No nosso post de ontem, que pode ser lido em http://olhaolivre.blogspot.pt/2015/08/olhao-populacao-45.html, dávamos uma amostra das consequencias das politicas seguidas por PS e PSD, na Câmara ou no Governo, com uma população à mingua de rendimentos e a viver da caridade familiar ou do estado.
Mostra também, embora não tivéssemos feito alusão a tal, a degradação económica que vive o concelho. De entre os vários estudos do IPMA, que temos em nosso poder, caso a qualidade ecológica das águas da Ria Formosa fosse boa, era possível atingir-se uma produção de bivalves (ameijoa-boa) até quatro quilos por metro quadrado. Fundamentam tal quantidade, no facto de baixar significativamente a taxa de mortandade, assim como isso permitia manter os bivalves mais algum tempo nos viveiros, aumentando de tamanho e valor. Não sendo tão optimistas, apontaríamos para metade daquele valor, dois quilos por metro.
A área de produção é na ordem de quatro milhões e meio de metros quadrados, pelo que era possível atingir-se uma produção de 9.000 toneladas por ano, num valor superior a noventa milhões, valor apontado como o total das actividades económicas do concelho. Claro que a este números, temos ainda a acrescentar as restantes espécies moluscicolas e piscicolas, podendo atribuir-se à Ria Formosa um valor económico superior aos cento e oitenta milhões de euros.
Ou seja, a Ria Formosa é sem sombra de duvida, a principal fonte que pode aumentar os rendimentos do Povo de Olhão, mas as entidades publicas, tudo têm feito para acabar com aquelas actividades, numa acção programada, premeditada, de afastamento do Povo da Ria, para nela introduzir o elemento estranho.
Por isso, as entidades publicas, mantêm a politica de transferencia da poluição feita em terra, para o mar, seja na Ria ou na costa.
A poluição na Ria Formosa é a causa principal, directa e indirecta, da elevada taxa de mortandade de bivalves, peixe e plantas de fundo, mas também, porque essa poluição chega à costa, é a origem das biotoxinas marinhas que determinam as costumeiras interdições da apanha de conquilha, pé-de-burro ou ameijoa branca. Resta ainda saber qual o impacto do excesso desta poluição no alimento da sardinha.
Certo é que desde que integrámos a UE, deixámos de ter uma politica de desenvolvimento das pescas e passámos a ter uma politica de destruição do sector, permitindo capturas intensivas de algumas espécies até à sua exaustão, contando com a ajuda dos predadores espanhóis.
E como se isso não bastasse, para o proximo ano, está decidida a redução da cota de pesca de sardinha, de tal forma que os barcos vão ficar atados ao cais e as companhas sem trabalho.
Foi a própria UE quem determinou o fim do sector produtivo, agricultura e pescas, como forma de colocar o nosso País na dependência de terceiros e com isso criando a colossal divida com que nos impõem a alteração do modo de vida de um Povo, reduzindo-o à fome, miséria e trabalho escravo.
O que podemos constatar, é que se tivéssemos uma politica de pesca e agrícola sustentável, um volume de negócios anual de cerca de trezentos milhões euros, o triplo daquilo que nos é apontado, e com ele mais trabalho e menos caridade.
Estranhamente, as associações ligadas ao sector, sejam elas dos armadores os sócio-profissionais, ainda não se pronunciaram sobre estes assuntos, preferindo antes, acusar-nos de não permitirmos uma verdadeira oposição à "situação", como se fosse calando, silenciando os crimes contra o Povo e deixando a sua discussão confinada ao remanso de gabinetes. O Povo deve sair à rua e gritar bem alto a sua indignação e revolta, mas para isso tem de ser informado do que se cozinha nas suas costas e aí conta connosco. E a fazer coro com estes ainda temos os partidos do arco da governação, representados na autarquia, incapazes de proferir um palavra em defesa de quem os elegeu, porque fazem parte da mesma canalha.
CALAR NUNCA!
REVOLTEM-SE, PORRA!
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