segunda-feira, 30 de novembro de 2020

OLHÃO: ASSUMAM QUE QUEREM ACABAR COM A PRODUÇÃO DA AMEIJOA

 

Na zona de intervenção da capitania do Porto de Olhão., que não é para aqui chamada, existem cinco zonas de produção de bivalves, a saber Olhão1, Olhão 2, Olhão 3, Olhão 4 e Olhão 5.
Nestas zonas produziam-se essencialmente ameijoas, até que...
Hoje em dia, um dos maiores produtores de bivalves, é o presidente da câmara municipal de Olhão, comprando viveiros uns atrás de outros, por um preço baixo. Curiosamente, os vereadores que alternam entre si a vice-presidência tambem têm viveiros, os quais tambem estão associados à produção de ostras.
Há anos que levamos a denunciar a situação da poluição na Ria Formosa e muito em particular a que está associada à contaminação fecal, determinante para a classificação das zonas de produção.
Olhão 3 foi completamente desclassificada, estando proibida a apanha de bivalves; olhão 1 de há muito que tem o estatuto A para a ostra e C para a ameijoa, situação em que a ameijoa tem de ser transposta para uma zona A que não existe na Ria; agora chegou a vez de Olhão 4 tambem obter o estatuto de C para a ameijoa e de B para a ostra.
Nenhum dos viveiros dos nossos queridos autarcas estão em zona de classe C.
A zona Olhão 4 situa-se a poente da Ribeira de Bela Mandil, depois da nova e excelente ETAR; quando muitos batiam palmas pela sua construção, nós sempre nos manifestámos contra defendendo que as aguas residuais tratadas deveriam ser reutilizadas para fins agricolas, mas ninguem nos quis ouvir e agora têm aí o resultado.
São quase quatro mil metros de frente de mar em que não se pode apanhar ameijoa devido á contaminação microbiologica provocada pelas ETAR e pelos esgotos directos sem qualquer tratamento.
Não é por acaso que tal acontece. Impedidos de trabalhar, vencidos pelo cansaço, os viveiristas veem-se obrigados a abandonar a actividade, o que os oportunistas aproveitam para se apoderar da riqueza da Ria Formosa. Oportunistas como o presidente da câmara e seus lacaios que tudo fazem para correr com aqueles que têm uma vida de labuta na Ria.
A Ria Formosa tem o estatuto de Reserva Natural, onde não podem introduzidas espécies exóticas, como a ostra giga. Então os brilhantes titulares de cargos politicos, os nossos autarcas, movem influências através do "padrinho" José Apolinario na tentativa de ser permitida a produção daquele especie, quando a aposta passaria pela produção da ostra portuguesa.
Existe um lista europeia de especies exoticas que não devem ser introduzidas na natureza, que o Estado não o permita, mas num País onde o trafico de influências, o favor, o amiguismo, a corrupção faxzem valado, não é de espantar que acabem por autorizar a produção de especies exoticas.
São muitos os canalhas à solta mas ao menos tenham a coragem de assumir que querem acabar com a produção da ameijoa , ainda hoje e apesar de todas as dificuldades, a rainha da aquicultura.
Continuem a votar na bandidagem!  

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