Apesar de se tornar repetitivo, não será demais continuar com o tema do momento, as medidas de austeridade previstas para o Orçamento de Estado de 2013 e tentar explicar àqueles que teimosamente persistem em não querer perceber a gravidade da situação.
Como é do conhecimento geral, o governo entendeu aumentar em 7% a Taxa Social Única por parte dos trabalhadores ao mesmo tempo que desonerava a entidade patronal em 5,75%, mas aumentando-a na sua totalidade em mais 1,25%. o diferencial entre os actuais 34,75% e os futuros 36%.
Nem vale a pena bater mais no ceguinho, porque qualquer um vê o impacto que tal medida vai ter para os trabalhadores e a degradação social que lhe está inerente.
Quanto à entidade patronal, aparentemente beneficiada com 5,75% relativa à redução dos encargos da taxa social, mas que se apresenta como uma faca de dois gumes. Na verdade se o Povo perder 7% do poder de compra, as empresas registarão uma quebra de facturação mais ou menos da mesma grandeza. Ora os encargos com o pessoal são apenas uma componente da formação dos preços de bens e serviços, ou seja, aqueles 5,75% incidem sobre uma parte e não sobre o todo, mas mesmo que o fosse, as empresas já perdiam 1,5%. Sendo assim, a medida anunciada com o relevo que lhe dava a transmissão de um jogo de futebol, também não serve os interesses da maioria das empresas.
E o Estado? A redução da facturação implica automaticamente uma redução da receita de IVA de cerca de 7%, sobre um valor que em 2010 se situava nos 16.600 de milhões, conforme se pode ver aqui http://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/dgci/divulgacao/estatisticas/Estatisticas_IVA/ivaanual.htm , ou seja uma quebra de 1.162 milhões. Ou seja, os ganhos que o Estado poderia obter através do aumento da Taxa Social Única de 1,25%, são anulados pela quebra de receita do IVA, pelo que a medida não serve os interesses do Estado. O governo e o Banco de Portugal o ano passado haviam elaborado um estudo em que a cada ponto percentual da taxa social única correspondiam cerca de 400 milhões, pelo que o aumento agora anunciado representaria um ganho de 500 milhões. Quer dizer que o governo decidiu optar por uma quebra de receitas na ordem dos 662 milhões.
As iminências pardas na área económica do principal partido no Poder como Borges, Frasquilho, Moedas, Bentos ou Catorgas entre outros, não são inexperientes ou incompetentes e por isso são pagos a peso de ouro. Como entender, então, que sejam eles a criar uma situação que não serve o Estado, as empresas e os trabalhadores?
Quais os reais objectivos que estão por trás deste tipo de medidas? Por outro lado, a renegociação dos prazos para pagamento da divida, não passam de um expediente para prolongar a austeridade sem um fim à vista.
O Povo deve reflectir sobre o que estão fazendo ao País. Sócrates foi mau mas Coelho está sendo péssimo!
A cada português cabe pensar pela sua cabeça e não pelos fazedores de opinião televisivos que já mostraram de que lado estão e por quem são pagos principescamente. A decisão de cada um é demasiado importante para o futuro de todos.
Daqui deste lado apenas podem contar com o maior repudio, indignação, revolta e o sentimento de que só luta dura poderemos dar a volta a um País destruído.
Contem connosco!
1 comentário:
Depois da tempestade surge a bonança.
Que tipo de "bonança" esperamos ?
Enviar um comentário