Depois dos estragos provocados pelo mau tempo, com maior incidência na costa oeste, lá para as bandas do norte, prevê-se para as próximas horas que o vendaval chegue a todo o País, merecendo uma reflexão da nossa parte sobre o imobilismo das entidades publicas, incapazes de medidas de minimização de riscos para a orla costeira.
O impacto causado pelas barragens ao impedir que os sedimentos cheguem à costa e como tal pondo em causa a alimentação das manchas de areal de toda a costa e a falta de medidas correctivas da erosão costeira, estão agora na origem dos sobressaltos junto das populações ribeirinhas.
Durante o consulado de Sócrates, apresentámos uma petição em defesa das ilhas barreira onde eram apontadas soluções de relativo baixo custo, já aplicadas noutras paragens e ensaiadas em laboratório pelo próprio Laboratório Nacional de Engenharia Civil. Entretanto caiu o governo, sendo substituído por um outro que vai no mesmo ou pior caminho.
É que depois da tomada de posse da malandragem que está à frente do País, foi feita nova petição de teor semelhante, que mereceu da parte da Comissão Parlamentar de Ambiente um relatório final aprovado por unanimidade, onde eram apontadas as sugestões dadas, mas que o governo de Passos Coelho, fez questão de ignorar.
Na zona da Ria Formosa, as areias movem-se tendencialmente, no sentido oeste-este, mas os molhes das barras artificiais, os molhes de Vilamoura e os esporões de Quarteira impedem a livre circulação das areias, não as deixando fazer o seu percurso natural. Como consequencia, todo o cordão dunar a este daquelas infra-estruturas tem tendência a perder altura e largura, ficando mais fragilizado e susceptível a galgamentos oceânicos, pondo em risco pessoas e bens. E essa é a aposta dos criminosos mandantes deste País, deixando que o tempo se encarregue de correr com a população indígena para mais tarde, em nome do turismo, vir a gastar os dinheiros públicos, isto é, colocar o dinheiro que nos é roubado ao serviço de grandes interesses turístico-imobiliários em detrimento das vitimas da rapina governamental.
E de tal forma é assim que por exemplo na designada Ilha do Farol, que adjudicaram a obra abandonada de construção das condutas de agua e saneamento com ligação a Olhão. Depois surge o famigerado Polis da Ria Formosa com a intenção de demolir parte do edificado, previamente seleccionado, deixando de fora as casas dos ricos, poderosos e de políticos. Então para que queriam as infra-estruturas, se o edificado era era para demolir? De igual modo, as intervenções nas Praias de Loulé com objectivo único do uso balnear, onde se gastaram 6 milhões de euros para dois anos depois estar tudo na mesma. Podíamos ainda falar na Praia de Faro, onde as demolições previstas apenas atingem as casas dos pescadores, precisamente aquelas que menos impactos negativos têm.
A minimização dos riscos de erosão costeira passa pela colocação de recifes artificiais multi-funcionais em mangas de geo-têxteis, paralelos à linha de costa, a uma distancia de duzentos a trezentos metros, por forma a alterar a energia das ondas, fazendo-as rebentar no plano de agua e assim "empurrando" as areias para cima, aumentando a mancha de areal em largura e altura.
As mangas (sacos de grandes dimensões) são enchidos com areias dragadas na área, uma operação de relativo baixo custo. Só que para os mandantes deste País, as comissões nas obras estão em primeiro lugar e por isso não lhes importa os gastos, apesar de saberem que não vão resolver problema algum.
Entretanto são as pessoas que vivem na orla marítima que sofrem cada vez que há um vendaval maior, cuja conjugação com o preia-mar pode pôr em risco a segurança de pessoas e bens. Daqui a um mês temos mais um equinócio e o risco agravado por nessa altura ocorrerem as maiores marés do ano.
Assim, as populações residentes na orla marítima devem mostrar a sua indignação e revolta contra a inercia criminosa do governo e exigir o seu derrube.
REVOLTEM-SE, PORRA!
2 comentários:
Nasci na culatra e na culatra espero morrer mas estes politicos de merda não pensam nas soluções deste Pais e muito menos nas pessoas.
O "Plano Demolidor" para o Farol não incluía as casas dos "ricos" e dos "políticos"??? Sem dúvida?????
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