O Algarve é o distrito com mais desemprego e, agora, também do número de falências. Este governo está atirando a economia para um buraco sem fundo. As famílias e as empresas não conseguem suportar a carga fiscal a que estão sujeitas. Uma pequena empresa que tenha de lucro anual 12.500 está sujeita a uma taxa de IRC de 25%. É o fim da maioria das pequenas empresas, com o desemprego que isso vai causar. É o maior ataque desde o 25 de Abril de 1974 aos trabalhadores, às famílias, às pequenas e médias empresas.
Este governo mentiu durante as eleições. Muita gente que se quis ver livre de José Sócrates acreditou em Passos Coelho. A emenda foi pior que o soneto. Jamais se tinha visto um ataque tão grande àquilo que são os direitos das pessoas. Na Saúde aumentaram as taxas moderadoras, diminuiram as comparticipações nos medicamentos e nos exames, o acesso às urgências passa a custar uma ida a um consultório privado ao mesmo tempo que vão encerrando centros de saúde e preparam-se para passar centros hospitalares para a alçada dos privados. Na Educação subiram os custos das propinas e o crédito ao ensino superior está bloqueado, ficando 3.000 alunos sem acesso para poderem concluir a sua formação, vão continuar o encerramento de escolas e o aumento do número de alunos por turma, diminuindo a qualidade da formação e preparando o terreno para no próximo ano lectivo despedirem mais 8.000 a 10.000 professores. Na Segurança Social assiste-se já à diminuição das prestações sociais, foram largos milhares a perderem o abono de família, o subsídio de desemprego vai diminuir e a duração do mesmo também vai diminuir, precisamente num momento em que o desemprego vai aumentar consideravelmente e que as famílias se encontram mais vulneráveis. FOME, MISÉRIA E DESEMPREGO é o que este governo nos dá.
Os sacrifícios não são iguais para todos. Os sacrifícios dos políticos não são os mesmos e muito menos na proporção. O presidente da TAP sóganha 420.000 euros por mês. O presidente da ERSE (entidade reguladora do serviço energético), o labrego que propõe o aumento do preço da electricidade em mais 3,9%, só ganha 230.000 euros/mês. A Direcção Nacional da Polícia aumentou-se a si própria, o ano passado e que, por tal, deveria ser demitida. Enquanto que aos trabalhadores da função pública são sonegados os subsídios de férias e de Natal, os polícias e gnr são aumentados. Pois claro, precisam deles para darem cacetada ao pessoal e protegerem as suas costas.
O ministro da Administração Interna com o seu sorriso pepsodente recebe 1.400 euros (mais que o ordenados de centenas de milhares de portugueses) de subsídio ao arrendamento quando tem casa própria em Lisboa e não é caso único. O "Diário de Notícias"de hoje traz uma listagem de gestores de topo que auferem pensões vitalícaias pela sua passagem pela política. O Zé Pagode vai passando fome e esta gente vai gozando connosco. Por outro lado é curioso ver como os banqueiros dinamarqueses, holandeses, noruegueses e belgas recebem menos que os nossos e os bancos deles tem menos problemas que os bancos portugueses.
Os pequenos comerciantes vão afundar-se fruto do aumento do IVA e da drástica diminuição do poder de compra dos portugueses. Se agora já sentem os reflexos da agonia em que as famílias vivem, bem podem esperar pelas compras de Natal que não terão melhor sorte. Com o corte para metade do subsídio de Natal e com o que se prepara para Janeiro, o consumo não será nada comparado com anos anteriores.
A greve geral de 24 de Novembro é de extrema importância mas é preciso que as pessoas interiorizem o seu significado. Não é uma greve da Função Pública, é uma greve de todos, é uma greve contra o aumento de impostos, é uma greve contra os depedimentos, é uma greve contra o desemprego, é uma greve pelos direitos que nos estão a ser retirados na Educação, na Saúde e na Segurança Social. A abertura de Passos Coelho à possibilidade de os privados reduzirem os salários vai mexer com quem trabalha nos privados. A greve é de todos, é dos pensionistas (também vão ser penalizados nas suas pensões) é dos trabalhadores, é dos pequenos e médios empresários e os pequenos e médios empresários devem perceber que só tem a ganhar colocando-se ao lado dos trabalhadores, saindo para a rua com eles e manifestando na rua toda a sua indignação. A greve não deve, não pode ser encarada como "mais um dia em casa". É um dia de protesto.
VIVA A GREVE GERAL DE 24 DE NOVEMBRO!
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