domingo, 3 de junho de 2018

OLHÃO. NEGOCIATA, TAL COMO DISSEMOS!

Na passada sexta feira, foi celebrado a acta da hasta publica de alienação do Lote 3 do Porto de Recreio, que não fugiu àquilo que sempre dissemos, ou seja que antecipadamente se sabia quem iria o comprar.
Desde o inicio do processo e das sucessivas alterações ao loteamento do Porto de Recreio que dissemos que o lote seria vendido ao dono da Cenparque. Tudo o indiciava!
Vindo de Braga, aterrou no concelho de Olhão, para construir na Fuzeta o empreendimento Delmar, localizado em Domínio Publico Marítimo, onde os seus ocupantes podem molhar os pezinhos na maré, sem deixar um corredor de acesso ao mar. Carregou a chata de dinheiro como se costuma dizer embora subsistam duvidas quanto á legalidade do empreendimento.
Quando se avançou para a 1ª alteração ao loteamento do Porto de Recreio porque, mais papista que o Papa, a Câmara Municipal de Olhão entendeu integrar na área a lotear terrenos que são do Domínio Publico sob jurisdição da Docapesca, já se vislumbrava uma negociata. Com diversas desculpas, acabou por se proceder a 2ª alteração, e essa desde logo deixava transparecer aquilo que acabou por acontecer.
Após a 1ª alteração, dando inicio aos procedimentos para a 1º hasta, foi pedida a avaliação dos terrenos tendo em conta que o comprador do Lote 3 iria pagar as infraestruturas dos Lotes 1, 2 e 3, e tudo indicava ser a Cenparque a comprar os lotes 2 e 3.
Com uma 2ª alteração, aumentou-se a capacidade construtiva do Lote 3, passando de quinze mil metros quadrados para 17.500. Então deixou-se cair a venda do Lote 2 e a obrigatoriedade de custear as infraestruturas, ficando estas a cargo da Câmara.
Entretanto o dono da Cenparque compra as antigas instalações da Companhia Portuguesa de Congelação e, após aprovação começa a construir o Delmar Marina, com os apartamentos a ser colocados à venda por valores que oscilam entre os 350.000 e os 700.000 euros.
Só os avaliadores e alguns acólitos do Pina, é que acharam que os terrenos tinham o preço justo de cinco milhões.
Cinco milhões, o valor porque foi vendido o Lote 3, era o preço base da hasta publica, o que significa que não houve mais candidaturas, porque tal como dissemos então, a ausência de publicidade fazia parte da estratégia para entregar o Lote de mão beijada ao destinatário certo, a Cenparque!
Para alem das negociatas pouco claras que o processo envolve e de duvidosa legalidade, há dois aspectos que devemos destacar. Um é a promoção, o desenvolvimento da segunda habitação, que é que se prepara, com todas as implicações que tal comporta, desde logo a desertificação de grande parte do ano e o contributo que a segunda habitação tem na possibilidade de uma provável bolha imobiliária, semelhante à que ocorreu há dez anos atrás. 
 Mas temos ainda uma outra preocupação, já que a zona poente de Olhão está na linha de fronteira com a Zona Histórica, que se quer preservada, e a muralha de betão que a rodeia, não só contribui para a sua descaracterização, porque completamente desenquadrada.
Temos assim uma autarquia preocupada com a "modernização" da cidade, mas que cada vez mais esquece quem nela vive, quando a função dos políticos é o de servir as suas populações e não servirem-se a eles e à sua teia de amizades e cumplicidades, como é o caso.
É que com toda esta promoção e modernização da cidade, os olhanenses não têm rendimentos que lhes permita alugar uma casa, algo tão mais difícil de encontrar do que encontrar uma agulha num palheiro.

4 comentários:

Anónimo disse...

Na Itália, Mãos Limpas tiveram coragem de desmascarar a MAFIA até ao mais alto nível. Parece que por cá as Mãos Limpas fazem de conta com resultados de rotina inconsequente, a fazer de conta. Sejam Felizes.

Anónimo disse...

A única coisa que se pode fazer é esperar que venha um tsunami e limpe esta erva daninha, se até mesmo da assembleia da republica tem apoio para esta marosca. A população Olhanense vendeu-se, má educação? Falta de cultura? Ou então são os ensinamentos que os ultimos governos tem passado para as gerações que se seguem. Ser honesto não compensa, se roubar é bom, enganar ainda é melhor. E quem vive da pobreza, vive feliz, ignorante que nem se queixam.

Anónimo disse...

Indulgência, mansidão crónica. Passa-se a vida a desculpar a tentacular família mafiosa e em resultado da complacência tem-se uma cáfila de ineptos a orientar os destinos de um povo.

Anónimo disse...

Será que o culpado é o António Pina?
E aqueles que falam aos ouvidos mas não se ouvirem são Santos?
Se assim for os cidadãos de Olhão são muito poucos e dizia o outro" Madrinha do povo madrasta é que não"