Na semana que agora termina, foram largados na Ria Formosa, 6o cavalos marinhos, reproduzidos em cativeiro, pelo CCMAR, como se pode ler em https://www.publico.pt/2021/11/16/ciencia/noticia/libertados-cavalosmarinhos-ria-formosa-travar-queda-populacao-1985195.
Parecendo uma boa noticia, ela deixa muito a desejar, porque as perspectivas de futuro para a Ria são algo sombrias. Ainda que a ciência tenha o seu lugar, a verdade é que também é necessário ao serviço de quem ela está, e pelos vistos serve a muito boa gente mas só traz restrições para quem vive da Ria.
Tal como se diz na peça, o primeiro levantamento da colonia de cavalos marinhos foi feito por uma biologa canadiana, que na sua viagem ao local verificou que a colonia tinha sofrido uma grande quebra. Na altura foram apontadas algumas causas, de entre elas duas sobressaiam; a poluição e a forma como fundeavam os barcos no habitat daquele peixe. Estávamos então no inicio do século.
Entretanto passaram-se vinte anos, mas pelo meio, em meados de 2010/2011, surge a alga Caulerpa, que há mais de cinquenta anos não era avistada na Ria, segundo os investigadores do CCMAR, mas que nenhum pescador viu em toda a sua vida.
Há quem diga, que enquanto o CCMAR procedia à transposição da seba para o Portinho da Arrabida, plantava a Caulerpa. Claro que o CCMAR nega esta versão, até porque deu asneira, mas uma asneira desculpavel na medida em que pode ajudar na descarbonização.
Segundo relatos de quem vive e trabalha na Ria, a Caulerpa tem vindo a ocupar o lugar da seba, o habitat natural do cavalo marinho. Uma alga que apodrece os fundos e que não serve de abrigo para a desova das diversas espécies, outrora abundantes na Ria.
Mas o CCMAR também reconhece que a Caulerpa não permite o desenvolvimento de uma pequena especie que serve de alimento ao cavalo marinho.
Porque não se faz um levantamento das especies que existiam na Ria e que desapareceram? Porque não se reproduzem artificialmente essas especies com o objectivo do repovoamento da Ria?
É facil apontar o dedo à pesca mas então para que serve o mar se não for como fonte de alimento? Para transferir a poluição feita em terra e despejar no meio natural, a Ria Formosa, como é o caso das ETAR!
Parece ser por demais obvio, que o que se prepara na Ria, é a destruição de todas as actividades economicas tradicionais, criando as condições para que cada vez menos se produzam as espécies que eram o suporte da vida de milhares de pessoas.
Não é por acaso, que grandes organizações empresariais apoiam este tipo de iniciativas, organizações que nunca tiveram a mais pequena preocupação com a vida na Ria e menos ainda com as populações que dela dependem.
Vejam no link quem é que apoia esta cagada e perceberão qual o futuro que se desenha para a Ria.
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