quarta-feira, 7 de julho de 2021

RIA FORMOSA: A ALGA DESTRUIDORA

 Já se passaram mais de quatro anos sobra a denuncia da presença da alga Caulerpa Prolifera na Ria Formosa. Esta alga não era avistada na Ria há mais de cinquenta anos, mas em 2011 a Polis e o CCMAR "descobriram" uma mancha e consideraram ser uma espécie a preservar. Há quatro anos, o CCMAR defendia a utilização da Caulerpa na descarbonização da agua, embora as comunidades piscatórias e associadas revelavam o perigo que aquela alga representava.

Pois bem, volvidos quatro anos, o mesmo CCMAR, num rasgo de coerência vem agora dissertar sobre aqueles riscos, tal como se pode ler em https://www.ccmar.ualg.pt/news/expansao-de-alga-verde-invasora-pode-afetar-biodiversidade-da-ria-formosa?fbclid=IwAR3HmiHVrKCBN69NWpfER_UuJ_Xrmgk_lSpYxJiXxj5Gk_81N4KJNKXqg8Q.

Trata-se apenas da constatação, tal como sempre defendemos, que a alga não serve de abrigo para espécie alguma, contribuindo mesmo para a falta de alimento do cavalo-marinho e não servindo de abrigo para espécies como o linguado, o sargo, a dourada mas tambem de chocos e polvos.

No fundo é a biodiversidade da Ria Formosa e o equilibrio do ecosistema que é posto em causa, face à presença da alga. É curioso verificar que depois de tanto dizerem que a erva não era invasora e como tal exótica, e infestante, vêm agora reconhecer tudo aquilo que levaram anos a negar.

Infelizmente ainda não se fala nos impactos económicos e sociais que a presença da Caulerpa vai criar, cingindo-se na prática às questões ambientais, como o da ocupação de espaços que eram da seba, erva marinha que constituiu o habitat do cavalo marinho. Afinal parece que a Caulerpa consegue ser mais prejudicial que a apregoada pesca por "arrasto" no caso do cavalo marinho.

A alga invade terrenos que eram de viveiros e onde se instala, desaparece quase toda a vida, como é o caso do lingueirão.

Chagada à conclusão, resta saber que medidas propõem para combater a "epidemia" Caulerpa, uma vez que estão em causa muitos investimentos, postos de trabalho, sustento de inumeras familias, e muitos anos de trabalho arduo.

Mais vale tarde do que nunca, mas só a constatação de facto é curto, precisando-se da tomada de medidas urgentes. Será que só há dinheiro para promover o segmento turistico e para a defesa das actividades tradicionais da Ria não existe? Será que o presidente da câmara da zona mais afectada não tem nada a dizer? Ou gastou o dinheiro todo nas homenagens?

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