.
Era bom que os nossos governantes pensassem duas vezes antes de tomarem certas decisões, porque se já pouco produzimos, pelo caminho apontado, qualquer dia não produzimos mesmo nada e acaba-se com o ganha pão de milhares de pessoas que vivem daquelas actividades.
Logo, a Ria Formosa precisa que seja elaborado o estudo da capacidade de carga do trafego maritimo antes que acabem com o resto!

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