terça-feira, 10 de junho de 2008

UMA MORTE INDESEJADA...

Morreu um homem em Alcanena, atropelado por um colega seu. Morreu um chefe de família, um homem responsável. Mas, quem responde por essa morte?
Ontem, os portugueses tiveram oportunidade de ouvir um ministro da Argélia, país onde José Sócrates se encontrava, dizer que o problema dos combustíveis está nas taxas que os países aplicam sobre os produtos pretolíferos que no caso da Europa atinge os 75%.
Os governantes europeus, mancomunados, servem-se do petróleo para degradar as condições de vida dos povos. É através do petróleo que obtêm as maiores receitas para os diferentes estados. Mas, somos nós, cidadãos comuns que estamos a pagar a factura, uma factura que alguns de nós já não consegue pagar.
Hoje assistimos à frota do Pingo Doce sair escoltada pela guarda de choque. O grupo Jerónimo Martins tem muito peso tal como o grupo de Belmiro de Azevedo. Ainda a semana passada o Pingo Doce vendia meloa de Marrocos, mais barata que a nacional e todos nós achamos bem. Esquecemo-nos que ao estarmos a comprar esses produtos, produtos oriundos de países onde a mão de obra é extremamente barata, onde as pessoas são escravizadas ou quase escravizadas, coisa que nós censuramos. Esquecemo-nos é de que ao comprar esses produtos, estamos a contribuir para a ruína da nossa agricultura. "Enquanto forem os agricultores a ficarem arruinados e não nos tocar a nós, tudo bem". É esta nossa forma de pensar, que enquanto não bater à nossa porta está tudo bem, que deve mudar. Hoje é o vizinho do lado mas amanhã será a nossa vez.
Desde Janeiro que o governo promete à ANTRAM soluções e foi protelando, adiando, até acabar na paralisação dos transportadores. Promessas atrás de promessas mas na prática nada. E mesmo com a paralisação o primeiro ministro ainda acha que não deve ceder e a ANTRAM ainda vai na canção do bandido. Mas vai porque quer ir. Vai porque terá interesses que, provavelmente, não são os mesmo que os dos transportadores que pararam.
O presidente da ANTRAM veio causar a divisão no seio dos transportadores. É o presidente da ANTRAM que, em certa medida, deve ser responsabilizado pela morte causada. O governo, ao protelar a resolução do conflito, também não está isento de culpa e também deve ser responsabilizado pelo assassinato daquele homem. A própria GNR não está identa de culpas. Estava lá. Mas da GNR já é de esperar tudo. A GNR sempre teve um historial de repressão.
Que a morte daquele homem sirva para o presidente da ANTRAM e todos os seus associados reflectirem profundamente o que são as relações que devem manter com um governo arrogante, autoritário e tão pouco democrata.
Que aquele mártir sirva de lição!

2 comentários:

Anónimo disse...

Pagar com a vida uma luta de todos... Propomos luto nacional.
O governo é o grande responsável. Sobre o assunto: http://denunciacoimbra2.wordpress.com/2008/06/11/tensao-no-asfalto/

jorge100 disse...

Os meus parabéns pelo seu texto. Subscrevo-o inteiramente