sábado, 15 de outubro de 2011

OS MILITARES, AS POLÍCIAS E A REPRESSÃO...

A crise foi gerada pela classe política, pela banca e pelos grandes grupos económicos e é essa "tropa" que tem de ser responsabilizada pela actual situação.De há 25 anos a esta parte constatmos que quem se "meteu" nos partidos, foi única e exclusivamente para se servir a si próprio. O princípio da causa pública foi completamente abandonado. Os políticos procuraram mais mordomias, mais vantagens para ingressarem nos conselhos de administração, etc, etc. Quantas reformas vitalícias foram dadas aos políticos? Quantos políticos tem reformas acumuladas? Quanto custa ao erário público essa súcia de aldrabões? Santana Lopes reformou-se com 38 anos de idade, a presidente da Assembleia da República aos 42. São dois exemplos daquilo que é a nossa democracia. Uns podem tudo e outros nada.
O negócio da banca são os empréstimos e foram concedendo empréstimos às famílias, às empresas e ao estado. No caso concreto das famílias sempre foi pacífico. Quem não pagasse ficava sem a casinha. Com as empresas era mais ou menos o mesmo. Facilidades para tudo sem perspectivar o futuro. Com o Estado havia que financiar as grandes obras. Era sempre dinheiro em caixa. Os empréstimos asseguravam à banca uma "teca" elevada de juros e assim foram apresentando lucros sobre lucros, todos os anos. Distribuiram dividendos aos accionistas, pagaram prémios aos gestores e não cuidaram (não lhes interessava) de verificar se as famílias e as empresas teriam condições para pagarem. Pedia-se 15, "ofereciam" 20. A banca ía ao BCE buscar dinheiro a um juro e "vendia-o" a juros mais elevados. Todo um sistema artificial que conduziria ao incumprimento por parte das famílias, das empresas e do Estado. Como se não bastasse, aventuraram-se na compra de dívida de outros estados, estados estes também em dificuldades.
Os grandes grupos económicos, com a globalização, procuraram países onde a mão de obra fosse mais barata e perdemos parte substancial da nossa indústria. A CEE deu dinheiro para abatermos barcos e para não cultivarmos as terras e o sector primário ficou entregue às "carochas". As "cadeias" de distribuição arrasaram com o resto. "Queres vender a tua produção de batata? Ok! Nós compramos a X e pagamos a 90 ou 120 dias". Foi assim com o que restou da agricultura, foi assim com a pecuária. "AH, vocês não querem? Ok, tudo bem! Vamos a Marrocos comprar o melão muito mais barato". O consumidor beneficiou. Passou a ter os produtos mais baratos, é verdade mas a nossa economia foi definhando.
Como em qualquer parte do mundo, é preciso evitar que haja agitação social, é preciso evitar que as pessoas saiam à rua e manifestem o seu desagrado, de forma pacífica ou violenta. É preciso que os milatres estejam dispostos a defender-lhes as costas. E as polícias também. Mas os militares também tem família, tem pais, tem irmãos, tem tios, filhos e sobrinhos. Tal como os polícias. Só que há diferenças. Há o generalato que tem todas as mordomias para estar estimulado a dar ordens no sentido de fazerem os soldados saírem à rua. Quantos oficiais generais temos? Precisamos de tanta gente dessa? Não! Qualquer dia, são mais os generais que os soldados e os generais tem subsídios para despesas de representação na ordem dos 700/800 euros. Para representar o quê? Nada! É preciso é que eles (em caso de necessidade) evitem que as pessoas façam cair o Poder. Com as polícias passa-se o mesmo. Muitas chefias e pouca gente na rua e quando os vemos na rua é mais na caça à multa que a tratar da segurança dos cidadãos.
Militares e polícias devem pensar, primeiro, em quem é que conduziu o País a esta situação e responsabilizá-los e depois pensar nas suas famílias que são também vitímas desta mesma situação. Não é agindo cegamente, carregando sobre o Povo, que resolvem o problema. Antes pelo contrário. Os seus familiares vão ver também a sua vida agravada. Devem, sim, unir-se ao Povo e contestar as políticas desta cambada de aldrabões que em nome da causa pública nos suga o sangue e o suor...
O Povo estará com os militares e as polícias se estes também estiverem com o Povo.

1 comentário:

mateus disse...

Porque esperava o povo com a vinda de dois sangue-sugas

Alvaro Cunhal e

Mário Soares???????

Doutrinas, não era!?

Aguentem-se!

JMateus