domingo, 10 de janeiro de 2021

Último mercado de rua de Olhão

Ontem realizou-se o último mercado de Olhão na rua, junto às praças.

Os vendedores sabem apenas o que lhes foi dito: que a partir do próximo sábado não haverá mais mercado de rua devido às obras de “embelezamento” da zona ribeirinha. Em alternativa não foi criado nem dispensado outro espaço para os agricultores locais venderem os seus produtos e para a população habitual se abastecer.

 

Levantam-se algumas questões:

- a Câmara de Olhão, o seu presidente e restante comitiva vereadora, que deviam zelar pelo direito ao trabalho de toda a população, são os primeiros a impedir que estes agricultores e vendedores o façam. Mesmo que o “embelezamento da zona ribeirinha” fosse uma questão primordial e de interesse nacional, têm a obrigação de disponibilizar outro espaço para o mercado se realizar enquanto durarem as obras. De ânimo leve e sem pensar nas consequências, assim se decide e trava a vida de quem precisa de trabalhar de sol a sol para comer e pagar os seus impostos.

 

- ao tomar esta decisão os senhores atrás referidos estão a deixar sem alternativa os compradores locais e de arredores que se abastecem neste mercado de rua, estão a deixar sem alternativa a população idosa, a maioria também sem transporte para se deslocar a outros locais de comércio.

 

- para além disso, esta decisão é completamente contra o princípio por todos defendido (e por eles badalado) da necessidade de incentivo ao consumo e à produção local. Acabar com o mercado de rua é mandar a população comprar no Continente, Pingo Doce e afins, produtos do Chile, da Colômbia e etc. Ao mesmo tempo que destroem os jardins e constroem novos escudando-se nas “alterações climáticas”, obrigam-nos a comprar produtos com bem maior pegada ecológica, com todas as implicações que isso tem para a economia local.

 

O presidente e afins ignoram por completo as evidências actualmente discutidas da necessidade de criar uma economia autónoma, apostando na produção local (pesca, agricultura, indústria) e continuam a apostar no turismo com “unhas e dentes” esquecendo todas as outras actividades.

Destroem a zona histórica e as nossa tradições, correm com a população local para a periferia, inventam tradições novas (ataques de piratas, roteiros de lendas ,…)

 

Creio que todas estas decisões ou são de gente ignorante e mentecapta ou são o resultado de jogos de poder e de muitas comissões entradas nos bolsos de quem decide. 
Não são de forma alguma uma gestão do interesse dos munícipes e da cidade.



 

8 comentários:

Anónimo disse...

Boa tarde,

Felicito-o pelo texto e concordo em absoluto com o que diz.
Não sei se é um dos vendedores, mas gostaria de lhe sugerir que seja entregue na CMO uma carta, citando este texto e com a assinatura de muitos dos vendedores de rua, pois, parte do sustento de muitos está no mercado de sábado.

Desde já o meu obrigada,
Susana Rodrigues

Anónimo disse...

Boa tarde,

Felicito-o pelo texto e concordo em absoluto com o que diz.
Não sei se é um dos vendedores, mas gostaria de lhe sugerir que seja entregue na CMO uma carta, citando este texto e com a assinatura de muitos dos vendedores de rua, pois, parte do sustento de muitos está no mercado de sábado.

Desde já o meu obrigada,
Susana Rodrigues

Anónimo disse...

Com a finalidade de explorarem a noticia, aqui deixo o alerta.
Na ACASO uma funcionaria esta com COVID 19, a qual tem estado em contacto com os utentes e restantes funcionários, tendo testado positivo para COVID19 e após saberem do caso, os funcionários que tem estado em contacto com os mesmos utentes sem saberem anteriormente o que se estava a passar, continuam a trabalhar, sem terem sido adotadas quaisquer medidas proactivas, tais como um confinamento até realizarem os testes e estes serem negativos, continuam a regressar as suas residências apos um dia de trabalho, transportando por ventura o vírus, acabando por contaminar o agregado familiar, até aparecerem sintomas ou talvez não, o agregado familiar vai fazendo a sua vida normal com mais ou menos medidas de proteção, acabando por infetar outros.
Será que esta orientação seguida é da responsabilidade do delegado de saude?
A DGS será a responsável por, ou terá conhecimento destas medidas adotadas?
Por estas atitudes tomadas é que estamos com esta evolução de dia para dia no numero de casos.
parafraseando um cap. de abril
Existem os estados socialistas, os estados capitalistas e o estado a que chegámos.

Unknown disse...

Que tristeza. Lá vai mais um pouco das nossas raízes.

Unknown disse...

Tristeza. Lá vai mais um pouco das nossas raízes.

Lisa disse...

Boa tarde D. Susana

Agradeço desde já a sua participação e o seu comentário.
Não sou vendedora do mercado, mas acho boa a sua ideia.
Se alguém quiser fazer uma carta, citando este texto e com a assinatura de muitos dos vendedores de rua, pode fazê-lo livremente, até melhorá-lo e apresentá-lo como forma de pressão junto da autarquia.

Obrigada

Anónimo disse...

Muitos dos produtores, até pelo aquilo que se passou no outro confinamento, desde que foi anunciado as obras no mercado deixaram de plantar as suas coisas.
É triste não permitirmos às pessoas comprar produtos de agricultura tradicional para comprar-mos produtos de origem industrial e muitas vezes no estrangeiro.

Anónimo disse...

A notícia é falsa, o mercado irá funcionar na zona envolvente ao Parque do Levante durante todo o tempo em que decorrem as obras de beneficiação da zona ribeirinha junto aos mercados de Olhão. Poligragro classifica notícia como falsa. Prestaria melhor serviço se corrigisse está publicação, que engana toda a população de Olhão e arredores que gostam do mercado dos agricultores.